sexta-feira, 31 de julho de 2015

Sede do Instituto Lula é atingida por bomba caseira


Estrago – Dano causado no portão do Instituto Lula por artefato explosivo arremessado contra o prédio

Uma bomba caseira foi lançada contra a sede do Instituto Lula, no bairro do Ipiranga, na Zona Sul da cidade de São Paulo, na noite desta quinta-feira.

A Secretaria de Segurança Pública (SSP) disse que o artefato era pequeno e que não houve feridos. A SSP afirmou que foram registrados pequenos danos materiais.

Em nota, o instituto classificou o episódio como um "ataque político" e disse esperar que "os responsáveis sejam identificados e punidos". O objeto teria sido atirado de dentro de um carro.

O secretário de Segurança de São Paulo, Alexandre de Moraes, conversou pela manhã com o Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, sobre o ataque. Procurado, o ministério não se pronunciou sobre o caso.

Venezuela expropria armazéns de alimentos de empresas privadas


Soldado da Guarda Nacional Bolivariana em um dos armazéns expropriados
Soldado da Guarda Nacional Bolivariana em um dos armazéns expropriados

Tropas venezuelanas ocuparam nesta quinta-feira um complexo de armazéns em Caracas utilizado pela gigante local de alimentos chamada Empresas Polar e pelas multinacionais Cargill, Nestlé e Pepsi. O movimento de ocupação acontece depois de meses de acusações do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, de que a Polar, maior empregadora privada do país, está trabalhando para sabotar a economia.

A decisão de Maduro, que despertou a rejeição dos grupos de oposição e de trabalhadores, incluindo muitos chavistas, ocorre em plena campanha para as eleições parlamentares, marcadas para 6 de dezembro. As pesquisas mostram que o chavismo pode, pela primeira vez em muitos anos, perder o controle da Assembleia Nacional. Uma devastadora crise econômica, com uma aguda escassez de bens essenciais e inflação de 100% nos últimos doze meses, contribui para o esfarelamento da popularidade de Maduro.

Cerca de 50 funcionários protestaram dentro do complexo, localizado num bairro pobre no oeste de Caracas. "Se nós não trabalhamos, nós não comemos", disse Carlos Muñoz, motorista de caminhão, de 43 anos, um funcionário terceirizado da Polar. Ele transporta comida e bebida do armazém para lojas e distribuidoras. "Não há comida na Venezuela e agora eles fazem isso! Como as pessoas vão comer?", completou.

Funcionários disseram que dezenas de soldados da Guarda Nacional e da polícia tomaram os armazéns e agora controlam a entrada e saída de pessoas e bens. Pichações contra a ocupação nas paredes próximas do complexo diziam "Não à expropriação" e "A Venezuela passa fome".

Não é a primeira vez que o governo expropria armazéns de distribuição de alimentos. O antecessor de Maduro, Hugo Chávez, expropriou vários depósitos da Polar argumentando que o espaço deveria ser usado para construir casas para os pobres.

Delator de Cunha forneceu ‘provas definitivas’



Na entrevista que concedeu ao Jornal Nacional na noite desta quinta-feira, a advogada Beatriz Catta Preta declarou que seu ex-cliente Júlio Camargo não se limitou a declarar que repassou propina de US$ 5 milhões ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

“Todos os depoimentos prestados sempre vieram respaldados com informações, dados, documentos, provas definitivas”, disse Catta Preta, que comandava a defesa de Júlio Camargo na época em que o lobista foi inquirido na Procuradoria da República, em Brasília. “Nunca houve só o dizer por dizer.”

Na mesma entrevista, a doutora declarou ter abandonado os nove clientes que defendia na Lava Jato e a própria advocacia. Alega sentir-se ameaçada por integrantes da CPI da Petrobras, que a convocaram para prestar depoimento. Afirmou que a pressão aumentou depois que Júlio Camargo alterou depoimentos anteriores, para incluir Cunha e os US$ 5 milhões no enredo de sua delação.

Foi a partir dessa nova revelação do Júlio Camargo que a senhora sentiu que o foco de retaliação se voltou pra senhora?, quis saber o entrevistador. E Catta Preta: “Sim. Vamos dizer que aumentou essa pressão, aumentou essa tentativa de intimidação a mim e a minha família.”

Por que Julio Camargo não citara Cunha em seus primeiros depoimentos? “Receio. Ele tinha medo de chegar ao presidente da Câmara.” O que o fez mudar de ideia? “A colaboração dele, a fidelidade, a fidedignidade da colaboração, o fato de que um colaborador não pode omitir fatos, não pode mentir, o levaram então a assumir o risco. Aquele risco que ele temia, e levar todos os fatos então à Procuradoria-Geral da República.”

Eduardo Cunha veiculou no Facebook uma resposta. “Reitero que não tenho qualquer interferência na CPI”, anotou o presidente da Câmara. Sustenta que não sabia da convocação da advogada para depor na CPI. “Desconhecia a sua convocação, que se deu com certeza antes de o delator mudar a sua versão.”

Cunha divulgou também uma nota do seu advogado, o ex-procurador-geral da República Antonio Fernando de Souza. Nela, lê-se o seguinte: 'A mentira salta aos olhos. Nego com veemência o envolvimento do presidente da Câmara nas fraudes. As declarações de Beatriz Catta Preta não fazem sentido, uma vez que Júlio Camargo já havia negado publicamente o envolvimento do presidente da Câmara, Eduardo Cunha.”

Antonio Fernando prosseguiu: “ As declarações da advogada dão a impressão de uma coisa montada. A mentira salta aos olhos. Nego com veemência o envolvimento do presidente da Câmara nas fraudes e tenho certeza de que Júlio Camargo não tem nenhum documento que ligue Eduardo Cunha às irregularidades.''

quinta-feira, 30 de julho de 2015

Analistas alertam para risco de fechamento da GM em São José


Portaria da planta industrial da GM na zona leste de São José. Foto: Pedro Ivo Prates
Portaria da planta industrial da GM na zona leste de São José. Foto: Pedro Ivo Prates

Analistas de mercado consideraram a falta de competitividade admitida pela General Motors para o complexo industrial de São José dos Campos como indício de risco para o futuro da fábrica na cidade, que completou 56 anos.

A montadora anunciou anteontem que dobrou de R$ 6,5 bilhões para R$ 13 bilhões o investimento a ser feito no país até 2019, para lançar uma nova família de veículos.

O complexo de São José não receberá nenhuma parcela desse pacote de investimento, segundo executivos da GM. A montadora deve priorizar as unidades de Gravataí (RS) e São Caetano do Sul (SP).

Sem novos projetos para a fábrica de São José, que hoje monta os modelos S10 e Trailblazer, especialistas no setor automotivo apontam riscos de a unidade tornar-se obsoleta em tecnologia e competitividade, o que pode significar o fechamento dela a longo prazo.

“É perfeitamente possível dizer, após o anúncio da GM, que a fábrica de São José está em risco”, disse o advogado Luiz Carlos Mello, consultor especializado no setor automotivo e ex-presidente da Ford.

Segundo ele, ao contrário do que se pensa, as montadoras “fecham unidades com a maior facilidade”.

“Se a planta for anti-econômica é muito simples para a montadora fechar a fábrica. Isso acontece com certa fre-quência nos Estados Unidos, por exemplo”, completou.

Índia será o país mais povoado do mundo em sete anos, aponta ONU


Crianças indianas participam de aula de yoga em Chennai como parte dos preparativos para o Dia Internacional do Yoga, que acontecerá dia 21 de Junho - 19/06/2015
Crianças indianas participam de aula de yoga em Chennai

A Índia será o país mais povoado do mundo em 2022, superando a China, hoje o país mais populoso do planeta, segundo estimativas divulgadas nesta quarta-feira pelas Nações Unidas. Atualmente, cerca de 1,3 bilhão de pessoas vivem na Índia, enquanto na China vivem aproximadamente 1,38 bilhão, uma diferença que deve desaparecer nos próximos sete anos. Segundo a previsão, o mundo passará dos atuais 7,3 bilhões de habitantes para 8,5 bilhões em 2030, cerca de 9,7 bilhões em 2050 e de 11,2 bilhões no final do século.

A hipótese apontada é que a população indiana seguirá crescendo durante várias décadas e alcançará 1,5 bilhão em 2030 e 1,7 bilhão em 2050, enquanto a população da China deverá se manter instável até 2030 e depois começará a minguar. As projeções preveem também que em 2050 a Nigéria pode superar os Estados Unidos e se transformar no terceiro país mais habitado do mundo. O país africano registrará o maior aumento de população entre as grandes nações, pois, segundo as Nações Unidas, passará dos atuais 182 milhões de habitantes para mais de 262 milhões em 2030 e quase 400 milhões em 2050.

