quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

Depois da tempestade, 2015 trará a cobrança


Primeiro, a boa notícia: às vésperas do encerramento do ano, o ministro Guido Mantega veio à boca do palco para informar que a economia do Brasil nunca esteve tão sólida. Agora, a melhor notícia: dentro de 24 horas, não haverá mais Guido Mantega no Ministério da Fazenda. Mas, atenção, essas são as únicas novidades alvissareiras deste ocaso de 2014.

Se alguém lhe desejar um ‘próspero Ano-Novo’ à zero hora desta quinta-feira, 1º de janeiro de 2015, desconfie —é cinismo, ingenuidade ou desinformação. Hoje, prosperidade é outro nome para ilusão. Chama-se Joaquim ‘Mãos de Tesoura’ Levy o substituto de Mantega. Ele chega para desfazer os truques. Depois da tempestade provocada pela contabilidade criativa, virá a cobrança.

O otimismo é uma obsessão das passagens de ano. Se, ao mastigar a lentilha, você ficar tentado a entrar na onda, experimente fazer um exercício mental. Imagine que o Brasil pode melhorar, deve melhorar, tem que melhorar. Finja que o momento é agora. Simule otimismo. Faça cara de quem acredita que tudo dará certo em 2015. Muito bem. Agora, pense no novo ministério da Dilma.

O Kassab nas Cidades, El Cid na Educação, o filho do Jader na Pesca, o afilhado do Renan no Turismo, o pastor da Universal no Esporte, o amigo do Valdemar Costa Neto nos Transportes e um estonteante etcétera… Desanimou, certo? Natural. É impossível pensar no novo ministério da Dilma e continuar otimista. Não há o menor risco funcionar.

Antes mesmo do Ano-Novo, Dilma decidiu que, no segundo mandato, será outra mulher. Ela se apalpou e detectou insuspeitados focos de prosperidade na cintura. Numa noite úmida do verão brasiliense, acordou sobressaltada no Alvorada. Sonhara que era o Delfim Netto. Teve de certificar-se de que a escolha de Levy não fizera dela uma neoliberal, embora precisasse de uma dieta. Se tudo der certo, chega à hora da posse 13 quilos mais magra. No momento, pesa-lhe apenas a consciência.

Alguém que ainda consegue discursar em defesa da moralidade depois de ter comandado o Conselho de Administração da Petrobras e de não ter notado que o patrimônio nacional era saqueado pelos esquemas que acompanham o petismo no poder…, uma pessoa assim tão, digamos, distraída, é um desafio à oftalmologia, não a presidente reeleita que 2015 mereceria para ser feliz.

Dentro de poucas horas, na cerimônia de posse, Dilma lerá mais um pronunciamento com as digitais de João Santana. Apelará para a fantasia que substitui e redime a realidade. Melhor que seja assim, porque a fantasia é sempre uma opção preferível ao caos. De resto, o convívio com empulhações é uma velha característica da vida nacional. Por que discriminar 2015? Não seria justo.

O país vive uma fase de especial vigor dessa sua peculiaridade. A inflação, os juros e a dívida pública estão nas alturas. O bom senso e o PIB rastejam próximos de zero. Mas o governo celebra o pleno emprego. Depois de uma eleição em que brincou de esconde-esconde, a presidente mostra a faca. Mas não corta direitos dos trabalhadores. Apenas corrige “distorções”.

Dilma leva ao pé da letra o lema de sua campanha: governo novo, ideias novas. Em alguns setores, tem-se a impressão de que, de fato, nada será como antes. Do ponto de vista econômico, Dilma aderiu a Aécio Neves. Se tudo correr como foi planejado por Lula, a presidente fará com Levy aquilo que a lógica e o mercado financeiro esperam dela. Na hipótese de dar certo, a situação vai piorar bastante antes de melhorar.

Pode haver algum desemprego. Mas ninguém deve se preocupar. O sucesso da dieta afastou o risco de a Dilma ser um Delfim Netto disfarçado. Ela continua sendo uma governante de esquerda. Mantém o ideal socialista amparada por uma estrutura parlamentar dominada pelo reacionarismo. Mas não vai barganhar a alma —mesmo porque ela continua prometida ao Lula.

Se você quiser, a despeito de tudo, continuar a crer num “próspero 2015” sem correr riscos, convém simplificar sua ilusão e adotar certas precauções. Sempre que der de cara com o Paulo Maluf defendendo o governo, não desanime. A Justiça Eleitoral considerou-o um ficha-limpa. Ele estará na Câmara em 2015. A reincidência do Maluf é parte da prosperidade de faz-de-conta.

Leve no bolso do colete uma dose de ceticismo. Não traz felicidade, mas funciona como uma espécie de Isordil metafórico. Evita, por exemplo, o infarto dos eleitores de Dilma na hora que se derem conta de que votaram no aumento do superávit primário. Paciência. Embora o João Santana não tenha avisado, é assim mesmo. Depois da tempestade, sempre vem a cobrança.

Para que o ruim não fique ainda pior, abra bem os olhos na hora da virada. Do contrário, o último a sair de 2014 rouba a luz.

terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Nova ministra foi autora de parecer que classificou obra de Monteiro Lobato como racista


Nilma: parecer contra livro de Monteiro Lobato
Nilma: parecer contra livro de Monteiro Lobato


A futura ministra da Igualdade Racial, Nilma Gomes, foi a autora do parecer do Conselho Nacional de Educação que classificou como racista Caçadas de Pedrinho, de Monteiro Lobato, e propôs que a obra fosse banida do Programa Nacional Biblioteca na Escola.

Na semana passada, Luiz Fux rejeitou no STF um mandado de segurança do Instiuto de Advocacia Racial que pedia a retirada do livro da lista de leitura obrigatória em escolas públicas.

Por Lauro Jardim

E a vaca Tossiu!




Os ministros da Casa Civil, Aloizio Mercadante, e do Planejamento, Nelson Barbosa, que tomará posse na quinta-feira, anunciaram medidas provisórias que mudam os critérios de adesão a benefícios previdenciários, como seguro-desemprego e pensão por morte. As mudanças, segundo os ministros, devem acarretar em economia de 18 bilhões de reais em 2015 — ou 0,3% do Produto Interno Bruto. As MPs passam a valer a partir de terça-feira, dia em que serão publicadas no Diário Oficial da União.

Nesta segunda-feira, o Tesouro Nacional divulgou o resultado fiscal do governo de janeiro a novembro: um rombo recorde de 18,31 bilhões de reais. Isso significa que até o penúltimo mês do ano, a arrecadação do governo não havia sido capaz (nem de perto) de superar seus gastos. Houve desaceleração nas receitas e o rombo previdenciário não diminuiu no mesmo compasso: ficou em 58 bilhões de reais no acumulado dos onze primeiros meses do ano. No mesmo período de 2013, havia alcançado 60 bilhões de reais.

As MPs, que, na prática, significam uma 'minirreforma' previdenciária, precisam ter a validade confirmada pelo Congresso Nacional no prazo de até 120 dias. As mudanças se aplicam aos novos beneficiários — e não para aqueles que já recebem o benefício com base nas regras antigas. (Clique para continuar lendo).

CADÊ O RETORNO?


IMPOSTÔMETRO CHEGA A R$ 1,8 TRILHÃO EM 2014 E BATE NOVO RECORDE

Impostometro 1.8 trilhao

O Impostômetro passou de R$ 1,8 trilhão na tarde desta segunda-feira, 29. O painel da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), localizado na Rua Boa Vista, no centro de São Paulo, revela o total de impostos federais, estaduais e municipais pagos pelos brasileiros ao longo do ano. Neste ano de 2014, a soma representa um recorde em relação ao volume de impostos pagos pelos brasileiros em 2013, que ficou em cerca de R$ 1,7 trilhão.

“Esse número mostra que a arrecadação tributária cresceu, acompanhando o aumento da inflação em 2014″, diz Rogério Amato, presidente da ACSP e da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp).

No site do Impostômetro (www.impostometro.com.br), é possível calcular o que dá para fazer com todo o dinheiro arrecadado. Com R$ 1,8 trilhão, seria possível, por exemplo, pagar 12,8 trilhões de bolsas famílias, 2,4 trilhões de salários mínimos ou mais de 22,5 milhões de casas.

O recorde deste ano, segundo a associação, segue o aumento dos principais impostos, como o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), que incidem sobre os preços e refletem a inflação.

Em 2005, segundo a Receita Federal, a carga tributária do país era de 33,38% do Produto Interno Bruto (PIB). Em 2013, a soma passou a representar 35,95% do PIB.

segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Ator global ataca os rivais de Dilma: ‘se foderam’


Josias de Souza


Ator da TV Globo e militante virtual do PT, José de Abreu revela-se nas redes sociais um democrata sui generis. Não nega a ninguém o direito de concordar inteiramente com ele. Entusiasta da reeleição de Dilma Rousseff, Zé de Abreu, como costumam chamá-lo, trata os antagonistas da presidente como inimigos do povo.

Na noite deste domingo, encarnando um personagem de si mesmo, o ator distribuiu ponta-pés via Twitter. Numa mensagem, anotou: “Alô Aécio [Neves], Roberto Freire, Osmarina Silva. Vocês se foderam.” Noutra, escreveu: “Alô senador Cristovam [Buarque], Pedro Simon, Jarbas [Vasconcelos] e outros ex-esquerdistas: vocês se foderam.”


Alvejado abaixo da linha da cintura, Cristovam (PDT-DF), cujo nome foi grafado incorretamente (Cristóvão), reagiu à grossura com fina ironia: “Só porque a prima dele virou ministra da Agricultura!”, cutucou, referindo-se a Kátia Abreu, uma senadora ruralista que carrega o mesmo sobrenome do agressor e que acaba de ser alçada à Esplanada por Dilma. Pela lógica, a provocação de Cristovam deveria constranger Zé de Abreu. Mas o ator é movido por uma fé que lembra a origem cristã de muitos militantes petistas. O ingrediente da dúvida está excluído do seu credo. Suas certezas vêm de dogmáticas revelações divinas.

Para quem já defendeu que o mensalão é uma fábula e que José Dirceu não passa de um injustiçado, digerir a nova equipe de Dilma é algo trivial: “O novo ministério da Dilma foi o que ela conseguiu montar. Ela não é burra. Joga com as cartas que tem na mão. Um presidente não pode blefar.”

O ator ainda não se deu conta, mas faz papel de bobo. Passada a eleição, Dilma sucumbiu sem ressalvas ao receituário econômico da oposição. Entregou a pasta da Fazenda a um eleitor de Aécio, o ex-diretor do Bradesco Joaquim Levy. Que irá aplicar o programa de ajustes do tucanato. Guiando-se por autocritérios, Zé de Abreu talvez devesse dar uma olhada no próprio traseiro. Está avariado.

Como a ficha ainda não lhe caiu, o democrata do ponta-pé borrifa otimismo na internet. Num instante em que até Dilma já contabiliza 2015 como um ano duro de roer, Zé de Abreu posa de inocente útil numa Pasárgada imaginária: “Alô Brasil que reelegeu a Dilma: você se deu bem. E vai se dar ainda melhor nos próximos 4 anos…”

domingo, 28 de dezembro de 2014

Executiva diz na Justiça que PT "exigiu" sua demissão


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Inconformada com sua demissão da Superintendência de Consultoria de Investimentos Select (clientes de alta renda) do Banco Santander - medida que atribui a uma suposta perseguição política por parte do PT e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva -, Sinara Polycarpo Figueiredo entrou com ação na Justiça do Trabalho. Ela pede declaração de nulidade da rescisão contratual e sua recontratação no cargo "com todas as vantagens e benefícios", além de pagamento de indenização por danos materiais e morais estimada em 200 vezes o salário integral que recebia - cerca de R$ 50 mil mensais.

Sinara foi demitida em 30 de julho em meio à polêmica criada em torno de uma correspondência enviada aos clientes do Santander com renda superior a R$ 10 mil, informando-os sobre "os riscos da reeleição" da presidente Dilma Rousseff para a economia do país. A carta circulou no primeiro mês de campanha oficial.

Na ação distribuída para a 78ª Vara do Trabalho de São Paulo, a ex-superintendente afirma que não tinha conhecimento da mensagem e que o texto não foi submetido à sua revisão, tendo sido encaminhado por uma analista financeira "diretamente ao Departamento de Marketing, que providenciou a remessa aos clientes". Além de Sinara, outros dois funcionários foram demitidos.

Ela sustenta que teve ciência da carta "somente 15 dias após, quando um dos clientes reclamou do teor da opinião do banco". Sinara ressalta que "o PT, através de seus máximos dirigentes, inclusive o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, exigiu em manifestações públicas, em entrevistas para toda imprensa do País, a demissão de empregados do Santander".

"Houve imediata subserviência do banco às forças políticas, ao clamor político partidário", assinalam os advogados Rubens Tavares Aidar e Paulo Alves Esteves, constituídos por Sinara. Para eles, o banco "cedeu o poder de comando do empregador ao PT, de modo tão servil que o próprio presidente do partido foi o arauto para a imprensa de que os empregados do setor seriam demitidos".

"Agrava-se a discriminação quando se sabe que ela (Sinara) não praticou, não concorreu, nem tinha o menor conhecimento dos fatos, sendo execrada e covardemente despedida", destacam os advogados. Admitida em 4 de abril de 2006 como assessora de investimentos, Sinara foi despedida "sem justa causa, abruptamente, por meio de telegrama, com aviso prévio indenizado". Seu último salário fixo foi de R$ 32.785,74 - acrescidos de bônus anual de valor variável, perfazia média de R$ 50 mil mensais.

O Santander não se pronunciou. "O Santander informa que não se manifesta em casos sob o exame da Justiça", anotou a instituição, por meio de sua vice-presidência de Comunicação e Marketing. O PT, por sua assessoria de imprensa, informou que "não vai se pronunciar sobre o assunto". A assessoria de Lula não retornou contato por e-mail da reportagem.

(Com Estadão Conteúdo)

SUSPEITA SOBRE POLÍTICOS SUBORNADOS REFORÇA NOVA CPI


listão da propina 01

Lideranças de oposição no Congresso dizem que, diferentemente do que ocorreu com as cinco CPIs que tiveram a Petrobras como alvo nos últimos 25 anos, uma nova Comissão Parlamentar de Inquérito no ano que vem poderá apresentar resultados mais concretos desta vez.

Os oposicionistas afirmam que dão fôlego a uma nova CPI o envolvimento de parlamentares com o esquema de corrupção na estatal e até a decisão da cidade de Providence, capital do estado norte-americano de Rhode Island, de ter incluído em uma das ações contra a companhia a presidente Dilma Rousseff, conforme revelou o jornal O Estado de S. Paulo neste sábado, 27.

Além de Dilma, 11 autoridades e empresários são arroladas como “pessoas de interesse” da ação. Entre elas, o atual ministro da Fazenda, Guido Mantega, o empresário Jorge Gerdau e o executivo Fábio Barbosa, presidente do Grupo Abril, todos eles ex-integrantes do Conselho de Administração da Petrobras.

O líder do PPS na Câmara, Rubens Bueno (PR), disse que, ao contrário das investigações anteriores, não há como a base do governo tentar “acobertar” os desmandos da estatal.
“Isso caiu por terra porque a Justiça, o Ministério Público e a Polícia Federal começaram a agir e atropelaram a base do governo em relação a essas denúncias”, disse.
Para o presidente do DEM, senador Agripino Maia (RN), não há como a base aliada votar contra “evidências contundentes” de irregularidades contra a estatal. Ele considerou como um “fato inédito” o fato de um caso de corrupção no Brasil ser objeto de um pedido de abertura de processo nos EUA contra uma empresa estatal brasileira.

listao da propina 02

A situação da oposição, porém, não está confortável diante das denúncias da Operação Lava Jato. O ex-diretor Paulo Roberto Costa, por exemplo, afirmou em um dos depoimentos da delação premiada que Sérgio Guerra, ex-presidente do PSDB e ex-senador que morreu em março deste ano, recebeu R$ 10 milhões de uma empreiteira do esquema para que os tucanos ajudassem a esvaziar a CPI da Petrobras que funcionou no Congresso no ano de 2009.

A direção do PSDB nega que o partido tenha colaborado para enterrar a apuração.

Dissonante

Autor de três pedidos de CPI da Petrobras, o vice-líder do PSDB no Senado, Alvaro Dias (PR), acredita, diferentemente de seus colegas, que uma nova CPI pode não ser tão eficaz no momento.

Segundo ele, o melhor para o Congresso seria propor a criação de uma CPI do BNDES, na qual poderiam ser investigados empréstimos do banco a empreiteiras envolvidas na Operação Lava Jato.

“Temos que alargar o foco e até para achar outros vínculos”, disse o senador tucano, ressalvando que essa é uma posição pessoal e não da bancada, que ainda não se reuniu para discutir o assunto. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

sábado, 27 de dezembro de 2014

Ação da Petrobras vale menos que o panetone


As ações da Petrobras voltaram a cairno pregão desta sexta-feira. Os papéis ordinários, com direito a voto, recuaram 6,66%. Os preferenciais, 6,56%. Lipoaspiradas, as ações ON foram cotadas novamente abaixo dos R$ 10, estacionando em R$ 9,85. Não dá para comprar um panetone de frutas. De acordo com o site buscapé, o preço de um panetone da marca Visconti varia de R$ 10,79 a R$ 13,29. Se for Bauducco, vai de R$ 19,95 até 29,99.

Deve-se o recuo às más notícias que fluem da maior estatal brasileira como vazamento de petróleo em alto mar. Depois de certo estágio, é difícil deter a mancha. Na noite de terça-feira, a agência de classificação de risco Moody’s informou que submete a nota da Petrobras a uma reavaliação. Pode rebaixá-la. Passado o feriado do Natal, a notícia ecoou negativamente na Bovespa.

Há quatro dias, instada a comentar a petrorroubalheira que fez da Petrobras um caso de polícia, Dilma Rousseff disse, em entrevista, que a estatal, do ponto de vista da produção, “vai bem, obrigada''. Informou que Graça Foster fica no comando. E acrescentou: “Trabalhamos com o seguinte fato: uma luta incansável para não rebaixarem a nota'' da companhia. Ficou a impressão de que, nessa luta, o acionista da Petrobras entra com a cara.

sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

Blogueiro é morto a tiros dentro de casa


Blog Ubatuba Cobra, mantido pela vítima do homicídio  (Foto: Reprodução/Blog Ubatuba Cobra)

O blogueiro Marcos Leopoldo Guerra, de 51 anos, foi morto na noite desta terça (23) atingido com três tiros dentro da própria casa no bairro do Tenório em Ubatuba, no litoral norte do estado.

De acordo com a Polícia Civil, ele ouviu um barulho na rua e foi até a janela ver o que estava acontecendo quando foi atingido pelos disparos. Marcos era advogado e mantinha um blog no qual fazia críticas e denúncias contra políticos da cidade. O advogado era solteiro e morava com o pai dele, de 85 anos.

O delegado que investiga o caso, Fausto Cardoso, disse que a polícia procura ligações entre as denúncias e o crime. A rua em que a vítima morava é sem saída e vizinhos disseram que depois dos tiros, viram dois homens fugindo em uma moto. Até o momento ninguém foi preso.
“Estamos vendo se tem alguma câmera naquelas imediações para analisarmos as filmagens, nossa equipe de investigação está desde o momento do crime até agora nas ruas tentando elucidar a autoria desse crime”, afirmou.

Cardoso afirmou ainda que vai analisar se o crime tem relação com a página que a vítima mantinha na internet. Nós também vamos analisar o blog para tentar pegar algum elemento que ajude na elucidação do delito”, disse. Segundo ele, o pai da vítima disse em depoimento que o blogueiro recebia constantes ameaças por causa do blog.

TRABALHADOR PODE CONSULTAR FGTS EM PÁGINA DA INTERNET


FGTS Foto divulgacao

O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) criou um página na internet que permite ao trabalhador consultar os rendimentos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). O sitefaz parte da campanha do ministério #meufgts, lançada nas redes sociais para esclarecer a população sobre os recursos do fundo.

A página tira dúvidas sobre o Fundo e disponibiliza uma lista dos questionamentos mais comuns, como direitos e condições para utilizar os recursos para aquisição da casa própria, por exemplo.

O site reune também informações para quem quer sacar o FGTS e como o trabalhador que não tem acesso à internet pode consultar o extrato do fundo. Além dessas dicas, dá informações sobre os demais canais de atendimento disponíveis e como sacar os recursos no exterior, além de vídeos. (Daniel Lima/ABr)

CIDADE AMERICANA ABRE PROCESSO CONTRA FOSTER, BARBASSA E 15 BANCOS


A ação coletiva alega que o valor destes títulos vendidos pela Petrobras refletem ativos financeiros inflados pela empresa para encobrir as propinas

O processo aberto contra a Petrobras pela cidade norte-americana de Providence, capital do Estado de Rhode Island, na véspera de Natal, inclui 13 executivos da administração, duas subsidiárias no exterior e 15 bancos envolvidos na emissão de papéis da companhia. Aparecem como réus a presidente da empresa, Graça Foster, e o diretor financeiro Almir Barbassa, de acordo com cópia do documento de 70 páginas obtida pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado.

Além dos executivos, o processo do escritório Labaton Sucharow, com sede em Nova York, inclui como réus 15 bancos que participaram da emissão dos US$ 98 bilhões em papéis no mercado de capitais pela Petrobras para financiar seus projetos de investimento. Entre os bancos, são citados nomes como Itaú BBA, Bradesco BBI, Morgan Stanley, Citigroup, Santander Investment Securities, JPMorgan e Morgan Stanley.

A ação coletiva alega que o valor destes títulos vendidos pela Petrobras refletem ativos financeiros inflados pela empresa para encobrir as propinas recebidas de empreiteiras e outras prestadoras de serviços. Além disso, o material distribuído aos investidores durante as ofertas dos papéis possui um conjunto de informações enganosas, que omitem, por exemplo, as práticas de corrupção na petroleira.

Quando as denúncias começaram a revelar o esquema, destaca o texto, o valor dos papéis da Petrobras despencou no mercado financeiro, causando prejuízo aos investidores. Outros investidores que compraram os títulos da empresa e também tiveram perdas podem entrar na ação da cidade de Providence.

A cidade de Providence processa também duas subsidárias da empresa brasileira no exterior, a Petrobras International Finance Company, de Luxemburgo, e a Petrobras Global Finance BV, com sede na Holanda. A emissão de bônus da empresa no exterior foi feito por meio destas duas subsidiárias. A primeira companhia, por exemplo, vendeu US$ 7 bilhões em papéis em 2012.

Da administração, 13 pessoas aparecem com réus. Além de Graça Foster e Barbassa, o gerente executivo, José Raimundo Brandão Pereira, e outros nomes, que incluem Mariângela Monteiro Tiziatto e Daniel Lima de Oliveira, também são citados.

A cidade de Providence tem um fundo de pensão dos funcionários públicos atuais e aposentados. Foi este fundo que aplicou em papéis da Petrobras e que alega ter tido prejuízos por conta da operação Lava Jato. O fundo tem US$ 300 milhões aplicados em ações, renda fixa e outros investimentos. Até agora, as ações coletivas de investidores contra a Petrobras nos EUA processavam apenas a empresa e não executivos e subsidárias.

O processo da cidade de Providence cita ainda os projetos da Petrobras para aumentar investimentos nos últimos anos, incluindo aqueles para extrair óleo do pré-sal. Um dos mencionados é a compra da refinaria em Pasadena, no Texas, por US$ 360 milhões. Para financiar as várias obras a empresa emitiu US$ 98 bilhões em papéis no Brasil e no exterior, em renda fixa e ações.(AE)

NOVO MINISTRO DE DILMA, FILHO DE JADER BARBALHO RESPONDE POR FRAUDES


jader lula helder barbalho
Jader com o aliado Lula e o não menos enrolado filho Helder (camisa escura): improbidade administrativa

Convidado para comandar o Ministério da Pesca e Aquicultura no governo Dilma II, Hélder Barbalho (PMDB-PA), 35, responde a dois processos na Justiça Federal por improbidade administrativa quando foi prefeito de Ananindeua, perto de Belém. Em uma das ações, o Ministério Público pediu o bloqueio dos seus bens por comprar remédios e contratar serviços para Saúde de empresas fantasmas.

A gestão de Hélder Barbalho sumiu com R$ 1,8 milhão destinados a programas de Saúde, diz o MPF. Despesas nunca foram comprovadas.

Auditoria do Ministério da Saúde achou fraudes na compra de ambulância. A vencedora, a Planan, é pivô da Operação Sanguessuga.

O ex-prefeito é investigado ainda pelo MPF por suposto desvio de R$1 milhão em convênio com Funasa para construir estação de esgoto.

Filho de Jader Barbalho, um dos poucos políticos brasileiros algemados pela Polícia Federal, Hélder também é acusado de não recolher INSS. Leia na coluna Claudio Humberto.

quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

FELIZ NATAL AMIGOS!!!


INDULTO DE DILMA FEITO À MEDIDA PARA O MENSALEIRO GENOINO


jose genoino 03Edição extra do Diário Oficial da União publicada nesta quarta-feira, 24, traz um decreto assinado pela presidente da República, Dilma Rousseff, que concede indulto natalino a presos que obedecem critérios relativos a tempo de pena e comportamento. A defesa do ex-deputado e ex-presidente do PT, José Genoino, deve estudar o decreto nos próximos dias para pedir que o benefício seja
aplicado ao condenado no julgamento do mensalão.

O indulto é um perdão que faz com que o restante da pena não seja cumprida. As regras para concessão do benefício são definidas pelo Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária.

Podem ser beneficiados, por exemplo, presos em regime aberto ou domiciliar, desde que falte oito anos ou menos para terminar a pena e tenham cumprido, no mínimo, um terço da punição. Presos com doenças graves comprovadas por atestado médico também são potenciais beneficiários.

A concessão do indulto não é automática. A defesa do condenado deve fazer um pedido à Justiça, mostrando que cumpre os critérios fixados pelo decreto. A partir daí, cabe ao Judiciário decidir se concede ou não o benefício.
Histórico. Genoino foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por corrupção. Sua pena foi fixada em 4 anos e 8 meses.

Atualmente, o ex-deputado está em regime aberto e já cumpriu um quarto do tempo total. O advogado Cláudio Alencar, que defende Genoino, disse que ainda não viu o decreto e que deve examinar o texto e calcular precisamente quantos dias ele já cumpriu antes de pedir o indulto.

Nesta semana, outro condenado pelo mensalão, o também petista João Paulo Cunha, recebeu autorização do STF para passar o fim de
ano com a família. (Fábio Brandt, AE)

Cinco presentes de Natal muito úteis para Dilma


Difícil presentear uma presidente da República. Há até umaresolução da Comissão de Ética Pública impondo limitações. Vão abaixo cinco sugestões de mimos que podem ser dados a Dilma Rousseff sem ferir as normas:

1. Sabonete: uma mão lava a outra, dizem os aliados ao trocar espaço na Esplanada por apoio congressual. Depois, descobre-se que o resto continua sujo.

2. Um frasco de Autocrítica: é menos prazeroso que o autoelogio. Mas permite à autoridade notar que também está sujeita à condição humana.

3. Meio quilo de senso de ridículo: já pensou que Brasil extraordinário teríamos se, de repente, um surto de ridículo se abatesse sobre Brasília?

4. Lentes novas: governos têm dois tipos de aliados: os ruins e os muito ruins. O segredo está em discernir uns dos outros. Não é fácil. Os gatunos ficam cada vez mais pardos. Mas, com boas lentes, pode-se reconhecer um rato mesmo num gato.

5. Vídeo: compacto com os melhores momentos do depoimento do delator Paulo Roberto Costa ao juiz Sérgio Moro, em 8 de outubro. Trecho obrigatório: “Se houve erro —e houve, não é?— foi a partir da entrada minha na diretoria [de Abastecimento da Petrobras] por envolvimento com grupos políticos, que usam a oração de São Francisco, que é dando que se recebe. Eles dizem muito isso. Então, esse envolvimento político […] é uma mácula dentro da companhia…”

quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

Brasil, casse a concessão da pilhagem


Guilherme Fiuza
Um deputado do PT propôs transformar as manifestações golpistas em crime hediondo. Pulemos o registro da demagogia e da desonestidade intelectual, porque isso já é intrínseco ao modus operandi do partido. O que vale registrar é a tática definida daqui para a frente contra o cerco do petrolão: construir uma narrativa de injustiça contra os defensores do oprimido. O governo popular acabou. Iniciará uma Presidência-fantasma em 1º de janeiro, com sua credibilidade apodrecida e um único objetivo: não ser enxotado pelo impeachment. Não será fácil.

A bravata do tal deputado fica no terreno do folclore. Cultivar o fantasma do golpe é um dos truques preferidos dos companheiros. É bem verdade que eles têm o plano – e aí não é folclore – de controlar a imprensa, com o mesmo argumento de que a burguesia quer derrubar o governo popular a golpes de manchete. Se Chávez, Kirchner e sua turma conseguiram, por que não tentar no Brasil? Enquanto isso, aproveitam para dizer que os protestos contra o governo podre são atos pela volta da ditadura.

Não percamos mais tempo com isso. O grande herdeiro da ditadura militar no Brasil é o PT. Tanto Dilma quanto os mensaleiros vivem eternamente da mitologia da resistência aos milicos, um heroísmo canastrão do qual extrairão até a última gota de propaganda maniqueísta. As redes sociais do Planalto não param de espalhar releases e notinhas sobre os anos de chumbo e os valentes mocinhos da época – viraram os bandidos de hoje, mas essa parte não aparece no release. O PT ama a ditadura militar. Vive dela.

Essa é a parte mais tosca da estratégia de resistência – não mais aos militares, mas aos democratas que querem seu dinheiro roubado de volta. A parte não tão tosca do plano é a que ultrapassa a militância para contar com os inocentes úteis, uma classe em franca expansão no Brasil, para alegria dos companheiros. Entre as vozes a favor, que defendem Dilma para se sentir progressistas (não é piada, elas existem aos montes), surge o postulado central para tentar salvar o pescoço do governo: relativizar a corrupção da Petrobras.

Novamente é preciso ressalvar: não é piada. Um crescente número de pessoas que se acham sérias e não estão (ainda) a soldo do petismo deu para dizer por aí que o petrolão é normal. Quer dizer: uma coisa bem brasileira, arraigada no Estado patrimonialista e toda aquela sociologia de beira de praia. É o mesmo recurso estilístico sacado por Lula no mensalão: caixa dois todo mundo faz. Um empresário chegou a escrever que hoje se rouba até menos na Petrobras que em outros tempos. Vamos explicar aos ignorantes ou mal-intencionados (a esta altura, dá no mesmo): o PT não ficou igual aos outros; o PT não é corrupto como os outros, nem um pouco menos, nem um pouco mais; o PT é o único, sem antecessor na história do Brasil, que montou um sistema de corrupção no Estado brasileiro, de dentro do Palácio do Planalto, para enriquecer o partido e se eternizar no poder.

O ex-ministro-chefe da Casa Civil e homem forte do presidente foi preso por montar um duto entre as estatais e o caixa do partido governante. Privatizou na fonte o dinheiro do contribuinte. Não há precedente no país. Ao raiar do governo petista, foi montada uma diretoria na Petrobras para um saque bilionário em benefício do grupo político governante, como está demonstrado pela Polícia Federal a partir das investigações sobre o doleiro Alberto Youssef.

Deu para entender, queridos inocentes úteis? O roubo não é a velha esperteza de uns oportunistas com cargos na máquina. O roubo é um projeto político de poder. Que aliás, graças a seres compreensivos como vocês, dá certo há 12 anos.

E agora? O Brasil se sujeitará ao esquema por mais quatro anos? Só os inocentes inúteis podem crer que essa forma de dominação sofrerá uma metamorfose redentora em 1o de janeiro. Eles não sabem fazer de outro jeito. Dilma já tenta legalizar o rombo fiscal, diante de um Brasil abobado. Nem o mensalão, nem a queda de sete ministros no primeiro ano de governo – nada modificou em um milímetro o esquema parasitário.

Vocês estão esperando o quê? Que um companheiro bata na sua porta informando-lhe com ternura que veio buscar suas calças?

DILMA LOTEIA O GOVERNO PARA PRESERVAR MANDATO


Dilma Rousseff. Foto: André Dusek/Estadão Conteúdo

Dilma Rousseff cedeu à pressão por cargos dos partidos aliados, sobretudo PMDB, porque ela também teme, como a cúpula do PT, que os desdobramentos do escândalo do Petrolão, maior roubo de dinheiro público da História, deve provocar crise institucional de gravidade sem precedentes, colocando em risco seu mandato. Com isso, ela tenta agradar os parlamentares que podem votar seu eventual impeachment.

A definição de ministros, ontem, mostrou que Dilma diminuiu os espaços do PT e entregou ao PMDB seis ministérios que “furam poço”.

Ao PMDB, Dilma entregou três ministérios (Agricultura, Minas e Energia e Turismo) e três secretarias (Aviação Civil, Pesca e Portos).

Dilma teve de engolir a indicação de Eliseu Padilha (RS), ex-ministro de FHC cujos adversários do PT gostam de chamar de “Eliseu Quadrilha”.

Tão enrolado no petróleo quanto o PMDB, o PP – que elegeu 37 deputados – emplacou Gilberto Occhi no Ministério da Integração. Leia na Coluna Cláudio Humberto.

terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Cota do PMDB inclui o filho de Jáder na Pesca



Dilma Rousseff fechou com o vice Michel Temer a cota do PMDB no ministério do segundo mandato. O presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves, que constava da lista, pediu para ser excluído. “Quero esclarecer essa questão absurda que envolve o meu nome”, disse, referindo-se à menção que o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa fez a ele em depoimento cujo teor ainda não veio integralmente à luz. Uma das novidades foi a acomodação de Hélder Barbalho, filho do senador Jader Barbalho, na pasta da Pesca. Vão abaixo os ministros do PMDB:

1. Minas e Energia: sai o atual titular, senador licenciado Edison Lobão. Entra o líder do governo no Senado, Eduardo Braga, derrotado na disputa pelo governo do Amazonas. Lobão, a exemplo de Henrique Alves, também foi levado ao noticiário como frequentador da lista do delator Paulo Roberto.

2. Aviação Civil: deixa a pasta Wellington Moreira Franco, vinculado a Michel Temer. Vai à cadeira Eliseu Padilha, também ligadíssimo ao vice-presidente da República. Alega-se que Padilha, ex-ministro dos Transportes do governo FHC, tem mais ascendência sobre a bancada federal do partido. Hoje, ele preside a Fundação Ulysses Guimarães, braço acadêmico do PMDB.

3. Agricultura: Alheia ao nariz torcido do PT e ao veto do MST, Dilma confirmará na pasta a senadora Kátia Abreu, do Tocantins.

4. Turismo: no plano original, a pasta iria para Henrique Alves. Com a saída dele do páreo, Dilma optou por manter no cargo o atual ministro, Vinicius Lage, um apadrinhado do presidente do Senado, Renan Calheiros.

5. Pesca: hoje na cota do PRB, a pasta da Pesca vai ao colo do filho do senador Jáder Barbalho, Hélder Barbalho. Trata-se de outro derrotado de 2014. Perdeu a disputa pelo governo do Pará.

6. Portos: deixa o cargo o ex-senador Cesar Borges (PR-BA), que havia sido deslocado da pasta dos Transportes sob elogios de Dilma, que soara como se jamais admitisse perdê-lo. Vai à poltrona o deputado federal Edinho Araújo (SP), muito ligado a Michel Temer.

Fechando a conta, o PMDB subiu de cinco para seis ministérios, como queria. A legenda perdeu a Previdência e ganhou duas secretarias com status de ministério: Pesca e Portos. Nada parecido com as ambicionadas pastas da Educação, Saúde, Cidades e Integração Nacional. A legião de insatisfeitos é grande.

Josias de Souza

Deputada toma posse na Câmara – e entra de férias


Rosy de Souza (PV-RN)
Rosy de Souza (PV-RN)

No último dia antes do recesso e sem nenhum projeto previsto para ser votado em plenário, a deputada Rosy de Souza (PV-RN) assumiu o mandato na Câmara dos Deputados nesta segunda-feira no lugar de Paulo Wagner (PV-RN), que se aposentou na semana passada por invalidez. Como o Congresso estará de férias a partir desta terça-feira, a deputada não poderá sequer apresentar projetos de lei, já que, de acordo com o regimento da Casa, durante o recesso somente são permitidas medidas de urgência, que são tomadas por uma comissão específica formada por 24 parlamentares. Rosy de Souza receberá até a próxima legislatura cerca de 35.000 reais – o referente ao salário de 26.700 reais de janeiro e ao proporcional de dezembro.

Joaquim Barbosa sobre Dilma: Que degradação!


“Que degradação institucional! Nossa presidente vai consultar órgão de persecução criminal antes de nomear um membro do seu governo!!!”. O comentário ácido foi veiculado nainternet pelo ministro aposentado Joaquim Barbosa, nas pegadas da entrevista em que Dilma Rousseff revelou, na manhã desta segunda-feira (22), a intenção de “consultar'' o procurador-geral da República Rodrigo Janot para saber se os candidatos a ministro estão envolvidos no escândalo de corrupção da Petrobras.

“Há sinais claros de que a chefe do Estado brasileiro não dispõe de pessoas minimamente lúcidas para aconselhá-la em situações de crise”, acrescentou o ex-presidente do STF. Sem mencionar-lhe o nome, Barbosa deu uma estocada no ministro José Eduardo Cardozo (Justiça): “Onde estão os áulicos tidos como candidatos a uma vaga no STF, que poderiam esclarecer: ‘Ministério Público não é órgão de assessoria!!!’.”

Egresso da carreira de procurador, Joaquim Barbosa deu uma consultoria gratuita à presidente: “Ministério Público é órgão de contenção do poder político. Existe para controlar-lhe os desvios, investigá-lo, não para assessorá-lo.'' Encerrou com uma expressão em francês: “Du jamais vu!”. Significa “coisa jamais vista''. Uma variação esnobe do bordão preferido de Lula: “nunca antes na história desse país''.

Reprodução/Twitter

Mais cedo, o blog contactou a Procuradoria. Conforme noticiado aqui, o gabinete do procurador-geral informou que: 1) a lei proíbe membros do Ministério Público de prestarem consultorias; 2) Rodrigo Janot não compartilhará dados sigilosos obtidos sob delação premiada na Operação Lava Jato.

Dilma vive a psicose do que ainda vai acontecer


Num país de tantos roubos e delações, Dilma Rousseff descobriu um sentimento inédito de vulnerabilidade. Vive a psicose do que ainda está por acontecer. A uma semana da reposse, a presidente ainda não preencheu as lacunas do seu ministério. Prometeu aos repórteres que divulgará os nomes até o dia 29. Antes, fará uma consulta ao Ministério Público Federal. Que não responderá imediatamente, para manter a independência.

Quando Dilma estiver saindo do Alvorada, com a lista de nomes sob a axila, o procurador-geral da República Rodrigo Janot telefonará, finalmente, para passar as instruções que as leis e as circunstâncias autorizam: “Use aquele terninho vermelho.” Dilma, já pronta, tirará o tailleur bege, vestirá a peça recomendada e irá para a entrevista coletiva, no Planalto.

Ao recorrer a Janot, Dilma dá um inesperado exemplo de humildade. Com os aliados que o antecessor lhe deixou, ela precisa mesmo habituar-se à ideia de que sua rotina passará a ser dirigida pela Procuradoria da República. Nos mínimos detalhes. Se Janot não lhe ministrar ensinamentos regulares sobre estética, o governo perderá por completo o apuro.

Com o procurador-geral tomando as decisões, Dilma ficará livre para tocar o seu projeto prioritário: a implantação do regime draconiano para a perda de 13 quilos. Enquanto a presidente se dedica ao auto-emagrecimento, há sempre a alternativa de entregar o país nas mãos de Deus. Ou do Lula, que, para o petismo, é a mesma coisa. Mas o poder divino tem conduzido o governo à desmoralização. Melhor não insistir.

Josias de Souza

segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

BANCADA DO PETROLÃO TENTARÁ DRIBLAR A CASSAÇÃO


listão da propina 01

A cassação de deputados e senadores enrolados no Petrolão pode ser inviabilizada por uma antiga regra, não escrita, que já livrou muitos deles da perda de mandato: ninguém é punido por quebra de decoro sobre fato ocorrido em legislaturas anteriores. Segundo essa regra, ficariam livres de processo toda a Câmara e um terço do Senado, que em fevereiro tomam posse de mandatos obtidos nas últimas eleições.

A regra de não cassar por fato ocorrido antes do mandato livrou vários mensaleiros cujos processos foram adiados para a legislatura seguinte.

O procurador-geral Rodrigo Janot já avisou que somente em fevereiro, após o início da próxima legislatura, denunciará a bancada do Petrolão.

A deputada Jaqueline Roriz (PMN-DF), enrolada no escândalo da Caixa de Pandora, livrou-se da cassação usando a “regra não escrita”.

A regra fez a Câmara “cozinhar” a cassação de Genoino e João Paulo, do PT-SP, Valdemar Costa Neto (PR-SP) e Pedro Henry (PP-MT). Leia mais na Coluna Cláudio Humberto.

Como o mensalão, petrolão é a máfia sem capo



Na noite da chegada do verão carioca, aberto oficialmente às 21h03 de um domingo abafadiço, com picos de 39,1 graus no Rio, Venina Velosa da Fonseca esquentou a pauta do Fantástico. Com os lábios no trombone há dez dias, a ex-gerente da Petrobras falou à repórter Glória Maria. Contou uma novidade: além dos alertas enviados por e-mail, conversou pessoalmente com Graça Foster, em 2008, sobre irregularidades que grassavam na estatal.

No mais, Venina repetiu o que o repórter Juliano Basile já havia noticiado no diárioValor Econômico. Com uma diferença: a letra fria do jornal foi substituída pela cara compungida da denunciante na tevê. Voz tranquila, pausas adequadas, português correto, raciocínio lógico, tudo em Venina parecia afastá-la do perfil de doidivanas contrariada que a Petrobras tenta traçar nas linhas e, sobretudo, nas entrelinhas de seus comunicados oficiais.

Num dos trechos mais inquietantes da entrevista, Venina repetiu de viva voz uma passagem que saíra no jornal. Ela foi à sala do seu superior hierárquico, o então diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, para reportar irregularidades que farejara em contratos da área de comunicação. Sugeriu a apuração dos desvios. Paulo Roberto, hoje delator e corrupto confesso, teve uma reação inusitada.

“… Ele ficou muito irritado comigo. A gente estava sentado na mesa da sala dele, ele apontou para o retrato do presidente Lula, apontou para a direção da sala do Gabrielli [então presidente da Petrobras] e perguntou: você quer derrubar todo mundo? Aí eu fiquei assustada e disse: olha, eu tenho duas filhas, eu tenho que colocar a cabeça na cama e dormir. No outro dia, eu tenho que olhar nos olhos delas e não sentir vergonha.”

Procurado, Lula não quis comentar as declarações de Venina. Natural. Paulo Roberto tornara-se diretor da Petrobras em 2004, sob Lula. Era da cota do PP, um dos partidos do conglomerado governista. Mas Lula, como sabem todos, não sabia de nada. A propósito, Lula veiculara mais cedo, também no domingo, um vídeo no qual declara que “o povo quer mais ética”. E aconselha Dilma Rousseff a “continuar a política de forte combate à corrupção.”

Lula nem precisava dizer. Também neste domingo, 11 jornais latino-americanos veicularam uma entrevista da presidente da República. Nela, Dilma declara que não há uma crise de corrupção no Brasil, informa quer não existem pessoas intocáveis no país e sustenta que a petroladroagem só toma de assalto as manchetes porque a Polícia Federal do seu governo é extraordinariamente implacável.

Considerando-se que Lula não sabia e que Dilma nada enxergara nem no tempo em que presidira o Conselho de Administração da Petrobras, resta concluir o seguinte: a exemplo do que sucedera na época do mensalão, a excentricidade da não-crise atual é a corrupção acéfala, a máfia sem capo.

Onde estão os chefes? Eis a pergunta que parte da plateia volta a se fazer, sem obter resposta. Enquanto Lula e Dilma reivindicam o papel de cegos atoleimados, Graça Foster, que também não viu coisa nenhuma, pede para ser vista como a mulher menos curiosa do planeta.

Graça alega que os e-mails que Venina lhe enviou eram confusos. A denunciante lamenta não ter sido procurada para desfazer a confusão. “Nós sempre tivemos muito acesso”, contou Venina. “Eu conhecia a Graça na época que ela era gerente de tecnologia, na área de gás, e eu era gerente do setor, na área de contratos. Éramos próximas. Então, ela teria toda a liberdade de falar: ‘Venina, o que está acontecendo’?”

Na Petrobras e no Planalto, insinua-se que Venina não é santa. Ainda que seja pecadora, interessa saber se o que ela diz procede. Por sorte, a denunciante já presto depoimento de cinco horas ao Ministério Público Federal. Repassou documentos aos procuradores. Tudo a reforçar que a sensação de que a maior estatal do país tornou-se uma Chicago sem Al Capone.

Josias de Souza

Lula afirma em vídeo que ‘povo quer mais ética’



Lula veiculou um vídeo na internet neste domingo. Na peça, ele assume o papel de intérprete da vontade popular. Qual a mensagem que o povo quis passar nas urnas de 2014? Lula enumerou meia dúzia de recados do eleitor. Sem mencionar o escândalo da Petrobras, que envolve ex-diretores acomodados na estatal durante sua gestão, o padrinho de Dilma Rousseff incluiu a ética em sua lista.

“Acho que a lição que ficou é a seguinte: o povo quer mais democracia, mais participação, mais esperança, mais ética, quer ser mais ouvido. O povo quer continuar sonhando. Acho que essas são as mensagens que a presidenta Dilma deve assimilar do resultado eleitoral. E fazer do seu mandato um mandato histórico. O povo está mais exigente, o povo quer mais, está sabendo mais das coisas…”

Referindo-se ao segundo turno da disputa presidencial, na qual sua afilhada prevaleceu sobre o tucano Aécio Neves pela diminuta vantagem de cerca de 3 milhões de votos, Lula enalteceu a participação popular. “…Uma parte da sociedade assumiu a campanha da Dilma para se contrapor aos setores conservadores que queriam evitar a continuidade”.

Lula ensina no vídeo o que Dilma precisa fazer para que seu segundo mandato seja um sucesso. Entre outros conselhos, mencionou a necessidade de “continuar a política forte de combate à corrupção em que toda e qualquer coisa tem que ser dita, e sempre ser dita, porque um governo não tem que esconder absolutamente nada”.

O mentor de Dilma não disse, mas talvez fosse aconselhável também evitar a nomeação de gatunos.

Alguma coisa subiu à cabeça de Dilma Rousseff



Dilma Rousseff concedeu uma entrevista a 11 jornais latino-americanos. Lendo-se as respostas percebe-se que alguma coisa subiu à cabeça da presidente da República. Ainda não se sabe o quê. Mas é possível dizer que não se parece com bom senso. Segundo a presidente, “o Brasil não vive uma crise de corrupção, como afirmam alguns.” Espantoso!

O país ainda não se refez do mensalão. E o procurador-geral Rodrigo Janot já prepara para fevereiro um lote de pedidos de investigação e denúncias contra dezenas de congressistas pilhados com a mão na cumbuca da Petrobras. Dilma reage como uma pessoa que caiu de um edifício de 20 andares e, de passagem pelo 10º pavimento, olha pra baixo com expressão de alívio: “Até aqui, tudo bem.”

domingo, 21 de dezembro de 2014

Fundo de pensão de professores canadenses perdeu 88% de dinheiro investido em empresa de Eike Batista


Eike: habeas corpus

O fundo de pensão dos professores de Ontário, Canadá, vendeu na semana passada sua participação na Prumo, a ex-LLX, de Eike Batista, por 22 milhões de reais. Em julho de 2007, o Ontário Teachers teve a péssima ideia de tornar-se sócia da LLX, e lá aportar 185 milhões de dólares.

Em resumo, os professores canadenses perderam 163 milhões de dólares em sete anos, um prejuízo de 88%.

Por Lauro Jardim

COMO EM TODOS OS ANOS, AEROVIÁRIOS AMEAÇAM ESTRAGAR O NATAL


Chantagem dos aeronautas durante o fim de ano valeu a pena

Quem for viajar de avião na segunda-feira (22) deve se preparar para eventuais surpresas. A Federação Nacional dos Trabalhadores em Aviação Civil da Central Única dos Trabalhadores (FENTAC) não revela locais e horários, mas promete fazer manifestações em alguns aeroportos do País contra o que chama de “intransigência” do Sindicato Nacional das Empresas Aéreas (SNEA).

O SNEA manteve a proposta de reajuste salarial de 6,33%, que inclui a reposição integral da inflação acumulada até 1º de dezembro – data-base da categoria -, calculada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC).

Os trabalhadores reivindicam 11% de aumento salarial e aplicação do INPC nos demais itens econômicos. Segundo o sindicato dos aeroviários, nem nas cláusulas sociais houve avanços. A última rodada de negociação ocorreu na última quinta-feira (18).

Diante da falta de avanços nas conversas, os trabalhadores decidiram em assembleia que vão fazer manifestações “surpresas” em alguns aeroportos a três dias do Natal, quando os saguões deverão estar lotados de pessoas em busca de passar as festas com amigos e familiares.

“Toda a base está mobilizada para esta data. Faremos uma atividade que mostrará o poder de organização dos trabalhadores. O formato será uma surpresa, aguardem”, informa o diretor financeiro da FENTAC e presidente do Sindicato dos Aeroviários de Guarulhos, Orisson Melo.

Na quinta-feira passada (18) foi cogitado pelas empresas aéreas um reajuste acima da inflação nos benefícios, como vale-refeição e cesta básica. No entanto, as empresas não apresentaram um índice aos trabalhadores. “Eles querem avançar apenas nos benefícios, mas não apresentam um valor, fica difícil negociar”, pontuou o presidente da FENTAC/CUT, Sérgio Dias. Para ele, esse pequeno avanço se deu por conta da paralisação relâmpago das categorias realizada no dia 15 de dezembro, no aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro. “As empresas perceberam que os trabalhadores não vão deixar de lutar por uma proposta digna”, ressaltou. (Francisco Carlos de Assis/AE)

‘OPERAÇÃO SESI’ LIVROU DILMA DE GILBERTO CARVALHO


Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr

Dirigentes do PT fizeram lobby para Gilberto Carvalho virar presidente do Incra, que lida com sem-terras, ou Funai (índios), dois dos grandes abacaxis do governo. Desistiram quando Dilma deixou claro, com seu jeito búlgaro de ser, que não o nomearia nesses cargos nem mesmo para puni-lo, e que sua decisão era afastá-lo do governo. Aí nasceu a “Operação Sesi”, a fim de arrumar uma boquinha para o ainda ministro.

Lula conseguiu a boquinha para Gilberto Carvalho com o presidente do Sesi, Jair Meneghelli, veterano petista, ex-CUT e velho amigo.

A repulsa de Dilma por Gilberto Carvalho a fez não mais dirigir-lhe a palavra. Só o recebeu em audiência uma vez, este ano: em 8 de abril.

Dilma ordenou que Miguel Rosseto confirmasse o convite para o lugar de Gilberto Carvalho na secretaria-geral, criando o fato consumado.

Dilmistas convenceram a presidenta que Gilberto Carvalho somente é leal a Lula, a quem conta tudo o que se passa no Palácio do Planalto. Leia mais na Coluna Cláudio Humberto.

