quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Aos partidos não importa a origem do dinheiro. O que vier, eles traçam!


PT recebeu grana suja da Petrobras como se fosse doação

Corrupção custa caro (Foto: Arquivo Google)

O esquema era franciscanamente simples, despojado. Mas nem por isso pouco engenhoso. Era quase à prova de descoberta. Não fosse a delação premiada...

Do começo.

Augusto Ribeiro de Mendonça Neto, executivo da empresa Toyo Setal, revelou em acordo de delação premiada na Operação Lava Jato, que parte da propina paga ao ex-diretor de Engenharia e Serviços da Petrobras Renato Duque foi por meio de “doações oficiais” ao PT.

Entre 2008 e 2011, ele calcula que a Toyo Setel doou ao PT algo como R$ 4 milhões. O dinheiro fez parte das contas oficiais do PT declaradas à Justiça. E tudo teria ficado por isso mesmo, perfeitamente dentro do que a lei prevê, não fosse o fato de... De Augusto Ribeiro ter contado o que sabia para não ser preso.

O Palácio do Planalto, que segundo a presidente Dilma nem fala nem tem ouvidos, informou à imprensa que “doações de campanha são da alçada” do PT. Quer dizer: se restar provado que dinheiro de propina pagou despesas de campanha de Dilma, ela, coitada e inocente, nada tem a ver com isso.

O PT se apressou em dizer que declarou à Justiça, tostão por tostão, tudo o que recebeu de empreiteiras. Não tinha como adivinhar que o dinheiro era sujo ou limpo. Está vendo por que o esquema era engenhoso? E à prova de quase tudo?

Empreiteiras interessadas em fazer negócios com a Petrobras concordavam em pagar por fora uma comissão que acabava dividida assim:

* parte dela era destinada a encher os bolsos de Duque;

* outra parte era depositada em contas de Duque no exterior, podendo, mais tarde, ir parar em outras contas;

* e parte entrava aparentemente limpa nos cofres do PT.

Quer dizer: o grau de pureza do dinheiro era certificado pela Justiça Eleitoral.

O sistema de financiamento de campanhas no Brasil está sob grave suspeição.

Como?

Você acha que o PT ou outro partido qualquer deveria investigar a origem do dinheiro que lhe for oferecido?

Imagina! Como você é ingênuo.

Como?

E se um traficante de drogas, por meio de terceiros, doasse dinheiro aos partidos?

Dinheiro não é carimbado. O que vier os partidos traçam. São raras as ocasiões em que aparecem delatores. Vale correr o risco.

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