Segundo a ONU, durante as próximas décadas o crescimento da população mundial se concentrará principalmente em nove países, em sua maioria africanos e asiáticos: Índia, Nigéria, Paquistão, República Democrática do Congo, Etiópia, Tanzânia, EUA, Indonésia e Uganda. Com a maior taxa de crescimento demográfico, a África fornecerá mais da metade do aumento da população mundial entre 2015 e 2050. Nesse período, espera-se também que a população de 28 países do continente duplique e que dez deles tenham multiplicado por cinco seu número de habitantes para 2100.

A população da América Latina e o Caribe, enquanto isso, passará dos atuais 634 milhões para 721 milhões em 2030, 784 milhões em 2050 e depois começará a cair, situando-se de novo em cerca de 721 milhões no final de século. O continente viverá um claro envelhecimento de sua população nas próximas décadas e, em 2050, os idosos serão mais de um quarto da população, frente a pouco mais de 11% atualmente.

Brasil e México, que estão entre os dez países mais povoados do mundo, seguirão crescendo até 2050, quando a população chegará aos 238 milhões e os 164 milhões, respectivamente, frente aos atuais 208 e 127 milhões. Os EUA, onde atualmente vivem quase 322 milhões de pessoas, seguirão crescendo, embora mais lentamente, e para 2050 a previsão é de que sua população atinja 389 milhões.

Caçador de Cecil: de dentista anônimo a um dos homens mais odiados do planeta


O sorriso dos covardes

No início de julho, o dentista americano Walter Palmer pagou 50.000 dólares (170.000 reais) para vivenciar uma atividade cruel e estúpida que ele chama de 'hobby': caçar um animal selvagem com arco e flecha para arrancar sua cabeça e usá-la como troféu na parede de casa. Palmer viajou para o Zimbábue e, com a ajuda de dois homens, atraiu um leão para fora dos limites do parque com uma isca, atirou no animal usando arco e flecha e esperou que ele agonizasse por 40 horas para matá-lo. Ah, sim, e finalmente conseguir seu troféu para 'enfeitar' sua sala de estar, arrancando a cabeça e a pele do animal.

Palmer já caçou ursos, rinocerontes, leopardos, javalis e outros animais selvagens antes sem ser incomodado, e esta recente caçada também teria passado despercebida do resto do mundo se o troféu na bagagem do dentista não pertencesse a Cecil, um dos leões mais conhecidos e antigos do Zimbábue, monitorado por cientistas da Universidade Oxford, da Grã-Bretanha, por um colar com GPS.

De volta à sua cidade natal no estado de Minnesota, o dentista teve de cancelar suas contas pessoais e profissionais nas redes sociais diante da enxurrada de ofensas e ameaças que passou a sofrer depois que seu nome foi divulgado. A porta de sua clínica virou alvo de protestos, com pessoas encenando a caçada usando pistolas de água e animais de pelúcia.

Na noite desta terça-feira, o apresentador Jimmy Kimmel fez um discurso de repúdio ao caçador em seu programa na noite de terça-feira. "A principal questão é: por que alguém atira em um leão? Eu sinceramente quero saber por que um ser humano tem vontade de fazer isso. De que maneira isso é divertido??", disse o apresentador. "É tão difícil pra você ter uma ereção que é preciso matar pra conseguir? Existem pílulas para isso, e elas funcionam", ironizou, dirigindo-se a Palmer.

O comediante britânico Ricky Gervais, defensor dos direitos dos animais, também comentou a caçada em seu perfil do Facebook: "Não é para se alimentar. Não é pelo prazer de atirar - se fosse, ele poderia atirar em latas. Deve ser simplesmente pelo prazer da matança. É insano".

Newt Gingrich, congressista republicano e ex-presidente da Câmara dos Deputados nos Estados Unidos, usou o Twitter para afirmar que Palmer deveria ser preso. A congressista democrata Betty McCollum pediu ao Departamento de Justiça para investigar se Palmer violou leis de proteção de espécies em extinção.

Ativistas da Peta (Pessoas pelo Tratamento Ético dos Animais) foram mais longe. Nesta quarta-feira, a organização divulgou um comunicado pedindo a execução do caçador. "Ele deve ser extraditado, condenado e, de preferência, enforcado".

Walter Palmer, que já foi condenado por caça ilegal há alguns anos em seu país, divulgou uma declaração para se defender. Ele diz que contratou guias e caçadores profissionais para garantir que a legalidade do ato, mas testemunhas disseram que ele participou da ação (amarrar um animal morto ao veículo) que atraiu o leão para fora da proteção do parque, onde a caça é proibida. "Eu não sabia que o leão era conhecido e adorado no país. Só descobri o colar [com o GPS] e que ele fazia parte de um estudo ao final da caçada". Ao que parece, Palmer não entendeu o real motivo da revolta dos que o condenam.

quarta-feira, 29 de julho de 2015

Lula entra com ação judicial contra revista Veja



Lula entrou nesta quarta-feira com uma ação judicial contra quatro profissionais de Veja. Pede que sejam condenados a lhe pagar indenização por danos morais. Reclama da reportagem de capa da última edição da revista, que foi às bancas no último sábado (25). Nela, noticiou-se que o ex-presidente da OAS, Leo Pinheiro, estaria negociando acordo de delação premiada para delatar crimes que envolveriam Lula em fatos investigados na Operação Lava Jato. Por meio dos seus advogados, o empreiteiro negou que tenha cogitado tornar-se delator.

Em nota, o Instituto Lula reproduz trechos da ação movida pelos advogados de Lula: “O texto é repugnante, pela forma como foi escrito e pela absoluta ausência de elementos que possam lhe dar suporte.” Sustenta-se na petição que a jurisprudência do STJ consagraria o entendimento de que “a liberdade de comunicação e de imprensa pressupõe a necessidade de o jornalista e/ou o veículo pautar-se pela verdade”.

Os alvos da ação de Lula são os três repórteres que subscrevem a notícia contestada —Robson Bonin, Adriano Ceolin e Daniel Pereira—, além do diretor de redação Eurípedes Alcântara.

Maria do Rosário está na lista de empreiteiro da Lava Jato


MRosario23032014Gerson Almada, vice-presidente da Engevix e réu na Operação Lava Jato, disse aos investigadores que encaminhou ao seu operador de propinas, Milton Pascowitch, uma lista com os candidatos que deveriam ser bancados pela empreiteira.

Todos são do PT:

“Vicente Cândido, Maria do Rosário, ‘Mirian’ (que o depoimento não identifica), os deputados estaduais do PT Rio Grande do Sul Altemir Tortelli, Marcos Daneluz e Nelsinho Metalúrgico, além dos irmãos Nilto Tatto e Enio Tatto, deputado federal e deputado estadual por São Paulo”.

O empreiteiro, no entanto, disse não se recordar se a doação aos políticos da sigla foi abatida das “comissões” que ele devia a Pascowitch.


Dilma vai vetar regra de reajuste da aposentadoria que quebra o país. Está certa, mas vai apanhar


A presidente Dilma Rousseff vai vetar texto aprovado pelo Congresso que reajusta, segundo os critérios de valorização do salário mínimo, todos os vencimentos dos aposentados, mesmo daqueles que recebem acima de um mínimo.

No mérito, ela está certa! Tem de vetar mesmo! Não existe dinheiro pra isso. Leva as contas para o buraco. O diabo é saber por que foi aprovado. E só foi aprovado porque a presidente já não exerce a necessária liderança para estar no comando.

O veto pode ser derrubado no Congresso? Pode! E, por óbvio, a decisão desgasta ainda mais a relação da mandatária com a sua base.

Em momento assim, o ruim se junta ao pior. A voz das ruas tende a ser esta: “Ah, dinheiro pra aposentado não tem, mas pra roubalheira, aí tem”. É claro que as coisas não são tão simples assim, mas o arranjo fecha uma equação na cabeça das pessoas. Aí, meus caros, é popularidade morro abaixo.

Mais uma razão para ela renunciar. Já não governa. É governada pelos fatos.

Datena fecha com PP para ser candidato a prefeito de São Paulo


O apresentador Datena entre os deputados Guilherme Mussi (à esq.) e delegado Olim, ambos do PP

O apresentador de TV José Luiz Datena, do Brasil Urgente, da Band, fechou acordo para sair candidato a prefeito de São Paulo pelo Partido Progressista (PP). Datena se reuniu nesta terça-feira com o deputado federal Guilherme Mussi e o deputado estadual Delegado Olim, que deve ser o candidato a vice-prefeito, em chapa pura do partido.

Em seu perfil no Facebook, Olim publicou a seguinte mensagem: "Nasce uma nova política para São Paulo. Datena declara que será candidato à prefeitura de São Paulo".

Datena já havia sido cortejado por partidos nas eleições municipais de 2012. Ele, no entanto, dizia ser injusto que pessoas com exposição pública na TV usassem desse trunfo para se popularizar e concorrer a um cargo eletivo. Ao jornal Folha de S. Paulo, ele disse que o partido "fez uma proposta honesta, direta e reta". "Não me senti usado. Simples assim", afirmou.

A entrada de Datena na corrida eleitoral deixa ainda mais indefinido o cenário da reeleição do prefeito Fernando Haddad (PT), que enfrenta baixos índices de popularidade. Também devem concorrer a ex-prefeita e senadora Marta Suplicy (sem partido), em conversas com PMDB e PSB, e o deputado Celso Russomanno (PRB), apresentador da TV Record. O PSDB ainda não definiu um nome para a disputa - entre os que se declaram pré-candidatos está o vereador Andrea Matarazzo.

terça-feira, 28 de julho de 2015

Na lógica de Dilma, Lava Jato é culpa de índios



A hipocrisia é uma característica muito comum dos governos em apuros. Mas Dilma Rousseff exagera. Quando declarou, a portas fechadas, que a Lava Jato derrubou um ponto percentual do PIB, a presidente deixou de mencionar que a operação é uma reação da PF e da Procuradoria à roubalheira que viscejou na estatal durante os 13 anos de governos petistas.

Quando Lula governou o país, não hesitou em levar a Petrobras ao balcão. Decerto pensou que, sob o patrocínio de PT, PMDB e PP, as diretorias e subsidiárias da estatal seriam geridas sob critérios tecnicamente impecáveis. Mas o que se poderia esperar de prepostos de Renans e Collors senão gestões indignas?

Pelo menos R$ 7,5 milhões em verbas sujas extraídas da Petrobras foram parar na caixa registradora da campanha presidencial de Dilma. A presidente diz que seu oponente Aécio Neves bebeu da mesma fonte. E se declara chocada com a suposição de que o dinheiro possa não ser legal.

Considerando-se o pensamento cartesiano de Dilma, ela deve achar que a Lava Jato é culpa dos índios, que não puseram os portugueses para correr naquele fatídico 22 de abril. Num Brasil habitado exclusivamente por índios haveria vantagens e desvantagens. A desvantagem é que você, caro leitor, não existiria. Em compensação, também não existiriam a Dilma e seus raciocínios tortos.

segunda-feira, 27 de julho de 2015

Suecos insatisfeitos


gripen
Compra de 36 Gripen NG pode não sair

Uma missão sueca desembarcou hoje em Brasília para reuniões no Ministério da Fazenda e no Itamaraty para a última tentativa de fazer o governo brasileiro honrar o que foi acordado sobre as taxas de juros da compra de 36 caças Gripen NG.

Joaquim Levy vem tentando renegociar a compra alegando dificuldades econômicas por parte do governo brasileiro.

Os suecos estão à beira de desistir do negócio de 5,4 bilhões de dólares.

JÁ SÃO 255 DEPUTADOS PRÓ-IMPEACHMENT DE DILMA



O Planalto e o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), concordam pelo menos numa coisa: ambos estimam que 255 dos 513 deputados federais já se manifestam abertamente pela admissibilidade da proposta de impeachment da presidente Dilma. Neste momento, doze propostas estão tramitando. O governo espera ainda reverter a posição de deputados do PTB e do PP; eles somam 64 deputados.

Oposição acha que o impeachment ganhará fôlego após o TCU julgar as “pedaladas fiscais” e as manifestações do dia 16.

São exigidos no mínimo 342 votos para que os parlamentares promovam o impeachment da presidente Dilma.

Dilma liberou R$ 300 milhões em emendas parlamentares ainda de 2014, na expectativa de “acalmar” deputados e senadores.

domingo, 26 de julho de 2015

De 28 creches prometidas para 18 cidades do Vale por Alckmin, apenas duas estão concluídas



Das 28 creches prometidas para a RMVale em julho do ano retrasado pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB), somente duas foram inauguradas até agora pelo Estado, dois anos depois.

Das restantes, sete ainda estão em obra, quatro estão em fase de licitação e cinco sequer tiveram os projetos aprovados pelo governo estadual. Outras 10 nem devem sair do papel.

O levantamento foi feito pelo O VALE com as prefeituras de 18 municípios da RMVale que seriam contemplados. O investimento estimado na região seria de R$ 33,6 milhões.

Os convênios foram assinados no dia 29 de julho de 2013 pelo governador, já em ritmo eleitoral. No ano seguinte, ele disputou a reeleição e venceu. Na ocasião, Alckmin prometeu construir 439 creches em 315 prefeituras do interior de São Paulo. O investimento seria de R$ 570 milhões e beneficiaria 57 mil crianças.

Ressaca. Passada a eleição, a realidade é outra. Somente as creches de Queluz e São Bento do Sapucaí foram construídas pelo governo do Estado.

Na outra ponta está Taubaté. Das cinco unidades previstas inicialmente, uma está em licitação e as outras quatro parecem esquecidas.

Situação semelhante ocorre em São José dos Campos: as três creches prometidas ainda não têm previsão para saírem do papel.

Também não são mais cogitadas uma das creches previstas para Jacareí e duas de São Sebastião -- cada um dos municípios receberia três unidades.
Segundo prefeituras consultadas, as principais dificuldades são aprovar os projetos e conseguir a liberação de recursos do governo do Estado.

Creche é do município, diz Estado
Taubaté

Apesar do convênio assinado em 2013, o governo do Estado, por meio da Secretaria da Educação, optou por ressaltar, em nota, que a oferta de vagas em creches é responsabilidade dos municípios.

Segundo a pasta, o programa Creche Escola foi criado pelo Estado para “auxiliar” as prefeituras.

A secretaria alegou também que cabe aos municípios apresentar um terreno compatível com modelos de plantas oferecidos, além da documentação.

Balanço. A pasta não informou quantas das 439 creches prometidas em julho de 2013 para o interior do Estado foram entregues. O dado informado foi referente ao programa desde a criação, em 2011: 423 entregues ou em execução no Estado (13 na região).

O Vale

EX-GOVERNADOR DO RIO GRANDE DO NORTE É PRESO NO RIO



O ex-governador do Rio Grande do Norte Fernando Freire foi preso na manhã de hoje (25), na orla da Praia de Copacabana, zona sul da capital fluminense. A prisão foi feita por agentes da Subsecretaria de Inteligência (SSINTE) da Secretaria de Estado de Segurança. De acordo com a secretaria, Fernando Freire estava foragido da Justiça desde 2014 e tem contra ele quatro mandados de prisão expedidos pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte.

O ex-governador foi levado para a 12ª Delegacia Policial (DP) em Copacabana. A Polícia Civil do Rio informou que ele será encaminhado para a Polícia Interestadual (Polinter) para os procedimentos de entrada no sistema penitenciário do Rio. A Secretaria de Estado de Administração Penitenciária é que vai definir para qual local o ex-governador será conduzido.

No dia 15 de julho o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte (TJRN) divulgou que a Câmara Criminal do órgão tinha negado mais um recurso pedido pela defesa do ex-governador contra a condenação que foi definida pela 8ª Vara Criminal de Natal. Na mesma decisão, segundo o tribunal, os desembargadores aceitaram denúncia do Ministério Público que apontou o reconhecimento na existência de crime continuado.

Para o Ministério Público (MP), Fernando Freire comandou, de 1995 a 2002, enquanto estava no exercício dos cargos de vice-governador e governador do estado do Rio Grande do Norte, um esquema de desvio de recursos do erário estadual. O MP indicou que houve concessão fraudulenta de gratificação de gabinete em nome de diversas pessoas.

As apurações do MP apontaram, que, na maioria, as pessoas beneficiadas pelas gratificações não sabiam que estavam na folha de pagamento do estado. A inclusão, segundo o órgão, era para que terceiros recebessem os valores.

O TJRN informou ainda que o ex-governador foi condenado em primeira instância em dezembro de 2012.

Analista afastada do Santander durante campanha acertou previsão econômica


Em julho do ano passado, em plena campanha presidencial, os clientes do banco Santander com renda mensal superior a R$ 10 mil receberam em seus extratos uma análise premonitória. O texto insinuava que o cenário favorável à reeleição de Dilma Rousseff levaria à deterioração da economia. Haveria alta dos juros, desvalorização do Real frente ao dólar e queda na Bolsa de Valores.

“Difícil saber até quando vai durar esse cenário e qual será o desdobramento final de uma queda ainda maior de Dilma Rousseff nas pesquisas”, anotava o informe do Santander. “Se a presidente se estabilizar ou voltar a subir nas pesquisas, um cenário de reversão pode surgir. O câmbio voltaria a se desvalorizar, juros longos retomariam alta e o índice da Bovespa cairia, revertendo parte das altas recentes. Esse último cenário estaria mais de acordo com a deterioração de nossos fundamentos macroeconômicos.''


Divulgado pelo repórter Fernando Rodrigues há um ano, em 25 de julho de 2014, o informe do Santander provocou a ira do petismo. Lula execrou em público a analista de mercado Sinara Polycarpo Figueiredo, que chefiava o departamento do banco que produzira a análise: “Essa moça não entende porra nenhuma de Brasil e de governo Dilma. Manter uma mulher dessa num cargo de chefia, sinceramente… Pode mandar ela embora e dar o bônus dela para mim.”

Dilma também abespinhou-se: “A característica de vários segmentos é especular. Sempre que especularam, não se deram bem. É inadmissível para qualquer país, principalmente um país que é a sétima economia do mundo, aceitar qualquer nível de interferência de qualquer integrante do sistema financeiro, de forma institucional, na atividade eleitoral e política.''

O pedido de Lula foi atendido. Além de desculpar-se por meio de nota, o Santander levou à bandeja os escalpos de quatro funcionários, entre eles Sinara. Dali a três meses, Dilma prevaleceria nas urnas sobre o rival tucano Aécio Neves. Desde então, acentuou-se a ruína econômica.

Nesta sexta-feira (24), sob o impacto da revisão da meta de superávit fiscal do governo, o dólar subiu pelo terceiro dia consecutivo. Bateu em R$ 3,34. É a maior cotação em 12 anos. O Ibovespa, principal índice de ações do país, fechou o dia com uma queda de 1,13%. Foi o sexto declínio consecutivo. A taxa de juros é de 13,75% ao ano e o Banco Central pode elevá-la pela sétima vez nesta semana.

Muita gente no mercado associava a reeleição de Dilma à borrasca econômica. O que distinguiu a equipe do Santander foi a ousadia de instilar o pessimismo nos extratos, como um alerta à sua clientela.

Pressionado pelo petismo na época, o presidente mundial do Santander, Emilio Botín, desembarcou da polêmica levando seus funcionários ao microondas: “Não foi do banco e sim de um analista que enviou o informe sem consultar quem deveria consultar'', disse.

A demitida Sinara saiu de cena com a espinha ereta: “Minha trajetória é impecável e bem-sucedida. Portanto, jamais poderá estar associada a qualquer polêmica. Esse assunto já se esgotou.'' Hoje, Dilma comanda uma presidência hemorrágica. E Lula é candidato a passar à história como um político que não entende “porra nenhuma” de candidaturas presidenciais.

sábado, 25 de julho de 2015

Romário tem conta milionária na Suíça - e não a declarou ao Fisco


Romário no Senado: da tribuna, o ex-craque dispara lições de ética e denuncia falcatruas. Conta não declarada à Receita pode tisnar esse discurso

Quem o vê na tribuna do Senado, fustigando os cartolas do futebol com acusações de irregularidades e à frente de uma CPI sobre falcatruas na Confederação Brasileira de Futebol, se impressiona: Romário de Souza Faria, 49 anos, ídolo da seleção, firma-se cada vez mais na política com um vigoroso discurso em defesa da ética e da lisura. A postura, apimentada por seus comentários afiados, é tão bem-sucedida entre os eleitores que o levou a ganhar com folga a disputa pelo Senado no Rio de Janeiro, na eleição do ano passado, e o coloca agora no topo das pesquisas sobre os mais cotados para a prefeitura do Rio em 2016. Tamanha popularidade acaba por deixar na sombra uma flagrante incongruência entre o Romário senador e o Romário cidadão: na vida pessoal, o ex-jogador é notório por suas pendências financeiras. Uma delas está nas mãos do Ministério Público Federal: um extrato de uma conta bancária em nome de Romário no banco suíço BSI, com sede em Lugano, no valor de 2,1 milhões de francos suíços, o equivalente a 7,5 milhões de reais. A pequena fortuna não aparece na declaração oficial de bens encaminhada por Romário à Justiça Eleitoral em 2014. Romário disse a VEJA que nunca ouviu falar da conta: "Até agradeço por me informarem. Se for dinheiro meu, vou buscar".

No extrato consta um crédito de rendimentos em aplicações no período de um ano a partir de 31 de dezembro de 2013, o que fez elevar o saldo aos mais de 7 milhões de reais atuais. A data do documento é 30 de junho de 2015. Ter dinheiro no exterior não é proibido. No caso de Romário, isso não necessariamente levanta suspeitas sobre sua origem, pois ele jogou em grandes clubes europeus, recebendo em moeda forte. "Abri contas na Holanda e na Espanha e, para ser sincero, não sei se fechei. Mas nunca mais movimentei", diz Romário. Brasileiros com conta em bancos estrangeiros e saldo acima do equivalente a 100 000 dólares devem informar à Receita Federal, que cobrará o imposto devido. Em 1997, quando jogava no Valencia, da Espanha, Romário foi autuado pelo Fisco por ter aberto empresas nas Ilhas Virgens Britânicas, um paraíso fiscal, e para lá transferido aplicações e propriedades. O objetivo era escapar dos impostos. Só o valor que consta no extrato do BSI em nome de Romário supera em quase seis vezes o patrimônio total declarado por ele à Receita Federal, como é exigido de candidatos a cargos eletivos. Romário informou à Receita que seu patrimônio total era de 1,3 milhão de reais, entre imóveis, terrenos, cotas de empresas e aplicações financeiras.

A conta não declarada na Suíça passa a ocupar o topo da lista de enroscos financeiros de Romário em tempos recentes. Quando se examina o comportamento dele nessa área, não naquela em que reinou, fica evidente que o Baixinho é mau pagador. A lista de faturas em aberto no Rio de Janeiro vai de condomínios a pensão de filhos, passando pelo Fisco e pelo INSS. Só em impostos federais, Romário acumula pendências em torno de 2 milhões de reais. O senador já foi citado em 28 processos por dívidas e chegou a ser condenado em várias instâncias por sonegação fiscal. Parte dos processos subiu ao Supremo Tribunal Federal. O craque estava a um passo de ser enquadrado na Lei da Ficha Limpa e só escapou por ter, finalmente, desembolsado 1,4 milhão de reais, renegociando o restante.

Um apartamento de Romário, avaliado em 4 milhões de reais, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste carioca, quase foi a leilão há poucos meses por falta de pagamento de 600 000 reais em taxas de condomínio. Na última hora houve acordo, e a dívida está sendo renegociada. Se Romário o perdesse, seria reincidência: em 2009, ele foi obrigado a entregar uma cobertura de 8 milhões de reais no luxuoso condomínio Golden Green, também na Barra. O imóvel foi leiloado por falta de pagamento de taxas. Quando o empresário Edson Bueno, então dono da Amil e comprador do imóvel, pegou as chaves, ficou impressionado com o estado de depredação. Romário diz que arrancou um aparelho de ar condicionado. Outras duas propriedades dele foram tomadas pela Justiça para quitar dívidas.

Romário não leva uma vida modesta. Ele circula pelo Rio de Janeiro em uma Ferrari vermelha, que, por via das dúvidas, registrou no nome de uma ex-­mulher. Seus bens são condizentes com os ganhos de quem já foi o jogador mais bem pago do Brasil - no Flamengo, recebia 320 000 reais por mês, em valores atuais. Da experiência, aprendeu que ganhar dinheiro é bom; gastar, nem tanto. Vitorioso na política - na qual entrou como deputado federal e, na eleição seguinte, já se transferiu para o Senado com votação recorde -, em 2013 amea­çou deixar seu partido, o PSB, e viu-se alvo de intensa disputa por seu passe. Quatro caciques de diferentes siglas envolvidos nas negociações disseram a VEJA que Romário é pragmático e a medida do seu interesse passava sempre por alguma recompensa. Acabou ficando no PSB. Expoentes de seu círculo contam que a recompensa nesse caso seria o pagamento do aluguel da mansão de 10 milhões de reais onde ele mora em Brasília. Tanto o partido como o senador negam o arranjo. Saldar o que deve, tudo indica, ele pode. Calcula-se que Romário tenha rendimentos anuais de 5 milhões de reais, entre campanhas publicitárias e pagamentos atrasados. Só do Flamengo, ele ainda recebe 159 000 reais por mês. O salário de senador é de 33 700 reais. Quando se esclarecerem as circunstâncias de sua conta no BSI, o Baixinho vai ter mais alguns milhões de razões para driblar seus credores.

Executivo da OAS negocia delação sobre Lula



Ex-presidente da construtora OAS, Léo Pinheiro negocia com o Ministério Público Federal um acordo de delação. Alcançado pela Operação Lava Jato, Léo passou seis meses recolhido a um xilindró em Curitiba. Hoje, arrasta uma tornozeleira eletrônica em prisão domiciliar. Sob o risco de amargar uma condenação que pode devolvê-lo à cadeia, Léo se dispõe a fornecer provas de que Lula patrocinou o esquema que desviou bilhões dos cofres da Petrobras.

Em sua última edição, que vai às bancas neste final de semana, a revista Veja conta que, em troca de benefícios judiciais, os advogados de Léo Pinheiro, devidamente autorizados pelo cliente, ajustam com a Procuradoria detalhes do acordo de delação que pode estilhaçar o bordão “eu não sabia”. Operador da OAS, Léo tornou-se amigo e confidente de Lula. Em privado, diz que o ex-presidente petista beneficiou-se diretamente dos desvios praticados na Petrobras. A ver.

Lula grava suástica metafórica na própria testa



Suponha que, em meio à folga do final de semana, você se convence de que a coisa vai melhorar, deve melhorar, tem que melhorar. Simule otimismo. Faça cara de quem acredita no futuro com toda a força. Acredite que tudo vai dar certo. Agora pense no último discurso de Lula.

“Estou cansado de agressões à primeira mulher que governa esse país, de ver o tipo de perseguição que tentam fazer às esquerdas nesse País'', disse o morubixaba do PT na noite desta sexta-feira. “Não tem pessoa com caráter mais forte nesse País que a Dilma.'' Noutro trecho, sapecou: “O que a gente vê na televisão parece os nazistas criminalizando o povo judeu.”

Poucos críticos são tão duros com Dilma quanto Lula. Ainda outro dia, numa conversa com religiosos, o criador bateu na criatura abaixo da linha da cintura. “Dilma está no volume morto, o PT está abaixo do volume morto, e eu estou no volume morto”, disse Lula. “Todos estão numa situação muito ruim.”

Cáustico, Lula prosseguiu: “Tem uma frase da companheira Dilma que é sagrada: ‘Eu não mexo no direito dos trabalhadores nem que a vaca tussa’. E mexeu. Tem outra frase que é marcante, que é a frase que diz o seguinte: ‘Eu não vou fazer ajuste, ajuste é coisa de tucano’. E fez. E os tucanos sabiamente colocaram Dilma falando isso [no programa de TV do partido] e dizendo que ela mente. Era uma coisa muito forte”.

Quer dizer: o Lula do discurso no sindicato do ABC gravou na testa do Lula da conversa com os religiosos uma metafórica suástica. E você aí, desperdiçando o seu final de semana com seu otimismo sem causa.

sexta-feira, 24 de julho de 2015

Alckmin fura fila e leva vaia



(Folha) Houve vaias para o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, durante passagem dele no lançamento do livro do surfista Gabriel Medina ocorrida na tarde desta quinta-feira. Parte do público começou a reclamar quando ele entrou na área que tinha prioridade de encontrar o atleta e gritaram "fila". Também foi ouvida expressão "ih fora".

CPI evoluiu da inutilidade para a extravagância



A CPI da Petrobras precisa decidir se é um núcleo de investigação ou apenas um estorvo para atrapalhar o bom andamento da Operação Lava Jato. Na primeira condição, a CPI especializou-se em estraçalhar portas já arrombadas pela Polícia Federal e pela Procuradoria. Na segunda, vai se notabilizando por produzir extravagâncias que já justificam a abertura de uma CPI para investigar a CPI.

Chamado pelo delator Alberto Youssef de “pau mandado de Eduardo Cunha”, o deputado Celso Pansera (PMDB-RJ) se esforça para dar razão aos que não vêem motivos para acreditar na sua autonomia. Ele se dedica a atazanar a vida de quem ousa levar o presidente da Câmara à vitrine da Lava Jato.

Depois de pedir a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico de familiares do doleiro Youssef, Pansera requereu a convocação de Beatriz Catta Preta, advogada de nove dos 17 delatores da Lava Jato —entre eles Júlio Camargo, o lobista que acusou Cunha de embolsar propina de US$ 5 milhões. Exige saber a origem do dinheiro que banca os honorários da doutora.

A primeira esquisitice de Pansera foi derrubada pelo ministro Marco Aurélio Mello, no STF. A segunda pode ser revista por Sérgio Moro. O juiz da Lava Jato achou estranho que, com tantos advogados atuando na operação, a curiosidade de Pansera seja tão seletiva.

“Não se vislumbra motivo concreto para, entre tantos e tantos acusados e investigados em situação similar, ter sido selecionada pelo deputado federal exatamente a advogada Beatriz Catta Preta'', espetou Moro.

Foi contra esse pano de fundo que Catta Preta decidiu abandonar os nove clientes que defendia na Lava jato. Os amigos informam que a doutora deve se mudar para Miami, nos Estados Unidos. Pela distância que toma, pode-se intuir a intensidade da pressão que sofre. Diz-se que os partidos enviaram para a CPI da Petrobras os seus melhores quadros. Supremo mistério: por que será que só prevalecem os piores?

quinta-feira, 23 de julho de 2015

Financial Times - Recessão e propina: a crescente podridão do Brasil


Título do editorial: 'Recessão e politicagem: a crescente podridão no Brasil'

O jornal britânico "Financial Times" afirma, em editorial, que incompetência, arrogância e corrupção destruíram a "poção mágica do Brasil", e que a situação no país foi agravada pelo escândalo de corrupção na Petrobras.

O texto é intitulado "Recessão e propina: a crescente podridão do Brasil".

Segundo a publicação, a crise que o governo Dilma Rousseff passa cresce devido a problemas econômicos e à baixa aprovação da petista, além da corrupção. "Não admira que o Brasil de hoje tenha sido comparado a um filme de terror sem fim", diz o editorial, em referência à frase do presidente do Senado, Renan Calheiros.

O jornal, porém, avalia que os desdobramentos da Operação Lava Jato demonstram "a força das instituições democráticas brasileiras" e que o pior cenário, "o de um impeachment caótico", pode ser evitado.

Leia o editorial:

DO "FINANCIAL TIMES"

Recessão e propina: a crescente podridão do Brasil

Incompetência, arrogância e corrupção destruíram a poção mágica do Brasil. Combinadas ao final do boom das commodities, elas arremessaram a oitava maior economia do planeta a uma recessão cada vez mais profunda.

O escândalo de corrupção que continua a ser deslindado na Petrobras só agrava a putrefação. Mais de 50 políticos e dezenas de empresários estão sob investigação por propinas em valor de US$ 2,1 bilhões.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi indiciado [na verdade, Lula não foi indiciado; ele é alvo de investigação do Ministério Público do Distrito Federal], sob acusação de tráfico de influência. Há cada vez mais rumores sobre um possível impeachment da presidente Dilma Rousseff, cujo segundo mandato começou há sete meses. Isso ainda parece improvável, mas a probabilidade cresce a cada dia.

Duas forças principais forçam a escalada da crise

A primeira é a condução da economia por Rousseff. Para seu crédito, ela abandonou a fracassada "nova matriz econômica", propelida pelo Estado, de seu primeiro mandato. As taxas de juros subiram para segurar a inflação. Seu ministro da Fazenda linha dura está buscando conter os gastos. Esses corretivos necessários porém dolorosos resultaram em queda dos salários reais, prejudicaram o emprego e abalaram a confiança das empresas.

Também demoliram os índices de aprovação a Rousseff, agora os mais baixos já registrados. Isso enfraqueceu ainda mais o controle da presidente sobre seus parceiros de coalizão, de cujo apoio ela necessita para aprovar as medidas de austeridade no Legislativo.

CORRUPÇÃO

O maior motivo, porém, é o escândalo de corrupção. Ainda que tenha sido presidente do conselho da Petrobras entre 2003 e 2010, pouca gente acredita que Rousseff seja pessoalmente corrupta. No entanto, isso não significa que ela esteja segura. Rousseff enfrenta acusações de que sua administração violou as leis de financiamento de campanhas eleitorais e manipulou as contas do governo; qualquer das duas coisas pode bastar para um impeachment.

Até agora, os políticos em Brasília vêm preferindo que Rousseff permaneça no poder, e arque com a culpa pelos problemas do país. Mas a conta pode mudar à medida que eles lutam por salvar suas peles.

Um grande alerta surgiu na semana passada, quando o presidente da Câmara aderiu à oposição depois de ser acusado no inquérito da Petrobras, alegando que isso era uma caça às bruxas pelo governo. Seria ainda pior em caso de processo contra Lula. Isso aprofundaria a cisão entre ele e Rousseff, sua antiga protegida, e poderia resultar em mais ímpeto para o impeachment.

Não admira que o Brasil de hoje tenha sido comparado a um filme de terror sem fim. Mas há muito de bom emergindo.

INSTITUIÇÕES FORTES

O zelo do inquérito sobre a Petrobras demonstra a força das instituições democráticas brasileiras. Em um país no qual os poderosos se consideram acima da lei, Marcelo Odebrecht, presidente da maior empreiteira do Brasil, está preso. Esta semana, três executivos da Camargo Corrêa, outra empreiteira, foram sentenciados a mais de 10 anos de prisão.

Promotores públicos de Portugal e de diversos países latino-americanos agora estão investigando contratos internacionais da Odebrecht.

A companhia nega quaisquer delitos, mas tem uma subsidiária em Nova York e emitia títulos no mercado dos Estados Unidos, e por isso pode enfrentar um processo judicial norte-americano. Muitas outras companhias latino-americanas presumivelmente podem enfrentar problemas judiciais semelhantes, dados os bilhões em títulos denominados em dólares que emitiram.

Os investidores vinham se preocupando com essa exposição principalmente por conta da alta do dólar e das taxas de juros norte-americanas. Mas se a situação atual também levar os políticos e líderes empresariais a pensarem duas vezes antes de pagar propinas, isso representaria um grande avanço na luta da região contra a corrupção.

Quanto ao Brasil, Rousseff enfrenta três anos solitários na presidência. Os brasileiros são pragmáticos, de modo que o pior cenário, o de um impeachment caótico, pode ser evitado. Mas os mercados já começaram a incorporar esse risco aos seus preços. Pode bem ser que haja tempos piores à frente para o Brasil.

A imprensa e polícia mundial ajudam descobrir a corrupção no Brasil


Rato CorruptoEstá pipocando em todos os cantos do mundo notícias da corrupção petista no Brasil. E, para desespero dos petistas, estão ajudando nas investigações da Lava Jato.

Tchau, PT.

Suíça diz ter indícios de que Odebrecht usou contas para pagar propina

EUA monitoram obras da Odebrecht no exterior e apontam sinais de corrupção

Portugal: Lula, Sócrates e comissões de 200 milhões de euros

DILMA FARÁ CONCESSÕES PARA TENTAR EVITAR O IMPEACHMENT



O impeachment atormenta, de forma persistente, a presidente Dilma. E mesmo com o tom menos beligerante de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), peemedebistas na Câmara acreditam que o apoio à cassação, no Congresso, depende da liberação de cargos e emendas. A expectativa é do “fato jurídico concreto” nos processos que tramitam contra Dilma no Tribunal de Contas da União e no Tribunal Superior Eleitoral.

Para parlamentares da base aliada do governo, se houver “fato jurídico” (prova) será impossível apoiar um governo com só 7% de aprovação.

Uma possível votação de pedido de impeachment contra a presidente Dilma seria realizado no Plenário da Câmara. E com votos abertos.

A pedido de Michel Temer, Cunha resolveu adotar discurso menos inflamado, mas insiste na ideia de angariar apoio pelo impeachment.

Redução de superávit deixa Dilma sem sentido



Em atenção a um insistente pedido de Lula, Dilma Rousseff decidiu circular. Nesta quarta-feira, foi a Piracicaba inaugurar uma fábrica de etanol. Não será surpresa se os operadores políticos do Planalto logo concluírem que o melhor mesmo é a presidente ficar restrita aos palácios de Brasília. Dilma não tem o que dizer. Seu discurso se desconectou do mundo real.

Num dia em que o governo reconheceu que sua penúria é crônica, reduzindo a meta de superávit fiscal de 1,13% para 0,15% do PIB, a presidente declarou o seguinte: “Sem dúvida, estamos em um ano de travessia e também de novas possibilidades. Estamos atualizando as bases da nossa economia e vamos voltar a crescer dentro do nosso potencial.''

Até aqui, a única travessia testemunhada pela plateia foi a passagem do Éden dos videoclipes da campanha para o inferno do segundo mandato. Novas possibilidades? De fato, nunca antes na história houve situação tão adequada para o surgimento de um Brasil inteiramente novo. Caos não falta.

quarta-feira, 22 de julho de 2015

MP investiga contratação de mulher de Roitberg em UPA


A médica Keyla de Barros (esq.), mulher do secretário da Saúde. Foto: Reprodução/Facebook
A médica Keyla de Barros (esq.), mulher do secretário da Saúde. Foto: Reprodução/Facebook

O Ministério Público abriu inquérito para apurar supostas irregularidades na contratação da GL Plantonista, empresa responsável pelos plantões médicos da UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do Putim, zona sudeste de São José. 

A empresa, sediada em Santa Isabel (SP), tem em seu quadro de prestadores de serviço a médica Keyla Pereira Correia de Barros, mulher do secretário de Saúde Paulo Roitberg. 

A suspeita de nepotismo será investigada no inquérito aberto em 30 de junho.

A denúncia, apresentada pela bancada do PSDB na Câmara de São José, foi aceita pela promotora Ana Cristina Ioriatti Chami.

A investigação foi instaurada dois meses após O VALE publicar uma reportagem sobre o caso.

A Prefeitura de São José nega que tenha cometido prática de nepotismo. A promotora de Justiça, porém, pede ao governo documentos do processo de licitação na UPA. 

As empresas ICV (Instituto Ciências da Vida), administradora da unidade, e GL Plantonista, foram intimadas a dar informações sobre Keyla. 

A promotora ainda pede que Roitberg e Keyla prestem esclarecimentos em 20 dias.

Caso. A mulher de Roitberg é médica concursada da Prefeitura de São José. 

Em setembro de 2014, ela pediu licença não-remunerada das funções por um ano e, menos de dois meses depois, passou a trabalhar na UPA.

A GL Plantonista, que contratou Keyla, é uma empresa subcontratada pelo ICV, organização social selecionada pelo próprio secretário de Saúde em um processo de chamamento público.

Na denúncia apresentada ao MP, os vereadores do PSDB destacam que o nepotismo cruzado “viola as garantias constitucionais da impessoalidade e moralidade administrativa”.

Ontem, Roitberg só se pronunciou por meio da assessoria de imprensa. Mas, em abril, ele negou qualquer irregularidade no caso.

“Respeito o trabalho da imprensa, mas não concordo por dois motivos. Primeiro, ela não é funcionária do ICV. Segundo, ela fez um trabalho pontual pela dificuldade em achar pediatra”, afirmou à época.

O Vale

Dilma agora luta para provar que é igual a FHC



Dilma Rousseff passou 13 anos guerreando para emplacar a tese segundo a qual o seu governo e o de Lula foram diferentes do de Fernando Henrique Cardoso. De repente, a presidente petista pega em lanças para provar que, em matéria de perversão fiscal, sua gestão é igualzinha à administração do antecessor tucano. Acusada pelo TCU de sacar a descoberto em bancos estatais, Dilma sustenta que, em 2000 e 2001, FHC também deu suas pedaladas.

Embora tenha pedalado muito mais do que FHC, Dilma invoca o passado para mostrar que, quando assumiu a Presidência, já não havia nenhum pecado original. Por essa lógica, o TCU não poderia torcer o braço de Dilma depois de ter livrado a cara de FHC. Admite-se, no máximo, que a Corte de Contas emita um aviso prévio: atenção, gente, a partir de agora a irresponsabilidade fiscal é pecado.

Em 2005, quando Roberto Jefferson jogou o mensalão no ventilador, Lula dissera, numa entrevista parisiense, que o PT fez apenas o que se faz sistematicamente no Brasil. No petrolão, o PT escorou-se no depoimento de dois delatores para trombetear que as irregularidades na Petrobras começaram na gestão FHC.

Quando precisa atenuar suas culpas, o petismo aposenta o ‘nunca antes na história’ e passa a reivindicar a companhia do tucanato. Não podendo elevar sua estatura, Dilma adere à tática do rebaixamento do teto.

APROVAÇÃO DE DILMA DESPENCA PARA 7,7%, DIZ PESQUISA CNT



Pesquisa CNT/MDA divulgada nesta terça-feira (21) mostra que a avaliação positiva do governo da presidente Dilma Rousseff caiu para apenas 7,7%, enquanto 70,9 por cento desaprovam o governo petista. É uma queda acentuada: no levantamento CNT realizado em março, 10,8% dos entrevistados consideravam o governo Dilma “ótimo ou bom”, enquanto 64,8% avaliaram o governo como “ruim ou péssimo”. A pesquisa divulgada hoje mostra também que 20,5% consideram o governo regular, contra 23,6% na avaliação de quatro meses atrás.

Com relação ao desempenho pessoal de Dilma Rousseff, houve crescimento na rejeição à atuação da presidente. A desaprovação atingiu 79,9% e a aprovação está em 15,3%. A avaliação negativa também é a mais alta desde 2001.

A pesquisa foi encomendada pela Confederação Nacional do Transporte ao instituto MDA e ouviu 2.002 pessoas entre os dias 12 e 16 de julho passado.

O governo Dilma alcançou a maior avaliação negativa medida pela pesquisa da CNT, iniciada em 1998.

Avaliação detalhada

De acordo com o levantamento, 18,5% disseram que o governo Dilma é "ruim" e 52,4% afirmaram que ele é "péssimo". Já 20,5% consideraram que o governo é regular, 6,2% disseram que o governo é bom e 1,5% classificaram o governo como ótimo. A porcentagem dos entrevistados que não souberam ou não responderam é de 0,9%.

Em março, o desempenho pessoal da petista era aprovado por 18,9% dos consultados e desaprovado por 77,7%.

Foram entrevistadas 2.002 pessoas em 137 municípios de 25 unidades federativas. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais com 95% de nível de confiança.

terça-feira, 21 de julho de 2015

MP português confirma que colabora com a Lava Jato


Portugal Telecom havia recebido ontem nova oferta pela Vivo, no valor de 7,15 bilhões de euros
Portugal Telecom: na mira da PRG de Portugal(AFP/VEJA)

A Procuradoria-Geral da República de Portugal confirmou nesta terça-feira que colabora com a força-tarefa da Operação Lava Jato. O pedido de ajuda internacional partiu das autoridades brasileiras mediante carta rogatória, segundo nota. O MP português afirma, contudo, que o caso está em segredo de Justiça. No mesmo comunicado, a Procuradoria confirma que há investigações em curso também sobre a Portugal Telecom.

A nota do MP português foi divulgada no dia em que reportagem do jornal Publico informa que a venda das ações da Portugal Telecom na Telefonica à Vivo, em 2010, e também a entrada da empresa portuguesa na Oi são alvos de investigação. Sem citar fontes, o jornal afirma que os investigadores analisam se houve "benefícios econômicos" no valor de "várias dezenas de milhões de euro" para políticos, acionistas e dirigentes das partes envolvidas na operação.

De acordo com a reportagem, Lula e o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu teriam mantido conversas com o ex-primeiro-ministro português José Sócrates para destravar as negociações. "Há precisamente cinco anos, Sócrates e Lula falaram várias vezes ao telefone. As conversas ocorreram entre o junho e julho e se destinaram a encontrar uma solução para o impasse provocado pelo veto de Sócrates à venda, à Telefónica, das ações da PT na brasileira Vivo", diz o texto.

Lula e a Odebrecht - Segundo reportagem do jornal O Globo publicada no fim de semana, telegramas trocados entre o Itamaraty e diplomatas brasileiros indicariam que Lula teria intercedido em favor da Odebrecht em Portugal e em Cuba.

Com relação a Portugal, em correspondência enviada em 2014, o embaixador brasileiro em Lisboa Mario Vilalva diz que "repercutiu positivamente na mídia" a declaração de Lula de que empresas brasileiras devem se engajar na aquisição de estatais portuguesas. Segundo o jornal, teria havido menção específica à Odebrecht em conversa privada. "O ex-presidente também reforçou o interesse da Odebrecht pela EGF (Empresa Geral de Fomento) ao primeiro-ministro Pedro Passos Coelho, que reagiu positivamente."

Pedro Passos Coelho negou, nesta segunda-feira, que o ex- tenha feito lobby pela Odebrecht ou por qualquer empresa brasileira. "O ex-presidente Lula da Silva não me veio meter nenhuma cunha para nenhuma empresa brasileira", disse Passos Coelho a jornalistas, em entrevista transmitida pela Rádio e Televisão de Portugal (RTP). "Cunha" é uma expressão portuguesa para "lobby". Ao fim da entrevista coletiva, o primeiro-ministro português disse ainda que as autoridades judiciais brasileiras não pediram qualquer informação ao governo português sobre o assunto.

O Instituto Lula respondeu que o ex-presidente jamais recebeu ou receberá por consultoria, lobby ou tráfico de influência, mas que recebeu apenas por palestras realizadas. O instituto disse ainda que Lula apenas comentou o interesse da empresa brasileira pela EGF, que já era conhecido.

CARDOZO CALA DIANTE DE DESABAFO DE MULHER COM TERRAS TOMADAS POR ÍNDIOS


ENQUANTO D. MARIA HELENA DESABAVA, O MINISTRO DA
 JUSTIÇA OLHAVA PARA OS CANTOS, EM SILÊNCIO.

Uma produtora rural do Mato Grosso do Sul, Maria Helena Vanzela Ramos, que teve sua terra invadida por índios fez um desabafo indignado e chorou, diante do ministro José Eduardo Cardozo (Justiça), durante uma audiência com a bancada do seu Estado, terça-feira passada. O desabafo da mulher expôs a confusão mental, o preconceito e até a ignorância de autoridades que, como Cardozo, lidam com esse tipo de problema.

O governo federal faz vistas grossas às invasões de índios em propriedades rurais legalizadas, escrituradas, muitas delas pertencentes a família há várias gerações. A senhora chora enquanto descreve a situação que passa atualmente, vivendo de favores, porque não pode trabalhar na terra que lhe pertence.


Durante todo o desabafo da Maria Helena, Cardozo permanece em silêncio, olhando para os lados, visivelmente incomodado. "Sou uma mãe de família, trabalhei a vida inteira", diz a mulher aos prantos. "Eles (os índicos) têm direitos, mas nós também temos", ensina ela a Cardozo, "e nossas terras não são área indígena".

Ela cobrou uma solução para o conflito entre fazendeiros e índios na região de fronteira do estado, próxima ao Paraguai. No vídeo, Maria Helena conta que indígenas invadiram as terras dela e de outros fazendeiros, em Coronel Sapucaia (MS), expulsando-os. No local, segundo ela, eles fazem uso de álcool e drogas. “Vemos índios com camionetas (da Funai) sendo escoltados, e nós correndo risco de vida”.

Cardozo, assim como outras autoridades presentes na reunião, aparece nas imagens de cabeça baixa ou olhando para os lados, enquanto a produtora falava. Participaram também da reunião o presidente da Funai, João Pedro Gonçalves da Costa, o governador do Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja, o senador Moka (PMDB-MS), além de outros parlamentares.

Embora critique a invasão, a produtora rural aponta também a omissão do Estado na situação de calamidade vivida pelos índios da região. “Presidente da Funai, vá lá ver a situação. Aqueles índios morrendo de fome, três dias sem comer. Eles são humanos, eles são crianças, são velhos, são pessoas, têm direito também. Quem incentiva a invasão (que) incentive eles a trabalhar, a produzir”, diz a mulher, no vídeo.

Condenação da turma da Camargo é um marco


Gil Ferreira/Ag.CNJ

A condenação imposta pelo juiz Sérgio Moro (foto) a três ex-executivos da Camargo Corrêa desce à crônica da Lava Jato como um marco histórico. No Brasil, não havia revelação capaz de abalar a reputação de uma eminência empresarial.

A simples prisão de um presidente, um vice-presidente e um presidente do Conselho de Administração da Camargo já deixara a plateia estupefata. A anotação de três crimes no prontuário da troica (corrupção, lavagem de dinheiro e participação em organização criminosa) confirma que algo de diferente sucede no velho Brasil do indulto preventivo.

A sentença anota que a Camargo pagou R$ 50 milhões de propinas por dois contratos na Petrobras. As penas aos responsáveis foram salgadas: 15 anos e 10 meses de cadeia para dois executivos; 9 anos e 6 meses para o terceiro.

Beneficiados pela redução de pena obtida mediante delação, dois dos condenados permanecerão detidos em casa. Perto da impunidade que vicejava até aqui, a prisão domiciliar já é um avanço extraordinário.

Antes, não importava o tamanho da evidência. Ainda que desmascarada, a turma das empreiteiras frequentava as colunas sociais, não as sentenças judiciais. E vem mais pela frente: Marcelo Odebrecht e mais quatro executivos do grupo Odebrechet foram indiciados pela Polícia Federal. A elite empresarial brasileira está deixando de ser inimputável, eis a grande novidade.

segunda-feira, 20 de julho de 2015

Falsos médicos atestaram 60 óbitos na região em SP


Médicos de greve
Falsos médicos trabalharam na região de Sorocaba (SP)
 e recebiam até R$ 60 mil(Thinkstock/VEJA)

Falsos médicos que atuavam na região de Sorocaba, interior de São Paulo, assinaram pelo menos sessenta declarações de óbito durante o período em que trabalharam na rede pública de saúde. Os atestados, apreendidos pela Polícia Civil durante a Operação Falsos Médicos, desencadeada na sexta-feira, contêm as assinaturas de quatro médicos que trabalharam usando registros falsos no Conselho Regional de Medicina (CRM). A maioria das certidões foi emitida nos últimos meses em hospitais e unidades de pronto atendimento de São Roque, Mairinque e Alumínio.