Sarney fez do Brasil puxadinho de sua biografia



Principal representante vivo da irracionalidade arcaica brasileira, José Sarney despediu-se do Senado e dos quase 60 anos de atividade política. Planejou a própria imolação com o esmero de um Napoleão se descoroando. Discursou por quase uma hora para um plenário ermo. Vangloriou-se o tempo todo, exceto num parágrafo, que reservou à autocrítica.

“Precisamos levar a sério o problema da reeleição, que precisa acabar, estabelecendo-se um mandato maior”, disse. “Até fazendo mea-culpa, de arrependimento, eu penso que é preciso proibir que os ex-presidentes ocupem qualquer cargo público, mesmo que seja cargo eletivo. […] Eu me arrependo, acho que foi um erro que eu fiz ter voltado, depois de presidente, à vida pública.”

A caída em si de Sarney foi extraordinária. Só não atingiu a plenitude da perfeição porque chegou com o atraso de uma vida. Ainda assim, trouxe uma dose de alívio. A alturas tantas, Sarney declarou-se grato “ao povo brasileiro”, que lhe deu “a oportunidade de ser presidente da República.” Como se sabe, não foi bem assim.

Depois de encher as praças na luta pelas eleições diretas, a Nova República viu subir ao poder, pela via indireta do Colégio Eleitoral, José Sarney, o vice mais versa da história, grande amigo da ditadura militar até seis meses antes. O povo brasileiro é inocente. Sarney deve sua presidência às conspirações do acaso e às bactérias que invadiram o organismo de Tancredo Neves atrás de encrenca.

Sarney foi um presidente da República precário. Governou mal tão bem que não teve condições políticas de indicar um nome para sucedê-lo. Seu aval cairia sobre qualquer candidatura como uma sentença de morte. Mas havia um grande número de brasileiros dispostos a lançar um olhar condescendente sobre sua ex-presidência.

A despeito de tudo o que houve de execrável na sua gestão, Sarney completara, aos trancos e barrancos, a transição da ditadura para a primeira eleição direta. Deu em Fernando Collor. Mas essa é outra história. O que impediu a reabilitação historiográfica foi a decisão de Sarney de continuar o seu destino de Sarney, candidatando-se a senador pelo Amapá.

Eleito, reeleito e re-reeleito, Sarney foi mais Sarney do que nunca. Presidiu o Senado quatro vezes. Estrelou o escândalo dos atos secretos. Deu emprego a uma sobrinha de sua mulher que morava em Campo Grande; deu um contracheque a uma sobrinha do genro que residia em Barcelona; alçou à folha do Estado um personagem (“Secreta”) que trabalhava como mordomo na casa da filha Roseana Sarney…

Não era o Amapá ou o país que tinha um senador. Era Sarney que tinha o Brasil. Sob FHC e Lula, foi brindado com pedaços do Estado. Sempre fez da administração pública o seu ápice existencial. Cavalgando-a, alcançou a prosperidade privada. Seu nome fundiu-se ao patrimonialismo. Sarney transformou o Brasil em puxadinho de sua próspera biografia.

sábado, 20 de dezembro de 2014

O salvador do prefeito (Chacoalhando o Bambuzal)



Cesar Nascimento
Publicado no Via Vale

Cesar Nascimento homem de pouca cultura, que mesmo sem ter capacidade de escrever e tão pouco interpretar um texto simples, sem nenhum constrangimento intitula-se jornalista. Radialista de sua própria rádio comanda um “jornal” que mais parece uma pornochanchada. Com um português vergonhoso, notícias pirateadas e piadas obscenas, ele e seu fiel escudeiro Ney Lima apresentam o pior e mais vergonhoso jornal da região. Estes escabrosos “jornalistas”, despossuídos de autocríticas soltam suas vozes, sem olhar para trás, sem perceberem que a vida encompridou seus rabos, e que os mesmos, depois de arrastados por aí por tanto tempo estão bem sujos. E todo mundo sabe!

Semana passada o jornal Via Vale denunciou a falta de prestação de contas de uma campanha, feita pela rádio e comandada por esses “gigantes” da credibilidade, para a compra de uma prótese de perna para um cidadão necessitado. A resposta de Cesar Nascimento foi a de sempre. Nenhuma! Passou a atacar o jornal, a se fazer de ingênuo alegando inexperiência em leilões e por isso, passado mais de dois meses, ainda não recebeu de ninguém que arrematou os bens leiloados. É repugnante, para justificar o que parece ser um “grande nó”, ele chama aqueles que estavam lá para colaborar de caloteiros.

Este gabola também é político, é até presidente de partido, PSC. Já se candidatou a prefeito, foi o penúltimo colocado entre seis candidatos. Se candidatou duas vezes a deputado estadual, perdeu feio as duas eleições. O povo o coloca no seu merecido lugar, faz piada da sua insignificância, mas ele é teimoso e sem vergonha, continua insistindo.

O que o povo rejeita o atual prefeito abraça, encheu a prefeitura de correligionários do PSC a mando do Nascimento. Tem ouvido a “piaba cantar na rádio” com um obsequioso silêncio. É obrigado a assistir e engolir Cesar Nascimento passando por seu representante em uma importante reunião com os vereadores, e pior, levou uma carraspana em público, por tentar estragar o acordo entre ele e os vereadores. 

Desavergonhados, depois da “fumada”, voltaram a se abraçar. E assim irão, nas próximas eleições, juntos para o brejo.

O ATO E O FATO


PAÍS DAS MARAVILHAS.


Recebemos de nossos prestimosos políticos um bom presente de natal e ano novo, com indicativo que de as coisas até o final de 2014 estarão todas resolvidas e que em 2015 o Brasil será o país das maravilhas.

Foi instituído o “Dia Nacional do Macarrão”. É isto mesmo que você está lendo.

É indecente, descabido e imoral, que em um país onde temos problemas básicos de todas as ordens, o Congresso Nacional e a presidência da República percam tempo em editar a Lei n° 13.050, de 8 de dezembro, que institui o dia 25 de outubro como o Dia Nacional de Macarrão, projeto do deputado Luiz Carlos Haully, de São Paulo. 

Imaginemos quantos papéis, tempos e dispêndios desnecessários.

Ora, façam-me o favor, respeitem a decência que nós brasileiros temos.
Eis aqui a prova desta excrescência publicada no Diário Oficial de 9 de dezembro:

“Presidência da República

Casa Civil

Subchefia para Assuntos Jurídicos

LEI nº 13.050, de 8 de dezembro de 2014.

Institui o dia 25 de outubro como Dia Nacional do Macarrão.

A Presidenta da República, Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º - Fica instituído o Dia Nacional do Macarrão, a ser celebrado em todo território nacional, anualmente, no dia 25 de outubro.

Art. 2º - Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 8 de dezembro de 2014; 193º da Independência e 126º da República. 

 Dilma Rousseff”.

O que deveria ter sido sim é instituído o dia nacional do “Pau de Macarrão”, e facultado a cada brasileiro o direito de dar uma pancada no dedão do pé de cada político que aprovou o projeto (isto para não ser indecente e propor outros usos).

Leitores, teria muito mais coisas para escrever sobre isto, mas penso que seja melhor parar por aqui, pois a continuar, por certo não verei o sol do natal e ano novo nascer redondo. 

Faço aqui, no entanto, por ser o que me resta, uma oração final: “Pai, livrai-nos destes indecentes”. Amém!

PEDRO SIMON DEVOLVE AO SENADO O VALOR DE R$ 1,4 MILHÃO


  Pedro Simon também foi responsável pela suspensão de um gasto com veículos (Foto: Cristina Gallo/ Agência Senado)

O senador Pedro Simon, num de seus últimos gestos antes de deixar o Senado, devolveu à instituição R$ 1,4 milhão, verba referente a créditos de passagens aéreas. Pelas regras atuais da Casa, o senador poderia ter transformado os recursos em crédito junto às companhias aéreas, para utilização futura.

Ao justificar a iniciativa, esclareceu que preferiu fazer a economia desses recursos públicos para o Senado. Pedro Simon também foi responsável pela suspensão de um gasto com veículos, conseguindo a suspensão de contrato de aquisição de um automóvel oficial para cada senador utilizar em seu estado.

LISTA DO PETROLÃO DERRUBA PADRINHOS E ‘MINISTROS’


Cabral Renan Alves

O listão do Petrolão, com os 28 políticos suspeitos de envolvimento no Petrolão, deu o pretexto que Dilma sonhava para se livrar da pressão de partidos aliados pela nomeação de ministros. O PMDB foi o mais prejudicado com o vazamento: Henrique Alves (RN) já foi descartado, assim como Sérgio Cabral (RJ). E o presidente do Senado, Renan Calheiros, perdeu força como o mais influente dos padrinhos políticos.

