segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Processos ameaçam prefeitos


Dos 39 prefeitos da RMVale eleitos em 2012, exatamente um terço deles já enfrentou ou ainda enfrenta algum processo que ameaça a continuidade de seu mandato.

O levantamento, feito por O VALE, leva em conta apenas o atual mandato, desconsiderando problemas ocorridos anteriormente.

Ou seja, em pouco mais de um ano e sete meses --580 dias exatos, completados hoje--, uma a cada três cidades da região correu risco de troca no poder.

Hoje, três prefeitos estão afastados do cargo: Ana Karin (PR), de Cruzeiro, Benedito Manuel Morais, o Nequinho (PMDB), de Redenção da Serra, e ainda Benito Tomaz (PMN), de Potim. Esses municípios são administrados pelos vice-prefeitos desde o mês passado.

Os dois primeiros tiveram o mandato cassado pela Câmara. O último foi afastado do cargo por decisão judicial para não atrapalhar uma investigação do MP. Eles buscam o retorno na Justiça.

“Acho absurda a situação. Não estou sendo julgada por corrupção, e sim porque teria deixado de responder requerimento da Câmara”, disse Ana Karin.
(...)

'Parece que a eleição não acaba nunca'

Para especialistas consultados por O VALE, o número de prefeitos da região que enfrentam processos que podem levar à cassação do mandato é preocupante.

Para o cientista político Roberto Gonçalves, esse balanço aponta um “nível baixo” de políticos na RMVale.

“Fica evidente a queda da qualidade da classe política brasileira, tanto de quem sofre as ações quanto quem faz as denúncias, até porque em sua maioria as acusações nascem de politicagem e muitas vezes são vazias”, analisou.

Para o especialista, a “politicagem” prejudica as cidades.

“A oposição brasileira não sabe atuar, sempre busca uma maneira de desqualificar quem está no poder, em vez de apresentar projetos em favor da cidade. A eleição parece não acabar nunca”, criticou.

Mau exemplo. Para a cientista social Dora Soares, o lado positivo do balanço é a diminuição da sensação de impunidade para os políticos.

Por outro lado, de acordo com a especialista, esse mau exemplo vindo da classe política pode provocar uma “reação em cadeia” em toda a população do município.

“Se o exemplo que vem de cima é errado, o morador deixa de acreditar em qualquer regra, vira um reflexo em cadeia. A população passa a acreditar que pode infringir todas as normas”, argumentou.

Leia íntegra em O Vale

Nenhum comentário: