sábado, 31 de maio de 2014

Joaquim Barbosa estava marcado para morrer


Petista Sérvolo de Oliveira e Silva

“Ele chegou ao seu limite. Não aguentava mais. Cansaço físico e consciência do dever cumprido. Duro e triste o dia de hoje (ontem). Mas sinto-o aliviado pela decisão.” O desabafo é do chefe de gabinete da presidência do Supremo Tribunal Federal (STF), o diplomata Sílvio Albuquerque Silva.

Ele se emocionou ao falar sobre o anúncio da aposentadoria, na quinta-feira, feito pelo presidente do STF, ministro Joaquim Barbosa. — Havia ameaças de morte, com telefonemas para o gabinete e a casa dele, com frases covardes como: “Sua hora está chegando” — relatou o diplomata, na tentativa de explicar o inesperado gesto do presidente do Judiciário brasileiro.

Barbosa podia ficar mais 10 anos no STF, já que a aposentadoria compulsória se dá quando se completa 70 anos. Aos 59 anos, ele deixará o STF no final do mês que vem.

Em nota, a Secretaria de Comunicação do STF informou que as razões da aposentadoria de Barbosa são de “foro íntimo” e destacou que o chefe de gabinete da Presidência do STF não deu entrevista sobre o tema para nenhum veículo de comunicação. O jornal A Tarde, porém, confirmou a informação, dada ao colunista Adilson Borges.

A Polícia Federal já concluiu um dos inquéritos sobre ameaças de morte contra Joaquim Barbosa, mas por requisição do Ministério Público Federal teve que reabrir o caso e aprofundar a apuração. Há duas semanas, o procurador da República Francisco Guilherme pediu que a polícia verifique a identidade e os vínculos partidários de Sérvolo de Oliveira e Silva, apontado como um dos autores das ameaças contra Barbosa.

Sérvolo foi identificado como secretário de Organização do PT do Rio Grande do Norte. Mas, para o MP, a polícia teria se baseado em informações da imprensa, o que não poderia se configurar como prova em um eventual processo judicial. O inquérito foi aberto em fevereiro, a partir de uma reclamação do presidente do STF, e não tem prazo para ser relatado em caráter definitivo. Por lei, o MP pode pedir o aprofundamento das investigações quantas vezes achar necessário. (O Globo)

sexta-feira, 30 de maio de 2014

Justiça multa Peixoto por fazer projeto de casa que desabou


Olha o amigão do "moita" aprontando de novo:

O Vale

O ex-prefeito de Taubaté, Roberto Peixoto. Foto: Arquivo/OVALE

O ex-prefeito de Taubaté Roberto Peixoto (PEN) terá que pagar indenização a dois moradores de uma casa que desmoronou devido a problemas de estrutura do terreno, da fiscalização e da construção do imóvel.

Peixoto foi o responsável por elaborar o projeto de engenharia da residência.

A indenização, no total de R$ 125 mil --R$ 80 mil por danos materiais e R$ 45 mil por danos morais --, terá que ser paga pelo ex-prefeito, pela prefeitura e pela empresa Rocamar Comercial e Imobiliária Ltda., que atuou na venda do terreno, que pertencia a uma empresa/sócia.

Em julho de 2013, a Vara da Fazenda Pública de Taubaté havia fixado a indenização em R$ 40 mil, a ser paga apenas pela prefeitura.

Autora da ação, a Defensoria Pública recorreu da sentença e, no último dia 26, o Tribunal de Justiça de São Paulo reformou a decisão e, além de ampliar a indenização, incluiu Peixoto e a empresa na condenação.
Os réus informaram ontem que vão recorrer (leia texto nessa página).

Caso. Os dois moradores compraram um lote no bairro Campos Elíseos em 1993.

No ano seguinte, então vereador, Peixoto elaborou gratuitamente o projeto da casa, que foi edificada posteriormente com ajuda de pedreiros e de vizinhos.

Em 2007, a residência passou a apresentar sinais de que ruiria, e em 2009, com a casa já em situação insustentável, a proprietária procurou a Defensoria Pública e se mudou para o imóvel de uma parente.

De acordo com o defensor Wagner Giron, foi constatado que o imóvel foi construído em terreno sem qualquer infraestrutura, como canais de vazão de águas de chuva (como bueiros e calhas), e à beira de barranco, com declividade superior à permitida em lei.

A decisão do TJ reconheceu a responsabilidade do município, tendo em vista a falta de vistoria no local antes da aprovação do projeto, embora esse imóvel tenha sido cadastrado para tributação.
No caso de Peixoto, o Tribunal apontou que o ex-prefeito elaborou o projeto, mas não acompanhou a obra, o que seria sua função como o engenheiro responsável. “Demonstra claramente que toda sua generosidade tinha um só propósito: o de angariar votos de populações carentes e, depois de eleito, deixá-los à própria sorte”, diz trecho da decisão do juiz Coimbra Schmidt. 

Entenda o caso

Começo
Em 1993, uma feirante e seu então marido adquiriram da Loteadora Jardim Bela Vista S/c Ltda. um lote no bairro Campos Elíseos. A empresa, que era sócia e ocupava o mesmo endereço da Rocamar Comercial e Imobiliária Ltda., foi encerrada posteriormente

Ajuda
No ano seguinte, o então vereador Roberto Peixoto (foto) elaborou gratuitamente projeto de casa popular para os dois moradores. O casal construiu o imóvel parcialmente, com a ajuda de pedreiros e vizinhos, e passou a ocupá-lo em 1995

Problema
Em 2007, a residência passou a apresentar sinais de que ruiria, o que aconteceu posteriormente. Após os moradores procurarem a Defensoria Pública, Peixoto foi condenado a pagar indenização por não fiscalizar a obra. Já a prefeitura também deixou de vistoriar o projeto, embora tenha cobrado tributos do imóvel

Ex-prefeito recorre da decisão

Questionado ontem por O VALE, Roberto Peixoto alegou que vai recorrer da decisão do TJ. “A falha não teve nada a ver com engenharia. O loteamento é que tinha alguns problemas, como na tubulação da galeria, que era muito estreita. Depois que passa cinco anos, engenheiro não tem mais ligação. Por causa dessa demora, na época, a prefeitura nem chegou a dar o habite-se ao morador”.

Por meio de nota, a prefeitura informou que ainda não foi notificada da decisão e que só após “receber o processo irá avaliar o conteúdo para definir a ação a ser tomada”.
Nenhum representante da Rocamar foi localizado ontem.

Defesa. Durante o processo, a prefeitura alegou que “não foi responsável pelo projeto, nem pela construção, e nem pela aprovação da obra”.

O TJ aponta que, ao cadastrar o imóvel, o município ficou ciente de sua existência.

Ação do PT contra Vargas no TSE é encenação



A ação na qual o PT pede ao TSE que decrete a perda do mandato do deputado paranaense André Vargas por infidelidade partidária não é o que parece. Protocolada no início da semana, a petição faz supor que, após sufocar Vargas, obrigando-o a renunciar à vice-presidência da Câmara e a se desligar da legenda, o PT desejaria agora desligar o ex-filiado da tomada. É teatro.

A encenação foi montada para tentar atenuar o dano político que o relacionamento com o doleiro preso Alberto Youssef causou a Vargas. Às voltas com um processo por quebra de decoro parlamentar, o deputado corre o risco de ser cassado. O que o deixaria inelegível. Ainda que renunciasse, Vargas seria alcançado pela inelegibilidade prevista na Lei da Ficha Limpa.

Na Justiça Eleitoral, o prejuízo pode ser menor. Na hipótese de ser cassado pelo TSE por infidelidade partidária, Vargas perderia o mandato do mesmo jeito. Porém, manteria intactos os seus direitos políticos. Sem partido, não teria como voltar às urnas nas eleições deste ano. Mas estaria livre para pedir votos já na eleição municipal de 2016.

Chama-se Luciana Lóssio a ministra escalada para relatar a antiação do PT. No início da próxima semana, vence o prazo dado por ela para que Vargas apresente sua defesa. Há dois dias, na última volta do ponteiro do relógio, o deputado entregou a defesa requerida pelo Conselho de Ética da Câmara. Na peça, pede que sejam ouvidas oito testemunhas. Entre elas o doleiro Youssef. Joga para ganhar tempo, empurrando a encrenca para o segundo semestre. Se a cassação do TSE chegar antes, o processo que corre na Câmara vai ao arquivo por “perda de objeto”.

Reeleita, Dilma será majoritária no STF em 2015



Se for reeleita, Dilma Rousseff se converterá em 2015 numa presidente ultramajoritária no STF. Num colegiado de 11 ministros, seis deverão suas togas a ela e três ao antecessor Lula.

Dos oito que Lula indicou sobraram: Ricardo Lewandowski, que assumirá a presidência, Cármen Lucia, que será a vice, e Dias Toffoli.

Dilma já emplacou quatro: Luiz Fux, Rosa Weber, Teori Zavascki e Roberto Barroso. Procura um substituto para Joaquim Barbosa. E no ano que vem terá de preencher a poltrona de Celso de Mello.

Decano do Supremo, Celso fará aniversário de 70 anos no dia 1º de novembro de 2015. Em privado, ele deixa entreaberta a hipótese de vestir o pijama antes do tempo regulamentar.

Restarão na nova composição do Supremo apenas dois ministros que não nasceram da tinta das canetas de Lula e de Dilma: Gilmar Mendes (FHC) e Marco Aurélio Mello (Collor). A Justiça, veneranda e cega senhora, talvez tenha de mandar sua espada para amolar. Vai perder o fio.

Em visita ao presidente da CNBB, em Aparecida, Aécio lamenta aposentadoria de Joaquim Barbosa



O pré-candidato do PSDB à Presidência da República, senador Aécio Neves (MG), lamentou na tarde desta quinta-feira (29) a saída do ministro Joaquim Barbosa do STF (Supremo Tribunal Federal). Segundo o tucano, Barbosa fez "muito bem à Justiça" do Brasil.

Atual presidente da corte, Barbosa ganhou notoriedade nacional ao conduzir o julgamento do mensalão, que levou à cadeia ex-dirigentes do PT, integrantes do governo Lula e de siglas como o PR. "É um homem que o Brasil aprendeu a respeitar. Íntegro, honrado e que fez muito bem para a Justiça brasileira", afirmou. A saída de Barbosa foi anunciada nesta manhã pelo presidente do Senado, Renan Calheiros.

Aécio falou sobre o assunto durante visita ao arcebispo de Aparecida (SP), dom Raimundo Damasceno, que é presidente da CNBB, a Confederação Nacional dos Bispos do Brasil. O tucano se reuniu com Damasceno por cerca de meia hora e depois visitou, ao lado do arcebispo, a Basílica de Aparecida. No local, ficou de joelhos por alguns minutos diante da imagem da padroeira do Brasil e disse ter se emocionado com a visita. "Estive aqui com o meu avô, em 1984", justificou.

Barbosa deixa o STF. E lá vem o Lewandowski



Joaquim Barbosa vai deixar o STF nos próximos dias. Comunicou ontem Dilma Rousseff de sua decisão. Seu mandato como presidente acabaria em novembro. Como ministro ainda teria onze anos de labuta até a aposentadoria, que se dá aos 70 anos.
Ricardo Lewandowski, o vice do Supremo, assumirá antes do previsto, portanto.
O mais polêmico dos presidentes do Supremo já dissera várias vezes que deixaria sua cadeira antes da aposentadoria. Barbosa já tem planos para o futuro (leia mais aqui ).

Ficamos assim: Lewandowski no comando do Supremo e Toffoli no comando do TSE. Dá medo.

EM PORTUGAL, CONSTROEM ESTÁDIO EM 2 ANOS, POR 40% DO VALOR DO ITAQUERÃO


O Estádio da Luz na época de sua inauguração, em 2003

Dentro de duas semanas, São Paulo receberá a abertura da Copa do Mundo – mas o palco da festa, o Itaquerão, continua cercado de dúvidas. Ainda que já tenha sido inaugurado, o estádio não estará nas condições ideais na partida entre Brasil e Croácia, em 12 de junho. Com alguns trabalhos inacabados e muitos improvisos, a arena do Corinthians continuará em obras mesmo depois do Mundial – quando, aliás, o clube começará a encarar o desafio de pagar o custo do empreendimento (que deve passar de 1 bilhão de reais) e de fazer com que ele seja lucrativo. Há pouco mais de uma década, uma missão muito similar foi entregue à direção do Benfica, o principal clube de Portugal, que receberia a decisão da Eurocopa de 2004. Mas se o Itaquerão começou a ser construído em maio de 2011 e, passados três anos, ainda não está totalmente pronto, o Estádio da Luz, em Lisboa, foi entregue em apenas dois anos – e acabou sendo inaugurado, com público total e sem nenhuma restrição, nada menos de oito meses antes do torneio europeu de seleções. No último sábado, foi o palco da decisão da Liga dos Campeões, entre Real Madrid e Atlético de Madri. Recebeu elogios gerais dos visitantes, foi exibida para 400 milhões de telespectadores no mundo todo e rendeu aos cofres do Benfica pelo menos 2 milhões de euros, ou 6 milhões de reais – esse foi o valor do aluguel pago pela Uefa para realizar a final ali.

Capaz de abrigar pouco mais de 65.000 torcedores, o estádio do Benfica tem uma capacidade similar à do Itaquerão – desde que incluídos os setores de cadeiras provisórias, que estão sendo instalados para aumentar o público máximo durante a Copa (cerca de 68.000 lugares). Ainda assim, o custo final do projeto foi muito inferior ao da arena paulista (que, aliás, ainda pode aumentar, graças à correria para completar o estádio antes da Copa). O preço declarado pelo Benfica foi de 134 milhões de euros, o equivalente a cerca de 400 milhões de reais pelo câmbio atual – ou apenas 40% do custo estimado do Itaquerão. A comparação não leva em conta, por exemplo, as diferenças nos custos de construção na Europa e no Brasil, mas é fácil entender como os portugueses conseguiram abaixar a conta. A Eurocopa só foi entregue a Portugal em 2000, quatro anos antes da realização do torneio. O Benfica teve de fazer uma escolha: ou reformava o velho Estádio da Luz (que ficava no mesmo terreno e tinha sido erguido em 1954) ou aproveitava a oportunidade para construir uma nova casa da estaca zero, abrindo caminho para ganhar mais dinheiro com os atrativos de uma arena moderna (como museu do clube, lojas e restaurantes). Preferiu a segunda opção, e como tinha pouco tempo para desenvolver o projeto, procurou um escritório de arquitetura especializado em arenas multiuso e reaproveitou um desenho que estava engavetado.

quinta-feira, 29 de maio de 2014

Dilma decidiu extinguir a democracia por decreto. É golpe!



Atenção, leitores!
Seus direitos, neste exato momento, estão sendo roubados, solapados, diminuídos. A menos que você seja um membro do MTST, do MST, de uma dessas siglas que optaram pela truculência como forma de expressão política.
De mansinho, o PT e a presidente Dilma Rousseff resolveram instalar no país a ditadura petista por decreto. Leiam o conteúdo do decreto 8.243, de 23 de maio deste ano, que cria uma tal “Política Nacional de Participação Social” e um certo “Sistema Nacional de Participação Social”. O Estadão escreve nesta quinta um excelente editorial a respeito. Trata-se de um texto escandalosamente inconstitucional, que afronta o fundamento da igualdade perante a lei, que fere o princípio da representação democrática e cria uma categoria de aristocratas com poderes acima dos outros cidadãos: a dos membros de “movimentos sociais”.
O que faz o decreto da digníssima presidente? Em primeiro lugar, define o que é “sociedade civil” em vários incisos do Artigo 2º. Logo o inciso I é uma graça, a saber: “I – sociedade civil – o cidadão, os coletivos, os movimentos sociais institucionalizados ou não institucionalizados, suas redes e suas organizações”.
Pronto! Cabe qualquer coisa aí. Afinal, convenham: tudo aquilo que não é institucional é, por natureza, não institucional. Em seguida, o texto da Soberana estabelece que “todos os órgãos da administração pública direta ou indireta” contarão, em seus conselhos, com representantes dessa tal sociedade civil — que, como já vimos, será tudo aquilo que o governo de turno decidir que é… sociedade civil
Todos os órgãos da gestão pública, incluindo agências reguladoras, por exemplo, estariam submetidos aos tais movimentos sociais — que, de resto, sabemos, são controlados pelo PT. Ao estabelecer em lei a sua participação na administração pública, os petistas querem se eternizar no poder, ganhem ou percam as eleições.
Isso que a presidente está chamando de “sistema de participação” é, na verdade, um sistema de tutela. Parte do princípio antidemocrático de que aqueles que participam dos ditos movimentos sociais são mais cidadãos do que os que não participam. Criam-se, com esse texto, duas categorias de brasileiros: os que têm direito de participar da vida púbica e os que não têm. Alguém dirá: “Ora, basta integrar um movimento social”. Mas isso implicará, necessariamente, ter de se vincular a um partido político.
A Constituição brasileira assegura o direito à livre manifestação e consagra a forma da democracia representativa: por meio de eleições livres, que escolhem o Parlamento. O que Dilma está fazendo, por decreto, é criar uma outra categoria de representação, que não passa pelo processo eletivo. Trata-se de uma iniciativa que busca corroer por dentro o regime democrático.
O PT está tentando consolidar um comissariado à moda soviética. Trata-se de um golpe institucional. Será um escândalo se a Ordem dos Advogados do Brasil não recorrer ao Supremo contra essa excrescência. Com esse decreto, os petistas querem, finalmente, tornar obsoletas as eleições. O texto segue o melhor padrão da ditadura venezuelana e das protoditaduras de Bolívia, Equador e Nicarágua. Afinal, na América Latina, hoje em dia, os golpes são dados pelas esquerdas, pela via aparentemente legal.
Inconformado com a democracia, o PT quer agora extingui-la por decreto.
 Por Reinaldo Azevedo

PT derrotado na Previ


A sede da Previ: menos PT

Assim como ocorreu na Funcef, o PT sofreu uma derrota expressiva nas eleições de ontem para o conselho deliberativo da Previ.

O PT, que disputava a eleição concentrado na chapa 4, perdeu uma eleição na Previ pela primeira vez em quatorze anos. Teve 22% dos votos.

Ficou atrás da chapa 3, ligada a Valmir Camilo, ex-presidente da associação nacional de funcionários do Banco do Brasil. que conseguiu a preferência de 31% dos eleitores. Camilo sempre foi opositor da turma de Luiz Gushiken, que entrou em 2000 e reinou até ontem.

Numa palavra, como ressalta quem entende a alma dos grandes fundo de pensão estatais, os funcionários de estatais rejeitaram as chapas do PT.

Por Lauro Jardim

Pais e filhos


Todos têm a oportunidade de crescer aprendendo com seus próprios erros, mas isso pode ser facilitado quando temos a humildade de ouvir os mais velhos e experientes, pois o aprendizado sempre foi doloroso, repleto tropeços e quedas, mas aprender com os erros de outros nos dá a oportunidade de atravessar obstáculos sem neles tropeçar.

A música "Father and Son", de Cat Stevens, hoje Yusuf Islam, um grande sucesso de minha juventude, resume claramente a dificuldade de diálogo entre as gerações e como, para um pai, é difícil ver os caminhos errados tomados pelo filho que não o ouve.

Por mais que os pais errem na educação de seus filhos, certamente pensavam estar certos ou não teriam agido daquela forma, pois o amor pelos mesmos vem de antes mesmo de nascerem e a eles só desejam o melhor, em todas as áreas.

Há poucos dias um amigo dentista me contava como é comum atender pacientes cujos pais nunca mandavam tratar dos dentes de seus filhos e sim mandavam extraí-los quando surgia algum problema com um deles. É um comportamento inimaginável nos dias atuais, mas aqueles pais de quarenta anos atrás pensavam que, com aquela atitude, seus filhos nunca mais teriam problemas com o dente extraído e que no futuro, quando já não restasse mais nenhum, colocariam uma "dentadura" e teriam o sorriso bonito e sem a possibilidade de novos problemas.

Aquele profissional comentou também que isso atualmente ainda é muito comum no interior do país e que pessoas ainda muito jovens quase já não possuem dentes em decorrência desta cultura existente na mente de muitos pais. Com seu relato, passei a imaginar o trauma vivido por jovens que já quase não possuem dentes e que necessitam retirar os últimos que ainda possuem para iniciar um tratamento que hoje se daria com enxertos ósseos e implantes, para posterior aplicação de uma dentadura fixa.

Entretanto, mesmo em casos radicais como estes, que muitas vezes são verdadeiras mutilações, certamente estes pais só tiveram este comportamento por ignorância, mas jamais por desejarem mal a um filho, pois desconheço um pai que, mesmo ignorante, não ame seus filhos e por eles não dariam a própria vida.

Muitos pais ensinam seus filhos a lutar por tudo o que almejam galgar na vida profissional, emotiva ou financeira, contra injustiças, a respeitar os mais velhos e até sugerem profissões que sabem ser mais lucrativas, proporcionam escolas que os tornariam altamente capazes, mas anos depois, no futuro, se deparam com filhos desanimados, que não lutam pelo que desejam; escolheram profissões que pouco lhes remunera ou que não se dão bem em profissão alguma; incapazes, financeiramente acomodados, emocionalmente infelizes ou, pior, desejando até a morte dos pais para, com isso, herdar o que estes ou seus antepassados construíram.

William Shakespeare já dizia: "Em certos momentos, os homens são donos dos seus próprios destinos" e, paras os pais, é muito difícil não ser ouvido pelos filhos e perceber que sofrem mais do que o necessário por aprenderem com os próprios erros, quando se ouvissem, pelo menos em alguns pontos poderiam ter aprendido com os erros já vividos por outros. 

Apesar dessa dificuldade de comunicação ser comum há diversas gerações - com os filhos sempre achando que sabem mais que os pais -, sempre podemos encontrar jovens que se sobressaem, que erram menos e, observando seu comportamento, é fácil perceber que grande parte de seu sucesso se deve à sua humildade de respeitar e sempre ouvir os mais velhos.

Pena que muitos só consigam enxergar esta realidade quando os pais já se foram, ou já são velhos demais para ensinar algo que os transformaria em pessoas melhores, mais capazes e menos sofridas, quando alguns, que talvez dessem mais valor aos seus, não tiveram a felicidade de sequer ouvir a voz do pai.

Falta humildade a quem, ciente do cometimento dos mesmos por seus próprios pais ou por terceiros, aprende somente com os próprios erros.

João Bosco Leal* www.joaoboscoleal.com.br

*Jornalista, escritor e empresário

O Ato e o Fato


Fim do mundo!

Brasilino Neto
Não há outro título para definir a situação que trago nesta semana que não seja “Fim do mundo”, pois ao ler o comentário do professor de Direito Luiz Flávio Gomes quanto a edição da norma penal conhecida como “Lei do Racha”, que reproduzo, pois se não é o fim do mundo literal ao menos o é em termos legislativos, do lamentável equivoco de redação, além da insegurança jurídica que trás em seu bojo, mesmo depois de tanto trabalho, discussões, debates e análises se promulgue uma lei com falhas grosseiras e gritantes.

Isto porque no artigo 308 do CTB a ocorrência de morte provocada culposamente aparece como qualificadora do delito de participação em “racha”, enquanto que artigo 302 (homicídio culposo), é a participação em “racha” que o torna qualificado (mais grave), o que quer dizer a mesma coisa, ou o mesmo fato descrito duas vezes, sendo no artigo 302 a descrição legal foi de trás para frente (morte em virtude do “racha”) e no artigo 308, da frente para trás (“racha” e depois a morte).

Esta situação implica que no artigo 302 do CTB (homicídio culposo em razão de “racha”) a pena é de reclusão de dois a quatro anos e no artigo 308 (“racha com resultado morte decorrente de culpa”) a pena é de cinco a dez anos de reclusão, resultando de num mesmo fato penas diferentes, de modo que quando o juiz aplicar a pena em crime tal, ele deverá fazer com a mais branda, em obediência ao principio advindo já dos Latinos de que em “in dubio pro libertate”, ou seja, tendo dúvida se favoreça o réu que participava do “racha”, aplica-se a lei que coloque o réu mais próximo de sua liberdade.

Falou-se tanto em agravamento de penas, de fim dos rachas, na apresentação desta lei como sendo a que solucionaria os problemas de violência no trânsito, mas que em realidade não passou ou passa de uma “prosápia para dormitar bovinos” ou simplesmente, “conversa para boi dormir”.

Como se não bastassem estas excrescências, a Lei entrará em vigor somente após 6 meses de sua publicação, ou seja, em novembro de 2014, de modo que possa com tranquilidade dizer que o “racha” não pode parar já, mas vidas podem ser ceifadas neste “vacacio legis”, como dizem os doutos, que é o período em que a lei passará a viger. 

Cabe aqui, ante esta situação trazer um trecho da música “Funeral de um Lavrador”, de João Cabral de Melo Neto, de que a vida do brasileiro, ante o descaso e pela insegurança que se lhe é imposta, a cova está preparada com palmos medida, que é de bom tamanho, não é largo e nem fundo, mas é esta a parte que lhe cabe neste latifúndio. 

Simplesmente uma inversão de valores, como muito tem ocorrido neste país chamado Brasil.

Prefeito de Caçapava diz que morador não deve 'esperar tudo' da prefeitura


Prefeito de Caçapava causou polêmica com entrevista a rádio (Foto: Reprodução/ TV Vanguarda)
Não sou rico. Sou pobre...

Ao se defender do atraso na entrega dos kits escolares para alunos de Caçapava, o prefeito Henrique Rinco (PSDB) disse que a população deve trabalhar para comprar o material escolar e não deve ficar "esperando tudo da prefeitura".

A declaração foi feita ao comentar uma reportagem da TV Vanguarda, que abordou o atraso na distribuição do material - que ainda não foi distribuído para a maioria dos alunos da rede este ano.

''Vi uma mulher na Vanguarda dizer que não tinha como comprar um lápis e uma borracha (...) Então, é difícil, eu sei que é difícil, mas como é que você fica criticando, esperando tudo do poder público? Eu não dou prejuízo pro poder público. Nunca dei. Nunca usei o SUS. Sempre trabalhei e nunca levei meus filhos no SUS. Nunca aproveitei de SUS, de escola pública. A consciência é de cada um'', disse o prefeito em entrevista à rádio Capital FM concedida na última quarta-feira (21).

Questionado sobre a repercussão de sua fala, o tucano justificou, mas manteve a declaração. "O que eu tenho a dizer sobre isso é que a verdade tem que ser dita. Eu sempre tive condições de pagar e paguei pra dar oportunidade para aqueles que não têm condições. Agora, a minha opinião é a minha opinião. E a sua ou a de outras pessoas que pensam diferente... eu não vou deixar de falar a verdade nunca", disse.

Atraso nos kits
A demora na entrega do material para os alunos da rede municipal foi justificada pelo prefeito com problemas com as empresas que venceram a licitação.

"Uma empresa já até entregou. Foram três que ganharam, uma do Rio de Janeiro, uma de São Paulo e uma do Paraná. Elas (as empresas) me pressionaram de toda maneira aqui para realinhar preço para entregar estes kits. Não vou realinhar preço porque tenho responsabilidade com o dinheiro público e tenho responsabilidade com o dinheiro público e não vou pagar no Tribunal de contas por isso", disse o prefeito.

Segundo ele, algumas creches e escolas de ensino para jovens e adultos já começaram a receber os kits. Ele também disse que o trecho polêmico da entrevista foi difundido na internet pela oposição.

Confira a íntegra da declaração abaixo:

''Vi uma mulher na Vanguarda dizer que não tinha como comprar um lápis e uma borracha. Tudo bem, sei que é difícil, mesmo, pra algumas pessoas. Agora, eu comprei lápis, borracha, livro, caderno, tudo o que foi necessário para estudar meus três filhos. Paguei escola particular. Não sou rico, nunca fui rico na minha vida. Sou pobre, mas trabalhei. Aí a turma fala 'você teve sorte'. Tá, trabalhei e tive condições de pagar estudo para meus três filhos e continuo pagando, você entendeu? Então, é difícil, eu sei que é difícil, mas como é que você fica criticando, esperando tudo do poder público? Eu não dou prejuízo pro poder público. Nunca dei. Nunca usei o SUS. Sempre trabalhei e nunca levei meus filhos no SUS. Nunca aproveitei de SUS, de escola pública. A consciência é de cada um''

Por G1

Tentativa de assalto à filha e ex-mulher do ministro Cardozo não é lição de moral, mas instrui


Na tarde desta quarta, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, afirmou que os turistas devem se sentir seguros no Brasil. À noite, sua ex-mulher e sua filha foram vítimas de uma tentativa de assalto, em São Paulo. É claro que a gente é tentado a fazer a crítica fácil, que, convenham, já vem pronta: “E aí, hein, ministro? Quer dizer que turista pode se sentir seguro!? Já os brasileiros…”.

Pois é. Trata-se de uma crítica tão fácil como errada. Todas as pessoas estão sujeitas a assaltos. A bobagem que seus respectivos pais ou ex-maridos falam não tem nenhuma relação com o episódio em si. Os burros e os inteligentes, os bons e os maus, os esquerdistas e os direitistas, os carnívoros, os vegetarianos e os herbívoros… Ninguém escapa. Assaltos não existem para aplicar lições de moral, para ser didáticos ou para punir quem não pensa como a gente. Assaltos existem porque alguém acha certo tomar na marra o que não lhe pertence. Se o país é viciado em impunidade e a transforma numa tradição, o que assaltou uma vez o fará muitas vezes; outros seguirão seu exemplo porque vão considerar que é um jeito fácil de ganhar a vida. E as consequências são conhecidas — nossas conhecidas.

É claro que falas de autoridades brasileiras nesses dias são irritantes, beirando a estupidez, a começar das de Cardozo. Veio a público ontem o número de homicídios no Brasil em 2012: mais de 56 mil. A taxa é de 29 por 100 mil habitantes. Uma aberração! O país, já lembrei aqui, tem um terço da população da América Latina e Caribe e responde por mais de metade dos homicídios.

À diferença, pois, do que diz o ministro da Justiça, o Brasil não é um país seguro: nem para estrangeiros nem para brasileiros; nem para os têm pais que falam as coisas certas nem para os que têm pais que falam as coisas erradas. E olhem que ex-mulher e filha do ministro transitavam numa das capitais mais seguras do país. Em qualquer estado governado por seu partido, o PT, o risco é maior.

Leio que até o procurador-geral da República, sei lá com que autoridade ou expertise, resolveu dizer palavras tranquilizadoras aos turistas. Em reunião com empresários, a presidente Dilma Rousseff afirmou que vai chamar o Exército e que não permitirá que se encoste um dedo nas delegações estrangeiras.

Tudo isso, no fim das contas, é meio acintoso quando nos damos conta da desídia do Poder Público, com raras exceções, em matéria de segurança pública para os nativos, para este pobre povo de Banânia, que morre às pencas.

Convenham: nem seria preciso que a realidade se encarregasse de ser tão didática com Cardozo para que a gente se lembrasse o quanto ele e seu partido não fizeram nessa área. Termos chegado à Copa do Mundo — e, daqui a dois anos, às Olimpíadas — sem uma lei que puna com especial rigor pessoas que põem em risco a segurança coletiva é uma prova de irresponsabilidade.

Menos mau que os familiares do ministro possam contar com condições especiais de segurança, como carro blindado e escolta armada. A esmagadora maioria dos brasileiros tem a seu favor apenas a sorte. Além das palavras tranquilizadoras do ministro da Justiça.

Por Reinaldo Azevedo

Os presidenciáveis se fecham para os debates sobre aborto e maconha


O segredo em uma eleição presidencial é fugir dos temas espinhosos. Essa é uma das estratégias adotadas pelos principais pré-candidatos à Presidência da República no Brasil quando se trata de aborto, descriminalização de drogas ou a redução da maioridade penal.

Enquanto em alguns dos nossos vizinhos latino-americanos essas questões estão entrando na agenda, aqui no Brasil, temas polêmicos são evitados pelo Governo e pelos candidatos.

Uma pergunta feita incansavelmente aos pré-candidatos às eleições deste ano é sobre a descriminalização do aborto, um dos maiores tabus do país. Sobre isso, a presidenta Dilma Rousseff já teve idas e vindas em suas respostas. Em 2007, quando ela ainda era ministra do Governo Lula, ela afirmou ser favorável à descriminalização em uma entrevista à Folha de S. Paulo. Mas, quando se candidatou em 2010, recebeu uma série de críticas e acabou voltando atrás.

Leia mais em El País

Na 1ª sessão, CPI mista tem 500 requerimentos



Instalada nesta quarta-feira, a 15 dias da Copa, a CPI mista da Petrobras tem o tempo como seu principal estorvo. O tempo da comissão não passa. Já passou. A lógica recomendaria uma apuração refinada e concentrada. Porém, já na sessão inaugural, os membros da CPI apresentaram cerca de 500 requerimentos, entre pedidos de inquirição, de quebras de sigilos bancários e fiscais e requisições de documentos da Operação Lava Jato.

A nova CPI será presidida por um conhecido personagem: o senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), o mesmo que já serve aos interesses do governo na CPI homônima que finge investigar a Petrobras no Senado. O vice-presidente será Gim Argello (PTB-DF), um governista cujo prontuário sepultou recentemente a pretensão de ocupar uma cadeira no Tribunal de Contas da União.

Chama-se Marco Maia (PT-RS) o deputado escolhido, com a anuência do Planalto, para ser o relator da CPI mista. Pressionado pela oposição a apresentar um plano de trabalho ainda nesta quarta, ele se escorou na montanha de cinco centenas de requerimentos para empurrar a tarefa para a semana que vem. Propôs terça-feira. Estica daqui, puxa dali concordou em trazer seu plano à luz na segunda-feira, a dez dias da Copa.

Deputado do PT não consegue explicar reunião com 13 bandidos do PCC e culpa a mídia



Sob pressão do comando do PT em São Paulo, o deputado estadual Luiz Moura (PT-SP) subiu à tribuna da Assembleia Legislativa nesta quarta-feira (28) para negar que tenha relações com a facção criminosa PCC e para fazer críticas à imprensa. Segundo investigação da Polícia Civil, o petista participou em março de uma reunião, na sede da cooperativa de transporte da qual faz parte, em que estiveram presentes 45 pessoas, das quais ao menos 13 eram membros da facção criminosa PCC.

Na tribuna, Moura disse que participou do encontro por causa de sua militância na área de transportes e que tentava evitar uma greve na zona leste de São Paulo. Em sua defesa, reproduziu entrevista dada semana passada pelo secretário estadual de Segurança Pública, Fernando Grella, na qual ele diz que o petista não é investigado.

"Como pode 50 pessoas entrarem na delegacia e, quase 70 dias depois, a imprensa noticiar que 13 pessoas ligadas à organização criminosa saíram pela porta da frente? Houve prevaricação da polícia ou é uma notícia que não é verdadeira?", afirmou. O deputado referia-se à blitz da polícia na reunião.Parte do grupo acabou levado até a delegacia --Moura foi liberado ainda na cooperativa.

Ele, que foi condenado a 12 anos de prisão em 1992 por assalto à mão armada e ficou foragido por cerca de dez anos, disse não se envergonhar de sua história, mas criticou a imprensa por relembrar o seu passado. "Hoje, a imprensa, indiscriminadamente, noticia que fui um ladrão, que fui um assaltante, sempre relembrando o passado. E a Constituição é muito clara: diz que todo o cidadão tem o direito de se recuperar."

No início da tarde, ele prestou esclarecimentos à comissão interna criada pelo PT para ouvi-lo. O diagnóstico da sigla é que não há, até o momento, provas suficientes para puni-lo. A Executiva só deve se reunir de novo para discutir o caso na segunda (2).

O PSDB pediu ao Ministério Público que apure o envolvimento de Moura com a facção criminosa. O deputado estadual Pedro Tobias (PSDB) também solicitou que a Comissão de Ética da Assembleia apure o caso e convoque o petista para dar explicações. (Folha de São Paulo)

quarta-feira, 28 de maio de 2014

Sem inocência


cumpadi washington

A propaganda do site de classificados Bom Negócio que se popularizou pelo bordão “Sabe de nada, inocente”, dito pelo cantor Cumpadi Washington, recebeu aproximadamente cinquenta reclamações no Conar – e será alterada.

Os consumidores, em sua maioria mulheres, acharam ofensiva a parte em que o cantor chama uma mulher de “ordinária”. Na verdade ele não chega a completar a palavra, diz apenas “vem, vem, ordiná…” e então é interrompido, mas o Conar não deixou de dar razão às queixas. Ainda cabe recurso.

Por Lauro Jardim

PSTU decide fazer do usuário do metrô refém de suas táticas


É o fim da picada! O PSTU, que não consegue eleger ninguém, comanda, no entanto, o Sindicato dos Metroviários. A “categoria” — vale dizer: a meia-dúzia de partidários de Altino Prazeres, o presidente da entidade — decidiu decretar greve por tempo indeterminado a partir do dia 5 de junho.

Os “camaradas” reivindicam, ora vejam!, nada menos de 35,47% de reajuste. Com base em quê? Ora, em nada! É que, vocês sabem, os dias andam propícios para que se peça impossível.

O metrô ofereceu 5,2%. O Tribunal Regional do Trabalho chegou a propor quase o dobro — imaginem!: 9,5%. Mas quê… O prazer de Altino é outro, não é? Segundo ele, “nós vamos arrancar nossa reivindicação, que é de dois dígitos”. No dia 4 de junho, haverá uma nova tentativa de negociação.

Prazeres, o camarada do PSTU, não esconde a tática da chantagem, embora negue: Nós não escolhemos a data da Copa do Mundo, mas a proximidade da Copa cria uma pressão enorme sobre o governo de São Paulo e sobre o tribunal, então greve tem que ser dia 5”.

É isso, tá, pessoal? Você, que é usuário do metrô, saiba: Altino decidiu transformá-lo em bucha de canhão das táticas de seu partido.

Por Reinaldo Azevedo

Posto de gasolina de deputado do PT tinha até caça-níqueis



Luiz Moura, preso por roubo a mão armada nos anos 1990, foi processado também por contravenção

O deputado estadual Luiz Moura (PT), que participou de uma reunião com suspeitos de integrar o PCC em março deste ano, foi alvo de uma ação judicial por contravenção penal por ter abrigado máquinas caças-níqueis em um posto do qual era dono.

Moura, que hoje é dono de quatro postos de gasolina, foi sócio de um outro na Avenida Cupecê, na zona sul de São Paulo, no qual, em 2007, a polícia encontrou duas máquinas caça-níqueis que o próprio petista afirmou terem sido instaladas pelo homem que gerenciava o estabelecimento.

Em 31 de agosto de 2007, a polícia compareceu ao posto após denúncia de que ele estava sendo utilizado para exploração de jogos de azar, o que é uma infração penal passível de punição com pena de prisão simples ou multa.

Levado para averiguação na delegacia, o frentista Marcio Junger Santos, único funcionário que estava trabalhando no momento da apreensão, afirmou que nada sabia, e que a única pessoa que poderia dar algum esclarecimento era ”o gerente Ricardo”. O frentista também afirmou desconhecer o real dono do posto.

Pouco mais de um ano e meio após a apreensão das máquinas, em 17 de março de 2009,o delegado José Ademar de Sousa, do 43º Distrito Policial, ouviu Luiz Moura. Na ocasião, ele ainda não exercia mandato parlamentar. Foi eleito em 2010 e assumiu cadeira na Assembleia Legislativa de São Paulo em 2011.

O petista declarou à Polícia que quem administrava o estabelecimento era o mesmo Ricardo mencionado pelo frentista, mas não soube informar o seu paradeiro – àquela altura, Moura já deixara de ser sócio do posto.

Sobre o depoimento de Moura, o escrivão anotou: “Acerca das duas máquinas de jogos eletrônicos, caça-níqueis, apreendidas na loja de conveniência de seu posto de gasolina, informa que foi seu gerente Ricardo que na época autorizou a instalação das máquinas de jogos no local. Manifesta o declarante que desconhece da qualificação, endereço ou onde possa ser localizado o proprietário das máquinas. Ao que sabe, as máquinas caça-níqueis ficaram instaladas no local somente dois ou três dias, e depois foram apreendidas pela policia. Não sabe informar o que o gerente Ricardo ajustou com o dono das máquinas de jogos para permitir a instalação das máquinas no seu comércio”.

Em 2010, o advogado de Moura solicitou ao juiz da 2ª Vara Criminal de Santo Amaro que, como até aquela data não fora juntado laudo pericial das máquinas, a Justiça decretasse a prescrição antecipada e o arquivamento do processo.

Por causa da demora para ser analisada pela Justiça, a ação acabou prescrevendo e foi extinta pelo juiz.

Por Fausto Macedo em O Estadão

A guerra civil não declarada


Vergonha! Em 2012, houve 56.337 homicídios no Brasil. Não há guerra civil no mundo que mate tanto. Ou melhor: há! A guerra civil não declarada do Brasil.

A taxa de mortos chegou a 29 por 100 mil habitantes. Na Alemanha, é de 0,9. Mata-se no Brasil 32 vezes mais.

Segundo a ONU, na América Latina e Caribe, com população estimada em 600 milhões, são assassinadas 100 mil pessoas por ano. Com pouco menos de um terço dos habitantes, o Brasil responde por mais da metade dos cadáveres. Esse é um país real demais para produtivistas, administrativistas e nefelibatas. A campanha eleitoral já está aí. Quem terá a coragem de pôr o guizo no pescoço do gato?

BNDES já repassou R$ 1 bi para Odebrecht construir porto em Cuba


O Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) já repassou o equivalente a mais de R$ 1 bilhão à construtora Odebrecht pela reforma do porto de Mariel, em Cuba, um negócio mantido em sigilo, por até 30 anos, pelo governo brasileiro, que considera que a revelação dos detalhes do financiamento “põe em risco as relações internacionais do Brasil” e pode “levantar questionamentos desnecessários”, conforme extrato de classificação de documentos obtido pelo Congresso em Foco.

Esses papéis mostram que uma parte do custo do financiamento envolveu parcelas pagas “a fundo perdido pela União” – o governo diz que isso não motivou sigilo. A empreiteira baiana ainda tem o equivalente a mais de R$ 500 milhões a receber do governo brasileiro por essa obra em Cuba.

Para modernizar o porto de Mariel, o governo cubano, dos irmãos Fidel e Raul Castro, escolheu a construtora brasileira. Depois, o BNDES financiou o empreendimento de US$ 957 milhões com US$ 692 milhões (R$ 1,5 bilhão), repassando os valores integralmente à Odebrecht.

Leia mais em Congresso em Foco

Índios, professores, rodoviários e médicos. Mais um dia de protestos


Algumas cidades brasileiras foram palco, mais uma vez, de manifestações nesta terça-feira. Tendo a Copa do Mundo como alvo principal, manifestantes de diferentes categorias – de indígenas a rodoviários – foram às ruas reivindicar suas causas e criticar a realização do Mundial no Brasil.

Em Brasília, 2.500 pessoas, segundo a Polícia Militar, entre índios de diversas etnias, trabalhadores sem teto e movimentos sociais contrários à realização da Copa do Mundo, foram para as ruas com uma lista de reivindicações.

Entre elas: a retomada de demarcações de terras indígenas, moradia para as pessoas que foram removidas das áreas de construção dos estádios, revogação da lei que concede isenção fiscal à FIFA e suas parceiras comerciais, desmilitarização da polícia e fim da repressão aos movimentos sociais, entre outras causas.

Leia mais em El País

TSE muda número de deputados, e Rio perde um parlamentar


O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) confirmou nesta terça-feira a mudança no número de deputados federais por estado nas eleições deste ano. A decisão altera a composição das bancadas de 13 estados: ganham os estados do Pará, do Ceará, de Minas Gerais, do Amazonas e de Santa Catarina.

Perdem parlamentares os estados do Rio, da Paraíba, do Piauí, de Pernambuco, do Paraná, do Espírito Santo, de Alagoas e do Rio Grande do Sul. A decisão final será do Supremo Tribunal Federal (STF), onde já tramitam ações contra a resolução do TSE.

A decisão é mais uma etapa na queda de braço entre o TSE e o Congresso. Em abril do ano passado, o Tribunal, acatou pedido da Assembleia Legislativa do Amazonas para redefinir o número de deputados federais por estados. A mudança mexe também na composição das Assembleias Legislativas e da Câmara Legislativa do Distrito Federal. Em dezembro, o presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), promulgou o decreto legislativo mantendo a composição atual.

Leia mais em O Globo

terça-feira, 27 de maio de 2014

'O que tinha de ser roubado, já foi', afirma filha de Teixeira


Joana Havelange, do COL, antes do sorteio dos grupos das Eliminatórias para a Copa do Mundo do Brasil, realizado em 2011, no Rio de Janeiro

Joana Havelange, de 37 anos, é filha de Ricardo Teixeira, que comandou a candidatura do país a sede da Copa do Mundo, neta de João Havelange, que presidiu a Fifa durante 24 anos, e ocupa o segundo principal cargo executivo do Comitê Organizador Local (COL) do torneio. Como diretora-executiva da entidade, teria uma remuneração mensal superior a 100.000 reais. Nesta terça-feira, ela usou sua conta no Instagram para criticar as manifestações que tentam pegar carona na Copa – e, ao tratar do assunto, parece admitir abertamente que houve desvio e desperdício de dinheiro nas obras ligadas à realização do evento. "Não vou torcer contra, até porque o que tinha que ser gasto, roubado, já foi. Se fosse para protestar, que tivesse sido feito antes", escreveu ela, um dia depois de ver a saída do ônibus da seleção do Rio de Janeiro, a caminho da concentração em Teresópolis, ser cercado por professores em greve.

"Não apoio, não compartilho e não vestirei preto em dia nenhum de jogo do Mundial. Quero que a Copa aconteça da melhor forma", disse a diretora do COL. "Eu quero mais é que quem chegue de fora veja um Brasil que sabe receber, que sabe ser gentil. Quero que quem chegue queira voltar. Quero ver um Brasil lindo." A filha de Ricardo Teixeira afirmou também que seu protesto contra a Copa será feito nas eleições de outubro. "Destruir o que temos hoje não mudará o que será feito amanhã", ensinou ela. Joana Havelange perdeu poder e ficou com sua função quase esvaziada desde a renúncia do pai, que deixou o comando da CBF (e, por consequência, do COL), em 2012. Nesta segunda, o presidente-eleito da CBF, Marco Polo Del Nero, atual vice-presidente da entidade, usou o Twitter para reclamar dos manifestantes: "O professor reclama de seu salário. Acho que o educador deve ter o mesmo salário de uma autoridade pública. Mas o que a Copa tem a ver?"

A fúria dos petralhas com Ronaldo porque ele declarou voto em Aécio


Ronaldo: ele levou os petralhas à loucura em razão de duas declarações

O ex-jogador Ronaldo, que é membro do COL (Comitê Organizador Local da Copa), foi alvo, mais uma vez, da fúria da rede petista na Internet. Na sexta, ele já havia dito que sentia “vergonha” dos atrasos nos preparativos para o Mundial. No sábado, tanto o ministro dos Esportes, Aldo Rebelo, como a presidente Dilma reagiram. Mal citando Nelson Rodrigues, a soberana disparou: “Não temos por que nos envergonhar. Não temos complexo de vira-lata”. Ora, o complexo de vira-lata a que se referia Nelson era um sentimento injustificado e atávico de inferioridade. Ronaldo, ao contrário, se referia a problemas que estão aí, à vista de todos. Nesta segunda, a fúria dos petistas atingiu o paroxismo: o Fenômeno declarou seu apoio à candidatura de Aécio Neves, do PSDB, à Presidência.

Indagada se estava brava com o ex-jorador, a presidente se limitou a um monossílabo: “Não!”. Alguns petistas graúdos expressaram um muxoxo de desagrado, mas a fúria mesmo se espalhou nas redes sociais, sob o comando dos patrulheiros de sempre. Que gente curiosa, não é?

Andrés Sanchez, ex-presidente do Corinthians, hoje filiado ao PT, futuro candidato a deputado federal pelo partido, foi diretor de Seleções da CBF em 2011 e 2012. Tornou-se a face da inauguração do Itaquerão, um dos principais, vamos dizer, “legados” da Copa do Mundo, ainda que apenas para uma fatia (imensa) dos brasileiros. Na inauguração do estádio, lá estava ele como uma espécie de grande mentor.

Muito bem! É claro que os petistas não veem nada de errado na atuação de seu provável futuro deputado federal. Ao contrário até: devem considerar até muito natural que ele dispute a eleição e que tenha se filiado ao PT com todo o estardalhaço a que teve direito. Então o petista Sanchez pode ter sua posição política — e ser candidato! —, e Ronaldo não? Só porque este é membro do tal Comitê Organizador Local? Não consta que os que integram essa instância estejam proibidos de se manifestar sobre qualquer assunto.

Chega a ser engraçado: alguns cobram enfaticamente que, depois da declaração de apoio a Aécio, Ronaldo abandone o tal “Comitê Organizador Local”. Ora, e por que ele deveria fazê-lo? Não consta que estivesse lá porque petista, mas porque Ronaldo. E pertencer ao tal grupo não exclui os seus direitos de cidadão, que é dar seu voto a quem quiser, proclamando a sua escolha. Ou será que o tal COL deveria exigir teste de fidelidade ao governismo?

Pertença ou não ao tal comitê, Ronaldo tem o direito de emprestar seu apoio a quem bem entender. Ele não deve nada ao governo, ao estado, aos políticos. O que ele tem foi conquistado com o seu trabalho. Só faltava agora virar alvo de patrulheiros malsucedidos e amargos.

Por Reinaldo Azevedo

O papa Francisco abre a porta para que os padres possam casar


“Por não ser um dogma da fé, a porta sempre está aberta...” Não há regras nem zonas vermelhas. Os jornalistas perguntam o que consideram oportuno e o papa Francisco responde. Já tinha feito isso no seu regresso do Rio de Janeiro –“quem sou eu para julgar os gays?” – e volta a fazê-lo agora no avião da El Al, a companhia aérea israelense, no trajeto entre Tel-Aviv e Roma.

Uma das questões levantadas é a do celibato obrigatório dos sacerdotes, um velho assunto que volta a ficar atual depois de que, há apenas alguns dias, um grupo de 26 mulheres apaixonadas por sacerdotes enviou uma carta a Jorge Mario Bergoglio lhe pedindo que deixe de proibir “um vínculo tão forte e bonito”. O Papa não se esconde na resposta à pergunta sobre se está disposto a levar adiante uma discussão incômoda no seio da Igreja: “A Igreja católica tem padres casados.

Católicos gregos, católicos coptas, existem no rito oriental. Por que não é um debate sobre um dogma, mas sobre uma regra de vida que eu aprecio muito e que é um dom para a Igreja. Por não ser um dogma da fé, a porta sempre está aberta”.

