sábado, 16 de maio de 2015

O Ato e o Fato


Brasilino Neto
O que fazer, além de orar?

É incompreensível a batalha que está sendo travada entre a posição e oposição para que o jurista José Edson Fachin se converta ministro do Supremo Tribunal Federal, chamando especial atenção o empenho da presidente Dilma, com medidas que chegam à beira da insolência.

Fiz na matéria anterior (aqui) considerações críticas sobre as interpretações que este indicado dá às questões fundamentais da vida, pessoal e familiar da sociedade brasileira, dos partidos políticos, da propriedade e da livre iniciativa e pelas respostas que deu no Senado penso até que, se pudesse ser assim, que deveria desistir do STF e candidatar-se a “papa”, eis que tudo o que alegara no decorrer de sua vida sempre foram “opiniões acadêmicas e ditadas dentro de fatos e contextos daquele momento”.

É senhor Fachin, mas a vida é assim mesmo, vivida a cada momento e cada ação é tomada, segundo os princípios que temos fincados em nós, e que não mudamos de um instante para outro. Desejo mesmo, caso sobrevenha a nomeação, aja como respondeu na sabatina e como julgador decida segundo os princípios da lei e não em meras convicções pessoais ou interesses de grupos, quaisquer que sejam eles, pois neste naipe já temos outros na composição do Supremo que decidem desta forma e em manifesta contrariedade das evidências.

A “PEC da Bengala” foi uma manifestação explícita do Congresso, que em algumas ocasiões realmente repercutem as ‘vozes das ruas’, do incômodo que certas nomeações ao STF causam, o que com ela ficará mais dificultoso. 

Mas isto, ao que me parece, já é passado, pois pela forma com que os senadores se conduziram na tal sabatina, sua nomeação para ministro são favas contadas.

Ainda mais quando vimos ontem em diversos jornais a noticia de que “Dilma agrada Renan para evitar derrota de Fachin”, o que é um desplante, uma tristeza, um disparate, quando sabemos que estas pessoas que estão em postos chaves da nação, que vivem às turras, que não se ajustam para decidir o que realmente interesse e favoreça ao seu povo, que se falem e se empenhem para uma viagem conjunta ao funeral e poderem conversar para acertarem esta aprovação ao STF.

Fica aqui uma pergunta: Por que estas mesmas autoridades, a presidente Dilma, o presidente do Senado Renan Calheiros e o da Câmara Eduardo Cunha não têm o mesmo empenho para coerente e harmonicamente debaterem assuntos que realmente digam respeito às agruras do cotidiano do povo brasileiro?

Mas, finalizando trago a expressão originária dos quadros do humor brasileiro, mas que, no entanto, infelizmente diz bem a verdade de nosso país: “O povo, ora, o povo é mero detalhe”.

Um comentário:

Paulo L. disse...

Lucidez e clareza puras.