sábado, 4 de julho de 2015

A involução (Chacoalhando o Bambuzal)



Já não pode ser ufanismo ingênuo, ou apenas “cara de pau”. O Brasil vai muito mal e parece que poucos se dão conta disso. Há quem acredite que este tsunami é “marolinha” e que o país sempre enfrentou crises e sempre conseguiu sair delas. Mas hoje não existe “uma” crise: existe um feixe de crises, uma coleção de crise, um punhado horripilante de crises.

Citem-se algumas: crise hídrica, crise energética, crise política, crise econômica, crise financeira, crise trabalhista, crise educacional, crise de confiança. A síntese de todas elas é a crise moral. Poucos têm confiança no governo ou em qualquer instituição estatal. Raríssimos os que acreditam em dias melhores.

Os números não mentem. Compare-se o Brasil e a China. Esta cresceu 7% no primeiro trimestre. E os chineses estão preocupados, porque no trimestre anterior foi 7,3% e no ano de 2014, cresceu 7,4%. Enquanto isso, o Brasil fala em retração, estagnação, recessão e PIB negativo! É de alarmar o mais tranquilo e fleugmático dentre os cidadãos.

Na publicação “Cadernos de Política Exterior” de número 01, o diplomata Francisco Mauro Brasil de Holanda menciona que em 1970, a economia brasileira representava 1,5% do PIB mundial e a China equivalia a 0,8%. Já em 2011, o Brasil chegava a 2,1% e a China superava 8,1%. Em relação ao comércio, nos anos 80 a participação do Brasil no cenário mundial era de 1,3% e empatava com a China. Hoje o Brasil continua na mesma e a China multiplicou por dez sua participação.

O quadro não é melhor na indústria. Em 1980, a produção de manufaturados do Brasil correspondia à soma de China, Malásia, Coreia do Sul e Tailândia. Hoje significa 07% desse conjunto. O relatório do Fórum Econômico Mundial divulgado dia 15 de abril aponta um Brasil no 84º lugar entre as 143 economias mais adiantadas na utilização da tecnologia da informação e comunicação. Enquanto a China está lá no alto, o Brasil perde do Chile, Barbados, Costa Rica, Panamá, Colômbia e México.

O fato de todas as crianças e jovens estarem com seu celular em ação não significa evolução. Ao contrário: perde-se muito tempo com mensagens fúteis, humor de baixa qualidade, pornografia e outras provas de baixíssima cultura e nenhuma erudição. Falta responsabilidade aos responsáveis pelo País!

Na cidade simpatia vereadores se negam a investigar o executivo. Comemora-se a semana da educação com orgia. Um radialista mequetrefe se autodenomina autoridade e como tal é tratado pelo prefeito. E aí, estamos evoluindo? Claro que NÃO!!!

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