Leia mais em El País

Collor, um cara de pau



É muito simples: o juiz federal do Paraná Sérgio Moro informou, na semana passada, ao ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal, que a Polícia Federal apreendeu no escritório do doleiro preso Alberto Youssef comprovantes de depósitos bancários que tiveram o senador Fernando Collor (PTB-AL) como beneficiário. São oito comprovantes de depósitos, que somam R$ 50 mil.

O que fez Collor? Assomou à tribuna do Senado, ontem, para se dizer vítima de uma campanha da mídia. Gastou mais da metade do seu discurso criticando a revista VEJA. Negou que conheça o doleiro. Quanto aos depósitos... Limitou-se a comentar:

- [...] Tudo precisa ser bem esclarecido, no seu devido tempo, e no seu devido lugar. Por isso, estou providenciando uma consulta oficial à Polícia Federal, ao juiz Sérgio Moro e ao Ministro Teori Zavascki no sentido de ter acesso aos documentos e a todas as informações que me dizem respeito, a começar pela exata descrição de como, por quem e em que condições foram achados e vazados os ditos comprovantes.

Ou seja: não negou os depósitos, amparados em comprovantes. Está interessado, apenas, em saber como foram achados e vazados para a imprensa.

Políticos do tipo de Collor parecem imaginar que sempre conseguirão enganar o distinto público. Não aprendem.

Por Ricardo Noblat

MPF entra com ação contra Dilma para tirar do ar propaganda enganosa da Copa


Procurador Ailton Benedito

O Ministério Público Federal (MPF) em Goiás instaurou ação civil pública e requereu a concessão de liminar para a suspensão imediata da campanha publicitária "Todos ganham (Hexa)", que promove a marca "A Copa das Copas", executada pelo governo federal para divulgar o Mundial Fifa 2014. Também foi requerido que outras campanhas do governo sobre a Copa obrigatoriamente se restrinjam a um "caráter educativo, informativo ou de orientação social". 

A publicidade foi vista como propaganda positiva de compromissos que a União não conseguiu cumprir. Para o autor da ação, o procurador da República Ailton Benedito, a campanha publicitária "não condiz com a verdade". A ação foi instaurada na quinta-feira, 22, e divulgada na tarde desta segunda, 26.

PROPAGANDA DOS ‘FEITOS’ DA PETROBRAS INDUZ A ERRO


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A propaganda da Petrobras na TV utiliza gráficos desproporcionais para passar a impressão de “grande crescimento” da produção de petróleo desde o início da era Lula. Nos comerciais, um gráfico fora de escala faz parecer que a produção em 2013 foi quase 11 vezes maior que a de 2002, mas, segundo especialistas do setor, cresceu apenas 2,37% ao ano, em média: de 1,64 milhão para 2,12 milhões em 2013.

O gráfico da Petrobras tem eixo X, que mostra a evolução cronológica em anos, mas não eixo Y. Ou seja, não contabiliza a produção de fato.

O crescimento real da produção da Petrobras é de 29,4% em 11 anos; com uma média de 2,37% ao ano.

Se o gráfico divulgado pela Petrobras fosse correto, deveriam ter sido refinados 21 milhões de barris em 2013. Mas foram só 2,12 milhões. Leia na Coluna Cláudio Humberto.

Genoino pode ter medalha cassada



O mensaleiro José Genoino, preso na Papuda, recebeu há alguns anos a Medalha do Pacificador, outorgada pelo Exército. É dever do comandante do Exército, general Enzo Peri, cassar a medalha do corrupto, sob pena de ser ele próprio processado. Da coluna de Cláudio Humberto:

O comandante do Exército, general Enzo Peri, está sujeito a ação penal pelos crimes de responsabilidade e prevaricação por não cassar a Medalha do Pacificador concedida ao mensaleiro e ex-deputado José Genoino (PT-SP), segundo especialistas consultados pela coluna. Pelo Decreto 4.207 de 2002, o general é obrigado a cassar a medalha ex officio quando o agraciado, como Genoino, é condenado por corrupção.

MEDO

Exército, Ministério da Defesa e Ministério Público Federal fazem jogo de empurra. Todos parecem temer uma posição sobre o caso Genoino.

DEBAIXO DA CAMA

Esta coluna aguarda há meses explicação sobre o caso Genoino, pedida ao gabinete de Enzo Peri por meio do coronel Amauri Silvestre.

NÃO É SÓ MILITAR

Juristas consultados são taxativos: a ação contra Peri não é exclusiva ao âmbito militar. Pode ser acionado na Justiça Federal, por exemplo.

QUE PROBLEMA?

Genoino foi condenado em 2012 pelo Supremo Tribunal Federal, no caso do mensalão. Há quase dois anos, Peri ignora o problema.

segunda-feira, 26 de maio de 2014

Papa pede que Jerusalém seja 'cidade da paz', aberta para todo o mundo


O papa Francisco e o presidente de Israel, Shimon Peres

O papa Francisco pediu nesta segunda-feira que Jerusalém seja a verdadeira cidade da paz, uma cidade aberta a todas as pessoas que desejem visitá-la hoje ou no futuro. Em discurso pronunciado ao lado do presidente de Israel, Shimon Peres, a quem chamou de “artífice da paz”, o sumo pontífice destacou a beleza que significa os “peregrinos e os moradores poderem ir livremente aos lugares santos e participar das celebrações”.

“Os lugares santos não são museus ou monumentos para turistas, mas lugares onde as comunidades de crentes vivem sua fé, sua cultura, suas obras de caridade. Por isso, se deve salvaguardar para sempre sua sacralidade, tutelando assim não só o legado do passado, mas também as pessoas que os visitam hoje e que os visitarão no futuro”, afirmou o papa. “Que Jerusalém seja verdadeiramente a cidade da paz. Que resplandeça plenamente sua identidade e seu caráter sagrado, seu valor universal religioso e cultural, como tesouro para toda a humanidade. Que belo que os peregrinos e os moradores possam comparecer livremente aos lugares santos e participar das celebrações”, acrescentou.

Cannabis na prateleira: Anvisa pode liberar entrada de medicamentos fabricados com o mesmo princípio ativo da maconha


Polêmica plantada na AnvisaA diretoria da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) decidirá, na reunião de quinta-feira, um dos temas mais polêmicos dos últimos tempos.

A cúpula da agência poderá liberar a entrada do medicamento Canabidiol, que tem a cannabiscomo um dos componentes. O princípio ativo da maconha consta na relação de susbtâncias proibidas de entrarem no Brasil pela Anvisa.

Atualmente, a importação de remédios produzidos com cannabis só é autorizada em condições excepcionais – e quando cumprida uma série de exigências burocráticas.

Os pedidos de permissão de importação do Canabidiol, usado no combate a síndromes convulsivas, por exemplo, são analisados caso a caso.

A eventual retirada da cannabis da lista negra da Anvisa escancara a brecha: a partir de então, os laboratórios poderão entrar na agência com pedido de registros para a venda de todo e qualquer medicamento fabricado com a cannabis. Além disso, os pacientes terão como importar esses compostos, sem restrições.

Por Lauro Jardim

Atraso em seis obras do PAC provoca perda de R$ 28 bilhões


A demora do governo em concluir no prazo obras de infraestrutura incluídas no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) causou um prejuízo de R$ 28 bilhões à sociedade, apenas num grupo de seis projetos analisados pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). O valor é próximo ao que se estima gastar na realização da Copa.

O estudo procura medir os benefícios que deixaram de ser gerados para o País apenas pela demora. Leva em conta, por exemplo, o que poderia ter sido a produção agropecuária no Nordeste, caso a transposição do São Francisco tivesse ficado pronta no prazo fixado pelo governo. Ou as receitas de exportação de minérios e grãos que deixaram de ocorrer pelo atraso na construção da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol).

Leia mais em Estadão

Mesmo com decisão judicial, pacientes não passam por cirurgias


Reportagem do Fantástico deste domingo (25) mostra a dificuldade enfrentada pelos brasileiros na rede pública de saúde, onde pacientes, mesmo com decisões judiciais em mãos, não conseguem realizar cirurgias e exames.

A falta de estrutura e desorganização em hospitais foram apontados em relatório pelo Tribunal de Contas da União (TCU). De acordo com o levantamento, em 81% dos hospitais visitados pelo TCU, os administradores reconheceram que há menos profissionais do que seria necessário para atender todos os pacientes que procuram atendimento.

Leia mais em G1

Alianças partidárias estão na raiz da corrupção



Como ocorre às vésperas de toda eleição, o espírito de bazar baixou na política brasileira. Os partidos negociam seu tempo de propaganda no rádio e na tevê à luz do dia, na frente das crianças. Barganha-se de tudo, com exceção da mãe, que não tem valor de mercado. Há cenas constrangedoras, como a que aparece na foto acima. Um encontro de Dilma Rousseff com Fernando Collor. Um rindo para o outro, em comunhão fraternal de interesses.

