sábado, 13 de setembro de 2014

O ATO E O FATO


Brasilino Neto
ESCOLA DE DESMENTIMENTO

Uma observação: 

“Desmentimento: ato ou efeito de desmentir. (Michaelis).

A matéria:

Muito se fala na má qualidade do ensino no Brasil, mas avaliando digo com segurança que esta afirmação não pode ser generalizada, vejo que estas críticas são infundadas, pois ao menos uma “escola” do país é de primeira, ou melhor, de primeiríssima qualidade.

Refiro-me à “Escola de Desmentimento”, pois vejo no dia a dia das comunicações fatos que são gravados, filmados, chancelados por todos os meios provando os ilícitos cometidos e, no entanto, por terem seus agentes frequentado esta “Escola”, de pronto vêm com enxurrada de desculpas e negativas, assegurando não terem feito a falcatrua, mostrada à exaustão.

Temos filmes de recebimentos de vultosas importâncias de dinheiro vivo, de negociatas onde se ajustam pagamentos de propinas, desvios, notadamente, de bens públicos e mesmo nestas condições, ante as claras e irretorquíveis comprovações dos fatos, o envolvido, que certamente frequentou a “Escola de Desmentimento”, nega, nega e morre negando que não cometeu aquele ato claramente mostrado.

Esta “Escola” realmente ensina bem seus “alunos”, pois em não-raras vezes quando a denúncia envolve maior número de pessoas, elas em uníssono vêm a público com cara de seriedade, de bons moços, de guardiões da legalidade e da ética e desmentem tudo aquilo que foi filmado e gravado.

Este tipo de “Escola”, imagino só existir no Brasil, pois se estivesse em outros países, como por exemplo na Alemanha, o ex-presidente alemão C.W. não teria sido levado a julgamento em Hannover, em 2013, por suspeita de aceitar favores financeiros de um produtor de cinema e, em troca feito lobby indevido, o que não ocorria desde 1945.

O episódio ocorreu, segundo o Ministério Público alemão, em 2008, antes dele se tornar presidente, quando ele era governador do estado da Baixa Saxônia (2003 a 2010). Na ocasião, C.W. aceitou que o produtor D.G. pagasse sua conta de um hotel durante uma visita à Oktoberfest de Munique. O total da fatura era de 700 euros, cerca de R$ 2.100,00, e depois C. W. teria usado sua influência como governador para tentar convencer uma empresa a financiar um filme do produtor.

Em fevereiro de 2012, o promotor de Justiça pediu a suspensão da sua imunidade como chefe de estado, quando ele renunciou ao cargo e foi levado a julgamento.

Senhor C.W. creio que o senhor não entrará mais em enrascada como esta, mas caso sofra uma nova tentaçãozinha e caia, basta que me ligue que faço sua matrícula nesta “Escola de Desmentimento”, e jamais o senhor estará obrigado a renunciar ao cargo de presidente de seu país ou será levado a julgamento. 

PS. Herr C.W. Die nummer meines mobiltelefons oder direkt mit der "Schule der Haftungsausschluss" schritt I in Ihre e-mail, die bestimmten. Umarmungen.

(tradução: Senhor C.W. o número de meu telefone ou o direto com a “Escola de Desmentimento” eu passo em seu e-mail particular. Abraços.) 

2 comentários:

Anônimo disse...

Brasa, sensacional, que boa matéria.

Anônimo disse...

Doutor será que já tem uma filiar desta escola em Caçapava ?