Agora que Renan Calheiros enfrenta turbulências, apadrinhados como o ministro Vinícius Lages (Turismo) podem não continuar no governo.

Outro que perde força para indicar ministro ou ser ele próprio nomeado é o senador Ciro Nogueira (PP-PI), citado na Lista do Petrolão. Leia mais na Coluna Cláudio Humberto.

A penúltima da Dilma: pacto contra a corrupção!



Dilma Rousseff está muito preocupada com a corrupção. Isso ficou nítido na cerimônia em que ela recebeu no TSE o diploma de presidente reeleita. Num discurso de 16 minutos e 17 segundos, a presidente citou a ‘Petrobras’ oito vezes. Pronunciou a palavra ‘corrupção’ seis vezes. Isso sem contar uma menção a ‘irregularidades’ e outra a ‘malfeitos’. A lama prevaleceu com folgas sobre a ‘inflação’, lembrada pela oradora uma mísera vez. Pouca gente reparou. Mas foi um discurso histórico.

Doze anos depois da chegada do PT ao poder federal, Dilma estufou o peito como uma segunda barriga e bradou: “Chegou a hora de firmarmos um grande pacto nacional contra a corrupção, envolvendo todos os setores da sociedade e todas as esferas de governo. Esse pacto vai desaguar na grande reforma política que o Brasil precisa promover a partir do próximo ano.”

Dilma avisou que “a guerra contra a corrupção” não será fácil. Não, não. Absolutamente. “A corrupção, como outros pecados, está entranhada na alma humana”, disse ela. Exige “permanente vigilância”. Prepare-se, a presidente conta com a sua ajuda. A tarefa não é de responsabilidade apenas das instituições ou do governo, alertou Dilma. A missão é de “toda a sociedade.”

Dilma deixou claro que os brasileiros podem contar com ela: “O que mais quero oferecer ao meu país é a luta renovada…” Reiterou seu “compromisso com a ética”, potencializado pelo seu “exemplo de integridade e de honestidade pessoal.” Daí a sua inabalável “determinação de apurar e punir todo tipo de irregularidades e malfeitos.”

Abre parênteses: em matéria de honradez, Dilma trava com seu antecessor uma renhida disputa. Difícil saber qual dos dois é mais íntegro. Na semana passada, discursando para militantes petistas, Lula havia se comparado aos antagonistas tucanos: “Eu vou contar uma coisa pra vocês”, declarou. “Não sou melhor do que ninguém. Mas se enfiar todos eles, um dentro do outro, eles não são mais honestos do que eu. Não são!” Fecha parênteses.

Antes que alguém tente desmerecer o pacto proposto por Dilma, é bom que se diga: a exemplo de Lula, ela sempre defendeu o combate à corrupção. O que atrapalha a dupla é que suas frases não conseguiram passar do estágio da retórica para a prática. Acontece o mesmo com a reforma política. Todo mundo apoia, desde que as mudanças não eliminem as mumunhas nem desmontem os esquemas.

No gogó, o governo brasileiro é o mais bem-intencionado do mundo. A transição da saliva para o fato é que faz desandar a receita. A pirataria na Petrobras apenas potencializou pantomima, aproximando o Brasil do escárnio. Não é culpa do PT e dos seus aliados, esclareceu Dilma: a corrupção “não é defeito ou vício, como querem alguns, exclusivo de um ou outro partido.”

Dilma já não culpa o PSDB. Tampouco menciona o legado tóxico de FHC. Ela agora insinua que o verdadeiro culpado é o colonizador português: “Estamos purgando, hoje, males que carregamos há séculos. Assim como a mancha cruel da escravidão ainda deixa traços profundos na desigualdade social, o sistema patrimonialista de poder, que atravessou séculos e séculos da nossa história nos deixa uma herança nefasta, cujo traço mais marcante é, ainda, a não dissolução plena dos laços nocivos entre o que é público e o que é privado.”

Dilma avisou que vai “convidar todos os Poderes da República e todas as forças vivas da sociedade para elaborarmos, juntos, uma série de medidas e compromissos duradouros.” Mas a presidente pede a você que não espere muito da iniciativa dela: “não é um conjunto de novas leis que irá resolver, por si só, este grave problema. É preciso uma nova consciência, uma nova cultura fundada em valores éticos profundos.”

É preciso que você faça a sua parte, alertou Dilma. A “nova consciência” ética não vai jorrar de uma jazida do pré-sal. Ela terá de “nascer dentro de cada lar, dentro de cada escola, dentro da alma de cada cidadão e ir ganhando, de forma absoluta, a esfera pública, as instituições – e todos os núcleos de decisões, tanto no âmbito público como no âmbito privado.”

A redenção não virá do dia para a noite. A presidente fez as contas. “Temos que criar uma nova consciência de moralidade pública e imbuir deste espírito as atuais e as próximas gerações. Sei que esse é um trabalho de mais de uma geração.” Quer dizer: se Dilma não estiver enganada, dentro de 30 ou 40 anos o Brasil será um país de mostruário. “Quero ser a presidenta que ajudou a tornar este processo irreversível”, prontificou-se a reeleita.

Durante a campanha eleitoral, Lula levou a cara à propaganda da televisão para declarar que o segundo mandato de Dilma será muito melhor do que o primeiro. Para que o segundo reinado fique ainda mais perfeito, será necessário providenciar um vilão. Mas tem que ser um vilão inquestionável, desses que a maldade está na cara.

Um vilão assim exibiria um riso cínico no canto da boca antes de, por exemplo, entregar diretorias da Petrobras ao Paulo Roberto Costa, ao Renato Duque, ao Nestor Cerveró e aos seus padrinhos políticos do PP, do PT e do PMDB. Um vilão genuíno entregaria o comando da Transpetro ao Sérgio Machado, homem do Renan Calheiros, sem deixar dúvidas sobre a indecência do seu ato.

A exemplo do que sucedera na gestão Lula, o que atrapalha o governo de Dilma é o excesso de qualidades dos gestores públicos e dos seus apoiadores. São um bando de patriotas simpáticos, fazendo vilanias com as melhores das intenções. Frequentam um mundo no qual não existe diferença entre aplicar o orçamento público em benefício da sociedade ou mandar a verba para uma conta numerada na Suíça.

Ao atribuir toda a amoralidade governamental à herança ibérica, Dilma açula a imaginação dos brasileiros. Ah, como seria diferente o Brasil se naquele 22 de abril os portugueses tivessem sido escorraçados de nossas praias. Uma nação habitada apenas por índios teria vantagens e desvantagens. Para começar, você e sua carga genética europeia ou africana não existiriam. Em compensação, também não existiriam os renans, os sarneys e outras greis. E ninguém seria obrigado a conviver com o cinismo. Ou com propostas de pacto anticorrupção. Que às vezes são a mesma coisa.

STF declara válida delação premiada de Youssef.



O ministro do Supremo Tribunal Federal Teori Zavascki homologou nesta sexta-feira o acordo de delação premiada firmado pelo doleiro Alberto Youssef, caixa do petrolão e um dos principais colaboradores das investigações sobre o escândalo. Agora, Youssef passa a receber benefícios judiciais em troca das informações que prestou às autoridades. O ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, que também fechou acordo de delação, passou para o regime de prisão domiciliar quando teve o acordo homologado.

Nos vários depoimentos que presto, Youssef detalhou o esquema de pagamento de propina a políticos e então diretores da Petrobras, além de elucidar o esquema de fraudes em licitações da estatal. Também disse que empreiteiras envolvidas no escândalo repassaram dinheiro desviado da Petrobras para a campanha presidencial do PT em 2010 e simularam contribuições legais para ocultar a fraude. 

O doleiro ainda implicou no escândalo a presidente Dilma Rousseff e seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva, conforme revelou VEJA.

Essa não é a primeira vez que Youssef celebra um acordo de delação premiada. Em 2004, o doleiro foi um dos colaboradores das investigações do esquema do Banestado. O acordo, porém, foi suspenso porque ele descumpriu regras firmadas com o Ministério Público e voltou a praticar crimes. Apontado como pivô do esquema, o doleiro foi preso em março, quando deflagrada a Operação Lava Jato. Bem relacionado com políticos, Youssef tinha estreito contato com parlamentares, entre eles os deputados André Vargas (Sem partido-PR), cassado na semana passada, e Luiz Argôlo (SD-BA).

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, vai esperar a volta do recesso do Judiciário, em fevereiro, para encaminhar ao Supremo os pedidos de abertura de inquérito contra parlamentares e autoridades citados nas delações de Paulo Roberto Costa, e do doleiro Alberto Youssef. Ele já havia informado que, com a análise das delações, já tinha elementos suficientes para pedir ao STF o “desmembramento” dos casos. Permanecerão no Supremo inquéritos contra parlamentares, autoridades com prerrogativa de foro e casos em que a atuação no esquema estiver diretamente ligada aos políticos. (Veja)