Captada há quatro dias, essa imagem simboliza o paradoxo que aprisiona os candidatos no Brasil: antes de se vender no horário eleitoral como protótipos do avanço, eles entregam a alma ao atraso em troca de alguns minutos adicionais de propaganda eleitoral. Com isso, o país vive sob uma eterna crise de compostura. As ruas são incapazes de enxergar ética nos políticos. E os políticos são incapazes de demonstrá-la.

No mercado da baixa política, o preço dos partidos aumenta na proporção direta do tamanho de suas bancadas na Câmara. Quanto mais deputados federais uma legenda possui, maior o seu tempo de propaganda. Leva a mercadoria o candidato que oferecer mais vantagens: verbas, estrutura de campanha e, sobretudo, posições na engrenagem do Estado que sirvam de trampolim para o fechamento de negócios.

ZAGALLO DESABAFA


O PT VAI AMARELAR…E ABANDONAR O VERMELHO?


O marqueteiro João Santana, comandante da propaganda petista, decretou: “o PT deve “amarelar” nesta eleição”.

Santana mandou abolir o vermelho – cor tradicional do partido – no material gráfico da campanha pela reeleição da Dilma, comenta o jornalista Sérgio Garschagen.

Devem predominar o tom alaranjado e amarelo. Vermelha só a estrela do partido. Mesmo assim no cantinho, pequena, quase saindo do papel.

Dirigentes e militantes antigos estão chateados e nervosos com a mudança e alegam que “quanto mais a a campanha se afastar da identidade partidária menor a mobilização da militância”, segundo Florisvaldo Souza, secretário nacional do PT.

Na verdade, o vermelho está cada vez mais ligado à anarquia, às badernas e aos quebra-quebras das manifestações populares, que crescem a cada dia – e devem crescer ainda mais em breve.

E também está atrelado ao mau desempenho do governo petista, com muito mais promessas e mentiras sobre realizações, do que com fatos concretos e realizações de verdade.

A estratégia do amarelo prevê, provavelmente, uma vitória da seleção brasileira na Copa do Mundo, mas se esquecem de que o amarel0 e o azul são cores do PSDB.

E se o Brasil não ganhar a Copa?

Como vai ficar? Uma eleição com todos de amarelo?

Trair a identidade é, penso, um sinal claro de falta de coragem de enfrentar a realidade atual e histórica.

domingo, 25 de maio de 2014

Assessora do filho de Zé Dirceu é presa por tentativa de golpe na CEF


A assessora do deputado Zeca Dirceu (PT-PR), Lucy Mary Silvestre Esteves, foi presa em flagrante neste sexta-feira ao usar um alvará com assinatura falsa do juiz Márcio Augusto Perroni, para sacar R$ 30 mil reais de um suposto pagamento de ordem judicial na Caixa Econômica Federal. O delegado Rogério Lopes, chefe da Divisão Policial do Interior, da Polícia Civil, disse que não encontrou indícios comprovando o envolvimento do deputado e filho do ex-ministro José Dirceu no caso.

Após a prisão, Zeca Dirceu divulgou uma nota anunciando a exoneração da assessora.“Lucy Steves, que exercia a função de telefonista há um ano, já foi exonerada. Se a funcionária cometeu ilegalidades, fez fora do escritório e sem o conhecimento da equipe”, disse o deputado na nota, afirmando desconhecer o suposto esquema para fraudar os saques na Caixa Econômica.

As investigações estão a cargo das polícias Civil e Federal, mas a a acusada está detida nas dependências da Polícia Civil de Umuarama, interior do Paraná. Ao ser presa, a assessora revelou ser contratada pela Câmara Federal, mas prestar serviços ao escritório de Zeca Dirceu de Umuarama.

Segundo o delegado Rogério Lopes, Lucy Mary compareceu a uma agência da CEF, na última quinta, para fazer a retirada dos R$ 30 mil, apresentando uma ordem judicial do fórum de Alto Piquiri, o mesmo onde trabalham sua filha Daniele e atua o juiz Perroni. O gerente da agência, no entanto, duvidou do documento apresentado, adiou o saque para ontem. Nesse tempo, ligou para o juiz, que confirmou a fraude de sua assinatura, e chamou a polícia para preparar o flagrante.
(…)

Dilma rebate Ronaldo e esquece arquibancada



Dilma ficou Rousseff da vida com Ronaldo. O ex-craque dissera estar “envergonhado” com os desacertos do Estado na preparação da Copa. E a presidente, abespinhada:

“Tenho certeza da nossa capacidade, do que fizemos, das nossas realizações. Não temos por que nos envergonhar. E não temos complexo de vira-latas, tão bem caracterizado por Nelson Rodrigues se referindo aos eternos pessimistas sempre.”

Dilma deveria desperdiçar um naco do seu tempo ouvindo o barulho que vem da arquibancada. Ronaldo não fez senão ecoar esses ruídos. E o fez de maneira até delicada, talvez por pertencer ao Comitê Organizador da Copa.

Pesquisa que o Datafolha realizou em São Paulo e trouxe à luz há dois dias oferece à presidente um kit básico de conhecimentos capaz de restaurar-lhe a audição. Eis os cinco tópicos essenciais:

1. Roubalheira: nove em cada dez paulistanos (90%) acreditam que existe corrupção nas obras da Copa. Apenas 6% acreditam que não há desvios.

2. Atrasos: três em cada quatro entrevistados (76%) avaliam que o Brasil não está preparado para receber a Copa. Mesmo entre os 22% que acham que o país está preparado há uma divisão. Nesse nicho, 9% dizem que o preparo é total. Para 13%, o Brasil está preparado apenas parcialmente.

3. Contra e a favor: nada menor que 43% dos entrevistados declararam-se contra a realização da Copa no Brasil. É uma taxa praticamente igual aos 45% que dizem ser a favor do evento.

4. Custo-benefício individual: para 59% dos paulistanos, a Copa trará mais prejuízos do que benefícios para si. Apenas 24% acham que os benefícios da Copa prevalecerão sobre os prejuízos.

5. Custo-benefício coletivo: para 66%, a Copa trará mais prejuízos do que benefícios para os brasileiros em geral. Outros 28% avaliam os benefícios à população serão maiores.

Pois bem. O que disse Ronaldo? Ele se queixou da “burocracia toda”, da “confusão”, do “disse-me-disse” e dos “atrasos”. E sapecou: “É uma pena. Eu me sinto envergonhado, porque é o meu país, o país que eu amo, e a gente não podia estar passando essa imagem para fora.”

Quer dizer: foi mais um lamento do que uma crítica. Ronaldo está mais para realista do que para pessimista. Dilma evocou o “complexo de vira-lata” de que falava Nelson Rodrigues. Hummm!

O velho cronista também ensinou: “O brasileiro tem suas trevas interiores. Convém não provocá-las. Ninguém sabe o que existe lá dentro.”

Líder em todas as pesquisas no Rio Grande, Ana Amélia fecha com Aécio



O senador mineiro Aécio Neves, pré-candidato do PSDB à Presidência da República, afirmou neste sábado, 24, que a definição do vice na sua chapa será feita de forma conjunta. "Não é uma decisão individual do candidato", disse durante coletiva de imprensa na capital gaúcha, no evento de lançamento da pré-candidatura da senadora Ana Amélia Lemos (PP) ao governo gaúcho.

Ana Amélia chegou a ser apontada como um nome forte para ser vice de Aécio, mas acabou prevalecendo a vontade do diretório estadual do PP de lançá-la à disputa no Estado, onde aparece em primeiro lugar nas pesquisas de intenção de voto. No Rio Grande do Sul, a coligação para a candidatura de Ana Amélia é formada por PP, PSDB e Solidariedade.

"Estamos aqui hoje para lançar a candidatura de Ana Amélia. Estamos aqui para atender a uma demanda claríssima da população do Rio Grande do Sul. Eu respeito muito a vontade do povo gaúcho, não seria eu o responsável por provocar uma revolta", disse em tom de brincadeira, negando que ainda haja a possibilidade de que ela componha sua chapa no pleito nacional.

O senador afirmou que a convenção nacional do partido acontece no dia 14 de junho e que, até esta data, espera que o nome do seu vice esteja definido. "Será uma pessoa que nos ajudará a recuperar muitas coisas perdidas no Brasil. Precisamos reposicionar o País nas cadeias globais de produção e avançar na qualificação de nossos programas na área social", revelou. "Não existe melhor medida para a área social que usar bem os recursos públicos." (Estadão)