De acordo com o delegado seccional de Sorocaba, Marcelo Carriel, como as declarações foram dadas por pessoas que, em tese, não tinham habilitação para atestar a causa das mortes, os procedimentos terão de ser revistos. "A investigação vai dizer se esses óbitos são decorrentes de mau atendimento ou de causas diferentes daquelas que foram relatadas", disse.

Quatro profissionais não aptos a exercer a medicina já foram identificados - dois, Pablo do Nascimento Mussolin e Natani Thaisse Oliveira, estão presos. Também já foi identificada a médica que utilizava o nome de Cibele L., e outro profissional que não teve o nome divulgado. Um quinto caso está em investigação no âmbito da operação, que deve se estender a cidades da Grande São Paulo, onde os falsos médicos também teriam atuado.

A polícia investiga se os titulares dos registros no Conselho Regional de Medicina (CRM) sabiam do uso indevido. Os falsos médicos recebiam de 40.000 reais a 60.000 reais por mês por sua atuação em unidades conveniadas com o Sistema Único de Saúde (SUS). A Innova, empresa responsável pela contratação, informou em nota que as admissões foram feitas com base nos documentos pessoais e nos registros no CRM apresentados pelos supostos médicos. Segundo a empresa, não foi possível detectar as falsificações porque os documentos eram compatíveis com o prontuário inserido no site do CRM.

DOCUMENTOS MOSTRAM QUE LULA FEZ LOBBY PARA ODEBRECHT EM PORTUGAL


LULA, INVESTIGADO POR TRÁFICO INTERNACIONAL DE INFLUÊNCIA,
E O PRIMEIRO-MINISYTRO PEDRO PASSOS COELHO: LOBBY PELA
ODEBRECHT EM PORTUGAL. (FOTO: DIÁRIO DE NOTÍCIAS)

Investigado por tráfico Internacional de influência, em ação criminal do Ministério Público Federal, o ex-presidente Lula teria feito lobby em favor da construtora Odebrecht junto ao primeiro-ministro de Portugal, Pedro Passos Coelho, para que o governo português desse "atenção" a interesses da empreiteira naquele país.

O lobby de Lula em favor da Odebrecht foi documemtado em telegrama diplomático enviado pelo embaixador brasileiro em Lisboa, Mario Vilalva, ao Ministério de Relações Exteriores, divulgado neste domingo (19) pelo jornal O Globo.

Na correspondência, Vilalva destaca uma entrevista do ex-presidente Lula para rede de televisão portuguesa RTP, ocorrida abril de 2014, na qual o petista aborda desde os 40 anos da Revolução dos Cravos e até defendendo maior participação de empresas brasileiras nas privatizações conduzidas em Portugal, mas sem fazer referência a nenhuma empresa específica.
O documento, no entanto, indica que Lula tratou de interesses da construtora em conversa, que teria ocorrido de forma reservada, com o primeiro-ministro português.

"Repercutiu positivamente na mídia recente declaração do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em entrevista à RTP no dia 27/04 último, no sentido de que o Brasil deve-se engajar mais ativamente na aquisição de estatais portuguesas. O ex-presidente também reforçou o interesse da Odebrecht pela EGF ao primeiro-ministro Pedro Passos Coelho, que reagiu positivamente ao pleito brasileiro", informou o diplomata.

A Odebrecht era uma das empreiteiras que tinham manifestado oficialmente interesse na privatização da Empresa Geral de Fomento . A Odebrecht, no entanto, não chegou a formalizar a proposta e a EGF acabou vendida para a Suma, consórcio formado por empresas portuguesas.
Na quinta (16), a Procuradoria da República no Distrito Federal abriu uma investigação criminal formal contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O petista será investigado por suspeita de tráfico de influência em favor da Odebrecht, no Brasil e no exterior, em obras financiadas pelo BNDES.

A suspeita é de que Lula tenha exercido influência para que o BNDES financiasse obras de Odebrecht, principalmente em países da África e da América Latina.

A empreiteira bancou diversas viagens de Lula ao exterior depois que ele deixou a Presidência, além das contratações para palestras. O Instituto Lula nega qualquer irregularidade e sustenta que o ex-presidente nunca recebeu vantagens para prestar consultoria, fazer lobby ou tráfico de influência.
A defesa do ex-presidente apresentou nesta sexta (17) reclamação ao Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) pedindo a apuração da conduta do procurador Valtan Timbó Mendes Furtado, que pediu a abertura da investigação criminal.

A representação de Lula pede a suspensão do inquérito, abertura de sindicância e processo administrativo disciplinar para o procurador.

TELEGRAMAS

O Ministério Público Federal já requisitou ao Itamaraty cópias de telegramas diplomáticos e despachos sobre viagens de Lula ao exterior, relacionadas ou não com a Odebrecht. Os principais alvos são visitas a Cuba, Panamá, Venezuela, República Dominicana e Angola.

A reportagem do jornal "O Globo" também teve acesso a outros telegramas que mostram atuação de Lula para o BNDES ao governo do Zimbábue, país africano governado pelo ditador Robert Mugabe, e também viagens para Cuba, onde a empreiteira construiu um porto com recursos do BNDES.

Os documentos informam que, em junho de 2011, o ex-presidente foi recebido no hotel por Marcelo Odebrecht, presidente da empresa e que está preso pelo esquema de corrupção da Petrobras, e o ex-ministro José Dirceu (Casa Civil), que cumpre prisão domiciliar pela condenação no julgamento do mensalão e agora investigado por suspeita de participação nas irregularidades envolvendo a estatal.

Cunha quer dividir poder em CPIs com oposição


Rompido com Dilma Rousseff, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), revelou a integrantes do seu grupo a intenção de dividir poderes com a oposição nas CPIs dos fundos de pensão e do BNDES. Fará isso entregando a deputados oposicionistas a presidência das comissões ou até o posto de relator, considerado mais importante.

As CPIs serão instaladas a partir de 3 de agosto, quando os congressistas retornam das férias iniciadas na última sexta-feira. O Planalto preferia que não fossem instaladas. Diante do fato consumado, gostaria que um governista leal cuidasse da relatoria. Mas Cunha parece cultivar outros planos. Está decidido a isolar o PT.

Na CPI da Petrobras, ainda em funcionamento, o presidente da Câmara não havia chegado a tanto. Acomodara Hugo Motta (PMDB-PB), um fiel escudeiro, na presidência da comissão. E negociara a entrega da relatoria ao petista Luiz Sérgio (RJ). Restara à oposição a vice-presidência, ocupada por Antonio Imbassahi (PSDB-BA).

A generosidade do mandachuva da Câmara é estratégica. Num instante em que Planalto trama isolá-lo, Cunha estreita laços com a oposição para evitar que legendas como DEM e PSDB se animem a engrossar o coro por seu afastamento da poltrona de presidente —uma tese já encampada por vozes respeitáveis como a do deputado Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE).

Um dos líderes da oposição resumiu a cena assim: “Não podemos ficar tão perto de Eduardo Cunha que nos contamine nem tão longe que nos exclua como atores de uma crise que pode ser fatal para o governo Dilma Rousseff.''

domingo, 19 de julho de 2015

Uma semana para deixar Dilma estarrecida. E não foi só ela


Capa edição 893 (Foto: Revista ÉPOCA/Divulgação)

Um terremoto varreu Brasília nesta semana. Em ação coordenada, a Procuradoria-Geral da República e a Polícia Federal cumpriram uma série de mandados de busca e apreensão contra um grupo de políticos. Entre eles estavam os senadores Fernando Collor (PTB-AL) e Ciro Nogueira (PP-PI). O Congresso reagiu como se a instituição houvesse sido atacada. Na grita contra a Polícia Federal e a PGR, os parlamentares investigados ganharam acompanhia do presidente da Câmara, Eduardo Cunha. Ele foi acusado, numa delação premiada, de pedir US$ 5 milhões em propinas. Para completar, o Ministério Público abriu um Procedimento Investigatório Criminal contra o ex-presidenteLuiz Inácio Lula da Silva. O MP suspeita, como ÉPOCA noticiou em abril, que o ex-presidente pode ter praticado tráfico internacional de influência em favor da empreiteira Odebrecht. A exemplo de Cunha e Collor, Lula criticou os investigadores.

A soma de tudo isso gerou uma crise em Brasília. Essa crise pode ser entendida de duas maneiras – como fica claro ao longo de várias reportagens que estão na edição de ÉPOCA desta semana (edição 893). No curto prazo, criou-se uma turbulência política, com o rompimento de Eduardo Cunha com o governo. Essa turbulência, como rastreou a agência de classificação Moody’s, pode afetar a economia. No longo prazo, o terremoto pode representar uma depuração no país. A investigação sobre os políticos vem sendo realizada com respeito a todos os procedimentos legais. Por causa da Lava Jato, alguns homens de Collor na Petrobras já foram afastados. É um começo. Que continue.